sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Brasil surpreende em 2013 com expansão de 2,3%, mas 2014 deve ser mais difícil

Brasil surpreende em 2013 com expansão de 2,3%, mas 2014 deve ser mais difícil

27/02/2014 - 11:33
Reuters
 

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO, 27 Fev (Reuters) - A economia brasileira surpreendeu no final do ano passado ao crescer mais do que o esperado, evitando que o país entrasse em recessão técnica, mas os resultados ainda não são suficientes para uma mudança geral das expectativas de um 2014 mais fraco.
O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,7 por cento no quarto trimestre de 2013 na comparação com os três meses anteriores, com destaque para o setor de serviços e o consumo do governo e das famílias, que apresentaram expansão.
Em relação ao quarto trimestre de 2012, o avanço foi de 1,9 por cento, fechando 2013 com expansão de 2,3 por cento, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.
Em 2012 a economia havia crescido 1,0 por cento.
A mediana de previsões de analistas consultados pela Reuters apontava para crescimento de 0,3 por cento do PIB sobre o terceiro trimestre de 2013, de 1,6 por cento sobre o quarto trimestre de 2012 e de 2,2 por cento em 2013 como um todo.
O país poderia ter entrado em recessão técnica --quando há retração por dois trimestres seguidos-- no final do ano passado porque no terceiro trimestre de 2013 o PIB havia encolhido 0,5 por cento sobre o período imediatamente anterior. A última vez que o país viveu essa situação foi no final de 2008 e início de 2009, auge da crise financeira internacional.
O resultado do trimestre passado sobre os três meses anteriores veio com a expansão do setor de serviços (0,7 por cento) e do consumo das famílias (0,7 por cento) e do governo (0,8 por cento). A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) --medida de investimentos-- também mostrou resultado positivo, de 0,3 por cento.
Nesta comparação, no entanto, a agropecuária ficou estagnada e a indústria encolheu 0,2 por cento, um sinal de fraqueza que chamou a atenção dos especialistas.
"A queda da indústria deixa evidente que o que está mantendo o país com uma taxa de crescimento apenas moderada são os problemas no campo da oferta e isso deve continuar neste ano", disse o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, que vê expansão de 1,8 por cento do PIB em 2014.
O fim de 2013 havia surpreendido pelos fracos resultados na indústria e no varejo, que também jogaram água fria sobre as expectativas de recuperação em 2014, um ano eleitoral e que pode dificultar ainda mais a vida da presidente Dilma Rousseff, que vai tentar a reeleição.
A confiança do consumidor também iniciou o ano mostrando fraqueza. Em fevereiro, atingiu seu menor nível desde maio de 2009.
"O mercado esperava uma queda no investimento, o que não aconteceu. É possível que o aumento do investimento tenha a ver com maiores estoques. Assim, devemos ter um número mais fraco do PIB no primeiro trimestre", afirmou o economista da gestora de recursos Saga Capital Gustavo Mendonça. "O ano começou com muita incerteza."
ANO FECHADO
Em 2013 como um todo, a FBCF --medida de investimentos-- foi a boa notícia, com crescimento de 6,3 por cento sobre o ano anterior, que passou a ter participação positivo no resultado anual, de 1,3 ponto percentual. Também se destacou o setor agropecuário, com alta de 7 por cento no período, mas que tem um peso menor no PIB do que Indústria e Serviços.
O consumo do governo teve expansão de 1,9 por cento no ano passado, enquanto que o das famílias, de 2,3 por cento. Neste caso, apesar de ter respondido por 1,4 ponto percentual do PIB de 2013, foi o pior resultado desde 2003, influenciado pelos juros mais elevados e pelo câmbio.
Para 2014, os especialistas, segundo última pesquisa Focus do Banco Central, apontam que o PIB deve crescer ainda menos, apenas 1,67 por cento, expectativas que vêm se deteriorando a cada dia. No final do ano passado, elas indicavam crescimento de 2 por cento.
O IBGE informou ainda que as exportações de bens e serviços cresceram 2,5 por cento no ano passado sobre 2012, enquanto as importações de bens e serviços tiveram expansão de 8,4 por cento no período.
(Reportagem adicional de Felipe Pontes, no Rio de Janeiro, Camila Moreira, Bruno Federowski e Asher Levine, em São Paulo)

