quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Quem é quem para o Planalto 2010 (Helio Fernandes)

Se descartaram o próprio Lula, refaçam as análises imediatamente

De uma coisa, Lula pode se orgulhar e repetir no seu bordão, “nunca ninguém fez igual”. No caso é rigorosamente verdadeiro: ele é o único cidadão do mundo ocidental, que perdeu três vezes seguidas para presidente e caminha para ganhar três vezes seguidas.

Por enquanto é hipótese, podem chamar de irrealidade. Mas os fatos políticos costumam se transformar em alta velocidade e inesperadamente. Vamos mostrar ao cidadão-contribuinte-eleitor, candidatos origens e possibilidades, candidato por candidato, para que fique mais fácil a identificação.

Como está no título, relacionamos QUEM É QUEM para 2010. Partimos deste início de 2009, mas estão todos aí. E 2010, não demora, também exige a sua participação, seu voto, sua observação, convicção e acima de tudo preocupação.

Desincompatibilização

Isso não é desejo, vontade, sonho do repórter. É análise simples, isenta, compenetrada e que pode até não se concretizar em 31 de março de 2010. Quando os candidatos terão que deixar os órgãos.

Ressurreição

Se o presidente diz “nem penso nisso”, por que confirmar agora, muito antes? Sarney não garantiu (até para o repórter) que não seria candidato, de jeito algum?

Dona Dilma

Outro fato verdadeiro: Lula insiste cada vez mais no nome da chefe da Casa Civil e “proprietária” do PAC. É da estratégia. Difícil, quase impossível. Pode até ser mantida no Planalto, mas não chega ao Alvorada.

Esperança

Como existem no Congresso dezenas de emendas constitucionais sobre o destino da reeeleição (continuar ou acabar), Lula tem que se precaver e cuidar das coisas.

Unanimidade

Mas se os acordos e as ligações políticas caminharem para a continuação de Lula, o PT-PT ficará satisfeitíssimo, o PMDB, idem, idem. Dona Dilma enfrentará obstáculos previsíveis. Primeiro internos, depois externos.

Lulalá

O presidente é o único que reúne o partido sem um só voto contra. Será aclamado e consagrado. Mas não depende do PT-PT e sim da Constituição e com a possibilidade de REEELEIÇÃO. Palavra chave de 2009-2010.

José Serra

Cada vez aparecendo mais em fotos com Lula, o governador de São Paulo mostra extraordinário embevecimento (que palavra). Ao lado de Lula, alegria ostensiva.

Aécio Neves

Candidatíssimo, mas sem legenda. Pelo menos por enquanto. Eleito e reeeleito governador de Minas, o segundo estado do País. Fez uma grande jogada propondo prévias no PSDB. Mas a cúpula está fechada com o governador de SP, não ligou.

Previdente

Nenhuma crítica, nesse caso, unicamente nesse caso, ao governador. Seu futuro está muito ligado ao presidente Lula. Poderá ter que enfrentá-lo novamente em 2010?

Lembranças

Como já perdeu para Lula em 2002 (Alckmin foi para o segundo turno em 2006), Serra sabe que estará diante da última chance, política e da idade.

A guerra do “fico”

Se a Constituição permitir, quase todos no Poder trabalharão para o presidente. Principalmente PT-PT, PMDB e outros. É o desejo de tantos, escondidos ou ostensivos.

“Adeus às Armas”

Mas se Lula não puder se candidatar e Serra vencer, Lula pode se lembrar de Hemingway, com ligeira mudança. Serra, um pilantrópico (royalties para o senador Ornelas da Bahia) declarado, ficará no Planalto-Alvorada até 2018. Sairá com 76 anos. Sairá?

Ciro Gomes

Pode até ser candidato outra vez. Sem a menor chance, adoraria ser vice de Lula. Sua hora parecia ser em 2002, chegou a estar na frente nas pesquisas. Aí, só fez bobagem, despencou.

Roberto Requião

Outro que sonha com uma vice, lógico, como todos, de preferência com Lula. Aliás, sempre votou em Lula. Outro que desapareceu do mapa eleitoral. Por causa dele mesmo.

Jarbas Vasconcellos

Talvez seja a grande aposta para vice. Sendo o único senador do PMDB a não votar em Sarney, pode ser prejudicado. Mas tem a melhor situação entre todos os imagináveis. Seu mandato vai até 2014.

PS – Mas se as modificações desmentirem esta análise feita com 1 ano de antecedência, nenhum erro ou equívoco. Apenas o famoso jogo da política, que nos EUA, se chama, “o jogo de Washington”. Com lobistas em primeiro plano.

PS 2 – E Lula dirá na certa: “Sempre afirmei que não queria o terceiro mandato seguido”. Na verdade, não poderá ser desmentido.