QUARTA-FEIRA, 26 DE FEVEREIRO DE 2014

Humberto Costa diz que ideias do PSDB levaram o Brasil para o buraco

Publicado em 26/02/2014 às 8:38 por  em Eleições,Notícias
Foto: Pedro França/Agência Senado
Foto: Pedro França/Agência Senado
 
Líder do PT no Senado, o pernambucano Humberto Costa (PT) tomou para si a defesa dos governos de Lula e Dilma das críticas disferidas nessa terça-feira (25) pelo presidenciável mineiro Aécio Neves (PSDB). Na tribuna da Casa, o senador petista afirmou que a oposição não é capaz de realizar as mudanças que o Brasil precisa e atacou o PSDB, afirmando que as ideias da legenda levaram o Brasil para o buraco durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
“Quando vejo as propostas dos tucanos e do seu candidato a presidente da República, vejo tão somente a repetição dos mesmos princípios, das mesmas ideias que levaram o Brasil para o buraco”, afirmou Humberto. No Senado, uma solenidade marcava os 20 anos do Plano Real e exaltava a figura de FHC. Em coro, os tucanos criticaram a condução da economia pelo PT.
“Quem consegue construir a dignidade mínima obviamente cria outras necessidades que precisam ser atendidas, mas nós não vamos atender a essas necessidades com governos que não têm sensibilidade social, com governos que aprofundam desigualdades, com governos que acham que o papel do Estado é tão somente o de fazer com que as forças do mercado possam reger as leis da nossa economia”, disparou o petista.
Pernambuco
Com o discurso do legado petista em Pernambuco na ponta da língua, Humberto ainda questionou a falta de prioridade dada pelo PSDB ao Estado na época de FHC. ”O que fizeram os governos tucanos para atender e o povo do meu Estado? Não se sabe. Mas os governos Lula e Dilma fizeram Pernambuco crescer. Nós levamos uma refinaria, nós levamos um Polo Petroquímico, nós levamos dois estaleiros, nós levamos a Fiat”, listou.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Brasil surpreende em 2013 com expansão de 2,3%, mas 2014 deve ser mais difícil

Brasil surpreende em 2013 com expansão de 2,3%, mas 2014 deve ser mais difícil

27/02/2014 - 11:33
Reuters
 

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO, 27 Fev (Reuters) - A economia brasileira surpreendeu no final do ano passado ao crescer mais do que o esperado, evitando que o país entrasse em recessão técnica, mas os resultados ainda não são suficientes para uma mudança geral das expectativas de um 2014 mais fraco.
O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,7 por cento no quarto trimestre de 2013 na comparação com os três meses anteriores, com destaque para o setor de serviços e o consumo do governo e das famílias, que apresentaram expansão.
Em relação ao quarto trimestre de 2012, o avanço foi de 1,9 por cento, fechando 2013 com expansão de 2,3 por cento, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.
Em 2012 a economia havia crescido 1,0 por cento.
A mediana de previsões de analistas consultados pela Reuters apontava para crescimento de 0,3 por cento do PIB sobre o terceiro trimestre de 2013, de 1,6 por cento sobre o quarto trimestre de 2012 e de 2,2 por cento em 2013 como um todo.
O país poderia ter entrado em recessão técnica --quando há retração por dois trimestres seguidos-- no final do ano passado porque no terceiro trimestre de 2013 o PIB havia encolhido 0,5 por cento sobre o período imediatamente anterior. A última vez que o país viveu essa situação foi no final de 2008 e início de 2009, auge da crise financeira internacional.
O resultado do trimestre passado sobre os três meses anteriores veio com a expansão do setor de serviços (0,7 por cento) e do consumo das famílias (0,7 por cento) e do governo (0,8 por cento). A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) --medida de investimentos-- também mostrou resultado positivo, de 0,3 por cento.
Nesta comparação, no entanto, a agropecuária ficou estagnada e a indústria encolheu 0,2 por cento, um sinal de fraqueza que chamou a atenção dos especialistas.
"A queda da indústria deixa evidente que o que está mantendo o país com uma taxa de crescimento apenas moderada são os problemas no campo da oferta e isso deve continuar neste ano", disse o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, que vê expansão de 1,8 por cento do PIB em 2014.
O fim de 2013 havia surpreendido pelos fracos resultados na indústria e no varejo, que também jogaram água fria sobre as expectativas de recuperação em 2014, um ano eleitoral e que pode dificultar ainda mais a vida da presidente Dilma Rousseff, que vai tentar a reeleição.
A confiança do consumidor também iniciou o ano mostrando fraqueza. Em fevereiro, atingiu seu menor nível desde maio de 2009.
"O mercado esperava uma queda no investimento, o que não aconteceu. É possível que o aumento do investimento tenha a ver com maiores estoques. Assim, devemos ter um número mais fraco do PIB no primeiro trimestre", afirmou o economista da gestora de recursos Saga Capital Gustavo Mendonça. "O ano começou com muita incerteza."
ANO FECHADO
Em 2013 como um todo, a FBCF --medida de investimentos-- foi a boa notícia, com crescimento de 6,3 por cento sobre o ano anterior, que passou a ter participação positivo no resultado anual, de 1,3 ponto percentual. Também se destacou o setor agropecuário, com alta de 7 por cento no período, mas que tem um peso menor no PIB do que Indústria e Serviços.
O consumo do governo teve expansão de 1,9 por cento no ano passado, enquanto que o das famílias, de 2,3 por cento. Neste caso, apesar de ter respondido por 1,4 ponto percentual do PIB de 2013, foi o pior resultado desde 2003, influenciado pelos juros mais elevados e pelo câmbio.
Para 2014, os especialistas, segundo última pesquisa Focus do Banco Central, apontam que o PIB deve crescer ainda menos, apenas 1,67 por cento, expectativas que vêm se deteriorando a cada dia. No final do ano passado, elas indicavam crescimento de 2 por cento.
O IBGE informou ainda que as exportações de bens e serviços cresceram 2,5 por cento no ano passado sobre 2012, enquanto as importações de bens e serviços tiveram expansão de 8,4 por cento no período.
(Reportagem adicional de Felipe Pontes, no Rio de Janeiro, Camila Moreira, Bruno Federowski e Asher Levine, em São Paulo)

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Humberto Costa diz que ideias do PSDB levaram o Brasil para o buraco

Publicado em 26/02/2014 às 8:38 por em Eleições, Notícias
Foto: Pedro França/Agência Senado
Foto: Pedro França/Agência Senado
 
Líder do PT no Senado, o pernambucano Humberto Costa (PT) tomou para si a defesa dos governos de Lula e Dilma das críticas disferidas nessa terça-feira (25) pelo presidenciável mineiro Aécio Neves (PSDB). Na tribuna da Casa, o senador petista afirmou que a oposição não é capaz de realizar as mudanças que o Brasil precisa e atacou o PSDB, afirmando que as ideias da legenda levaram o Brasil para o buraco durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
“Quando vejo as propostas dos tucanos e do seu candidato a presidente da República, vejo tão somente a repetição dos mesmos princípios, das mesmas ideias que levaram o Brasil para o buraco”, afirmou Humberto. No Senado, uma solenidade marcava os 20 anos do Plano Real e exaltava a figura de FHC. Em coro, os tucanos criticaram a condução da economia pelo PT.
“Quem consegue construir a dignidade mínima obviamente cria outras necessidades que precisam ser atendidas, mas nós não vamos atender a essas necessidades com governos que não têm sensibilidade social, com governos que aprofundam desigualdades, com governos que acham que o papel do Estado é tão somente o de fazer com que as forças do mercado possam reger as leis da nossa economia”, disparou o petista.
Pernambuco
Com o discurso do legado petista em Pernambuco na ponta da língua, Humberto ainda questionou a falta de prioridade dada pelo PSDB ao Estado na época de FHC. ”O que fizeram os governos tucanos para atender e o povo do meu Estado? Não se sabe. Mas os governos Lula e Dilma fizeram Pernambuco crescer. Nós levamos uma refinaria, nós levamos um Polo Petroquímico, nós levamos dois estaleiros, nós levamos a Fiat”, listou.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Governo se mobiliza para conter "mau humor" de deputados


Segundo líder, governo reuniu esforços e colocará pelo menos uma dúzia de ministros à disposição para conter o "mau humor" de deputados aliados

 
Wilson Dias/ABr
líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP)

Líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP): de acordo com deputado, há uma disposição do Executivo de ampliar o diálogo com a base

Brasília - O governo reuniu esforços e colocará pelo menos uma dúzia de ministros à disposição para conter o "mau humor" de deputados aliados, informou o líder do governo naCâmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Após quase três horas de reunião entre líderes da base na Casa, o presidente da República em exercício, Michel Temer, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, os aliados expressaram sua insatisfação e ficou definido que os ministros ajudarão na negociação de projetos e também receberão as demandas regionais dos deputados.
"Nós sabíamos de manifestações por parte de líderes da base traduzindo um sentimento dos deputados e deputadas querendo mais diálogo com o governo", disse Chinaglia a jornalistas após a reunião, referindo-se à situação como um "certo mau humor" de aliados. "Mas da mesma maneira o Executivo manifestou igual intenção de intensificar esse diálogo." Ideli reconheceu que a articulação do governo "perdeu o ritmo" por conta do recesso parlamentar, mas afirmou que a insatisfação apresentada nesta reunião reflete um momento tradicionalmente mais conturbado por conta da aproximação do período eleitoral e também influenciado pelas mudanças ministeriais que a presidente Dilma Rousseff promove em seus ministérios para acomodar a base.
"Isso acaba aquecendo o ambiente", avaliou a ministra.
Segundo uma fonte do governo, os líderes presentes expuseram sua movimentação para formar um bloco de vários partidos aliados. O chamado blocão poderia servir de instrumento para pressionar o governo a votar temas de interesse de aliados na Câmara, cuja pauta está trancada, inclusive, pelo polêmico projeto do Marco Civil da Internet, que não conta com o apoio da segunda maior bancada da Casa, o PMDB, e impede a votação de outras matérias.
Ainda de acordo com a fonte, o governo se comprometeu a não interferir na ação dos parlamentares e a manter a interlocução com todos eles, de modo a evitar que a iniciativa se transforme em uma dor de cabeça adicional para o Executivo.
De acordo com Chinaglia, há uma disposição do Executivo de ampliar o diálogo com a base e ficou acertado que será definida uma pauta estratégica de projetos de interesse dos líderes para serem votados neste primeiro semestre, uma vez que os trabalhos no Congresso ficarão reduzidos no período eleitoral.
"Num ano especialmente eleitoral não é bom a Câmara não votar", disse o líder do governo.
A fonte disse ainda que o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), alertou que o governo precisa agir rápido e melhorar a relação antes mesmo do Carnaval. Para isso, Ideli deve ir à Câmara já na terça-feira para a construção desta pauta consensual.
Chinaglia ressaltou que todos os líderes confirmaram seu apoio ao pacto firmado no fim do ano passado no qual se comprometeram a não aprovar matérias que tenham impacto nas contas públicas.
Por outro lado, segundo a fonte do governo, pediram que o Executivo reafirme seus compromissos com a liberação de emendas parlamentares - tanto as deste ano, quanto as empenhadas em 2013 - antes do período eleitoral, quando as liberações ficam restritas.
Viu o novo site EXAME.com para iPhone e Android? Basta digitar EXAME.com num smartphone!

Governo se mobiliza para conter "mau humor" de deputados

Segundo líder, governo reuniu esforços e colocará pelo menos uma dúzia de ministros à disposição para conter o "mau humor" de deputados aliados

 
Wilson Dias/ABr
líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP)

Líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP): de acordo com deputado, há uma disposição do Executivo de ampliar o diálogo com a base

Brasília - O governo reuniu esforços e colocará pelo menos uma dúzia de ministros à disposição para conter o "mau humor" de deputados aliados, informou o líder do governo naCâmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Após quase três horas de reunião entre líderes da base na Casa, o presidente da República em exercício, Michel Temer, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, os aliados expressaram sua insatisfação e ficou definido que os ministros ajudarão na negociação de projetos e também receberão as demandas regionais dos deputados.
"Nós sabíamos de manifestações por parte de líderes da base traduzindo um sentimento dos deputados e deputadas querendo mais diálogo com o governo", disse Chinaglia a jornalistas após a reunião, referindo-se à situação como um "certo mau humor" de aliados. "Mas da mesma maneira o Executivo manifestou igual intenção de intensificar esse diálogo." Ideli reconheceu que a articulação do governo "perdeu o ritmo" por conta do recesso parlamentar, mas afirmou que a insatisfação apresentada nesta reunião reflete um momento tradicionalmente mais conturbado por conta da aproximação do período eleitoral e também influenciado pelas mudanças ministeriais que a presidente Dilma Rousseff promove em seus ministérios para acomodar a base.
"Isso acaba aquecendo o ambiente", avaliou a ministra.
Segundo uma fonte do governo, os líderes presentes expuseram sua movimentação para formar um bloco de vários partidos aliados. O chamado blocão poderia servir de instrumento para pressionar o governo a votar temas de interesse de aliados na Câmara, cuja pauta está trancada, inclusive, pelo polêmico projeto do Marco Civil da Internet, que não conta com o apoio da segunda maior bancada da Casa, o PMDB, e impede a votação de outras matérias.
Ainda de acordo com a fonte, o governo se comprometeu a não interferir na ação dos parlamentares e a manter a interlocução com todos eles, de modo a evitar que a iniciativa se transforme em uma dor de cabeça adicional para o Executivo.
De acordo com Chinaglia, há uma disposição do Executivo de ampliar o diálogo com a base e ficou acertado que será definida uma pauta estratégica de projetos de interesse dos líderes para serem votados neste primeiro semestre, uma vez que os trabalhos no Congresso ficarão reduzidos no período eleitoral.
"Num ano especialmente eleitoral não é bom a Câmara não votar", disse o líder do governo.
A fonte disse ainda que o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), alertou que o governo precisa agir rápido e melhorar a relação antes mesmo do Carnaval. Para isso, Ideli deve ir à Câmara já na terça-feira para a construção desta pauta consensual.
Chinaglia ressaltou que todos os líderes confirmaram seu apoio ao pacto firmado no fim do ano passado no qual se comprometeram a não aprovar matérias que tenham impacto nas contas públicas.
Por outro lado, segundo a fonte do governo, pediram que o Executivo reafirme seus compromissos com a liberação de emendas parlamentares - tanto as deste ano, quanto as empenhadas em 2013 - antes do período eleitoral, quando as liberações ficam restritas.
Viu o novo site EXAME.com para iPhone e Android? Basta digitar EXAME.com num smartphone!

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Dilma afirma que Brasil organizará "Copa contra o racismo"

TERRA
 
                A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira que a Copa do Mundo que o Brasil vai organizar neste ano será a "Copa contra o racismo" e do respeito às diferenças.
"Estamos construindo um país que respeita a diferença. Queria dizer que a Copa do Mundo é um momento especial onde os povos se encontram para uma disputa lúdica em que a marca deve ser a convivência harmoniosa entre as diferentes nações", disse Dilma durante a Festa da Uva, na cidade de Caxias do Sul (RS).
A presidente condenou na semana passada os insultos racistas direcionados ao jogador Tinga, do Cruzeiro, durante uma partida jogada no Peru contra o Real Garcilaso, pela Taça Libertadores, e reiterou que quer eliminar este tipo episódio durante o Mundial.
"É a Copa da paz e que contempla a alegria pela diversidade, porque é uma Copa contra o racismo", declarou. 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Dilma promete a MST estudo para assentar sem-terra em perímetros irrigados no NE

Danilo Macedo - Repórter da Agência Brasil Edição: Davi Oliveira
Durante reunião com 30 representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no Palácio do Planalto, a presidenta Dilma Rousseff determinou hoje (13) que os ministros do Desenvolvimento Agrário e da Integração Nacional se reúnam para avaliar o assentamento de famílias de sem-terra em perímetros irrigados no Semiárido do Nordeste.
Brasília - Presidenta  Dilma Rousseff, recebe representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) ( Antonio Cruz/Agência Brasil)
Dilma Rousseff recebe representantes do MST no dia seguinte à manifestação dos sem-terra em BrasíliaAntonio Cruz/Agencia Brasil
No fim do encontro, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, informou que a presidenta também quer que o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) chegue aos assentados das reforma agrária.
Pepe Vargas disse que reconhece o número de, aproximadamente, 100 mil famílias acampadas, contabilizado pelo MST, mas que, em 2014, a meta do governo é assentar entre 30 mil e 35 mil famílias. Segundo ele, a confirmação da viabilidade de alocar famílias em perímetros irrigados pode elevar esse número.
Em carta entregue à presidenta durante o encontro, o MST pede que o governo cumpra a promessa de priorizar o assentamento de famílias sem terra nos projetos de irrigação do Nordeste brasileiro. Segundo o movimento, há mais de 80 mil lotes vagos, com água e infraestrutura necessária para os  agricultores familiares.
Além das duas determinações feitas pela presidenta Dilma à sua equipe, os trabalhadores tiveram como resposta apenas o compromisso de um diálogo contante para a negociação das outras pautas, em uma lista de dez apresentadas na carta, incluindo “mudanças profundas na forma de o Incra funcionar”, com contratação e qualificação específica de seus funcionários, aumento de recursos do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) e pedido de mais desapropriações de terra.
“Tratamos [com a presidente Dilma] de temas emergenciais da reforma agrária, que está paralisada no seu governo. Não tem reforma agrária se não houver desapropriação de terras”, disse Alexandre Conceição, da Coordenação Nacional do MST. O movimento alega que, nos últimos anos, o número de assentamentos por desapropriações tem sido em torno de 13 mil famílias por ano, a menor média desde o fim do regime militar. O governo apresenta o número de 75 mil famílias assentadas em três anos, não apenas em áreas desapropriadas.
Acompanhado do presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Carlos Guedes, o ministro Pepe Vargas disse que o governo tem feito, nos últimos anos, estudos de capacidade de geração de renda nas áreas de potenciais assentamentos, oferecendo esses locais às famílias sem terra somente se houver sustentabilidade. “É óbvio que eles apresentaram um monte de reivindicações e, de forma correta e não demagógica, não vamos dar resposta fácil para contentar só naquele momento”, disse
A reunião entre a presidenta Dilma e representantes do MST foi negociada ontem pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. No meio da tarde de ontem, cerca de 15 mil pessoas que participam do 6º Congresso Nacional do MST, em Brasília, ocuparam a Praça dos Três Poderes. Houve confronto com policiais militares.
Segundo o MST, o confronto ocorreu após um grupo de dez policiais entrar no ônibus da entidade e tentar tomar a chave do motorista. O movimento contabiliza 12 manifestantes feridos. De acordo com a Polícia Militar, os manifestantes derrubaram as grades laterais do Congresso e atingiram alguns policiais com pedras e pedaços de pau, ferindo 30 homens da corporação.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Dilma vai receber MST após confrontos em protesto

   
Posted on fev 13 2014 - 4:11am by Natasha Mekanna

Dilma vai receber MST após confrontos em protesto - José Cruz/Agência Brasil
Dilma vai receber MST após confrontos em protesto – José Cruz/Agência Brasil
 
13/02 - Em marcha pelo centro de Brasília durante toda a quarta-feira (12), o Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) reivindicou a reforma agrária e criticou severamente a forma como o governo federal tem conduzido a questão.  O movimento é contra o que chamam de “paralisia” da reforma agrária durante o governo da presidente Dilma Rousseff. 
Os protestos resultaram em confrontos com a polícia. Trinta policiais ficaram feridos.
“A reforma agrária está parada neste país. Esse governo tem priorizado as grandes obras e o agronegócio. A Dilma é a pior presidenta da reforma agrária dos últimos tempos”, disse Kelly Mafort, integrante da direção nacional do movimento.
Ao participar, na última segunda-feira (10), do 6º Congresso Nacional do MST, o Ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, admitiu haver problemas com a reforma agrária, mas nega que o governo tenha sido omisso em relação ao tema.
A presidenta Dilma Rousseff terá uma audiência com representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) hoje (13), informou o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. O encontro foi negociado pelo ministro com a direção do movimento, após mais de 15 mil pessoas ocuparem a Praça dos Três Poderes.
Da Agência Brasil
Edição: Natasha Mekanna/Folha Paulistana

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Panorama Político - 1 Franco) 2-02-2014 (O Globo - Ilimar    

Ele tem a força
                 O PMDB diz que deixou a presidente Dilma à vontade para promover a reforma ministerial. Mas ontem, dirigentes do partido iniciaram operação para convencer o líder do partido no Senado, Eunício Oliveira (CE), a indicar o senador Vital do Rego (PB) para a relatoria da Comissão de Orçamento. Eunício quer o apoio do PT à sua candidatura ao governo e Vital foi preterido para um ministério do governo Dilma.

Deslanchar é preciso
Favorável à candidatura própria dos socialistas ao governo de São Paulo, o candidato do partido ao Planalto, Eduardo Campos, não sabe como ficar contra dois aliados pesos-pesados: os deputados Márcio França (PSB) e Roberto Freire (PPS). Eles querem apoiar a reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Os seguidores de Marina Silva (Rede) relatam que Campos teme que França cruze os braços e que Freire retire o apoio do PPS. Por isso, para impor uma candidatura socialista, os marineiros consideram que Campos precisa urgentemente de um crescimento robusto nas pesquisas eleitorais. Para os verdes, ter candidato em São Paulo é mais relevante que no Rio.

Os jovens que investiram na linguagem da violência têm um cadáver a sepultar e um caminho a rever. São cópias do inimigo que combatiam

Luiz Eduardo Soares
Ex-secretário nacional de Segurança Pública, em texto que publicou em seu Blog

Mudando de lado
O ministro petista José Eduardo Cardozo (Justiça) aproveitou a formatura de agentes da Polícia Federal, para fazer um discurso apelando que se mantenham afastados dos sindicatos. Ele afirmou que essas entidades "não querem o bem de vocês".

O isolamento
O governador Renato Casagrande (PSB-ES) está perdendo terreno. O PMDB decidiu enfrentá-lo e avalia lançar o senador Ricardo Ferraço para o governo e o ex-governador Paulo Hartung para o Senado. Mas também pode, como prefere o PT, ir de Hartung para o governo. Nesse caso, o ex-prefeito de Vitória, o petista João Coser, iria para o Senado.

Volta Lula

Na reunião no Jaburu, na noite de segunda-feira, o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), tirou do bolso uma lista de cargos ocupados pelo partido nos governos Lula e Dilma. A primeira lista era superior em quantidade e qualidade.

Os alvos
Ao aprovar resolução que retira a autonomia dos estados, o presidente tucano Aécio Neves, mirou no Mato Grosso do Sul e no Piauí. O PSDB quer apoiar para o governo o petista Delcídio Amaral (MS). E quer deixá-lo sem palanque, se aliando para o governo com Marcelo Castro (PMDB-PI).

O conselho
O prefeito ACM Neto (Salvador), em conversa recente, disse ao presidenciável Aécio Neves que o candidato do DEM ao governo, Cesar Maia, é seu melhor palanque no Rio. “Ele sai de 10%”, afirmou. Anteontem, Aécio procurou Cesar.

Trabalhadores unidos
A CUT diz que também luta pela correção do FGTS pela inflação. O tema não é destaque em sua página na internet, mas garante que as entidades filiadas à Central foram orientadas a entrar com ações coletivas. E cita a dos Metalúrgicos do ABC.
Remendo. O deputado Nelson Marchezan Jr diz que o PSDB gaúcho não analisa candidatura própria ao governo, pois busca compor uma aliança.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Em mensagem ao Congresso, Dilma pede responsabilidade fiscal nas votações

 
Na mensagem que abriu os trabalhos do Legislativo em 2014, a presidente Dilma Rousseff pediu o apoio do Congresso para conter a inflação. Coube ao quarto-secretário da Mesa, senador João Vicente Claudino (PTB-PI), ler a mensagem presidencial, entregue pelo novo ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, empossado nesta segunda-feira (3).
Na mensagem, a presidente destaca a parceria com os líderes dos partidos no Congresso para reduzir a necessidade de financiamento da Previdência Social e as despesas com pessoal. Segundo Dilma, a necessidade de financiar a Previdência caiu de 1,3% para 1% do PIB, de 2009 a 2013, e as despesas com pessoal diminuíram de 4,7% para 4,2% do PIB no mesmo período.
A presidente lembra, na mensagem, que essas medidas são importantes para o controle da inflação.
Presidente Dilma enviou mensagem ao Congresso na abertura do ano legislativo
Presidente Dilma enviou mensagem ao Congresso na abertura do ano legislativo
Dilma quer garantir, em 2014, a manutenção do pacto de responsabilidade fiscal nas votações do Congresso. Isso significa evitar a aprovação de propostas que impliquem aumento de gastos ou redução de receita orçamentária. “Nosso País mantém estabilidade, emprego, renda e redução da desigualdade”, afirmou o texto da presidente. 
Conforme a mensagem, o Brasil tem mantido uma taxa de câmbio em patamar adequado e ainda possui 375 bilhões de dólares em reservas cambiais, “que nos dão segurança para superar instabilidades”. Outro indicador econômico destacado foi a entrada de 64 bilhões de dólares em investimentos no ano passado. As novas concessões de 2014, a Copa do Mundo e a exploração petrolífera do Campo de Libra foram citadas como oportunidades oferecidas para manter a economia nos trilhos em meio à crise internacional.
Emprego
A mensagem presidencial ressaltou também a geração de emprego, como o 1,1 milhão em novos postos de trabalho em 2013 e a taxa de desemprego de 4,3% em dezembro passado, menor taxa da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “É digno de nota a economia ter criado volumes expressivos de empregos numa conjuntura de elevadas taxas de desemprego nas economias do mundo”, afirmou a presidente no texto.
Tradicionalmente, o 1º secretário da Câmara faz a leitura da mensagem presidencial, mas o deputado Marcio Bittar (PSDB-AC) não estava presente à cerimônia.


Tags: Abertura, ano, legislativo, mensagem, presidencial

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Dilma vincula estratégia econômica à reeleição (Josias de Souza)

 
Marcello Casal/ABr
O governo não espera um ano brilhante na economia. Traçou objetivos modestos. Na expressão de um auxiliar de Dilma Rousseff, o essencial para ela é “evitar sobressaltos”. Os dez mandamentos da felicidade econômica do governo em 2014 começam com não —não permitir que a inflação estoure, não exagerar na dose de juros, não descuidar dos gastos, não crescer menos do que no ano passado, não dar motivos para a perda do grau de investimento, não deixar que o Brasil seja confundido com emergentes em crise, não atrapalhar os investidores, não aceitar que o Congresso crie novas despesas, não fornecer munição à oposição e não comprometer a reeleição.
Nos próximos dias, Dilma adotará providências para tentar demonstrar que não brincava quando tocou trombone em Davos: “Meu governo definirá em breve a meta fiscal para o ano, consistente com a meta de redução da dívida pública.” A data-limite para que a tesoura mostre do que é capaz é 20 de fevereiro. Mas já nesta segunda-feira (3), na mensagem que enviará ao Congresso, a presidente reafirmará seu compromisso com o rigor fiscal.
Dilma não foi tão rigorosa em 2013. Prometera economizar 2,3% do PIB. Mas entregou um superávit de 1,9%. Sabe que agora, para soar crível, não basta dizer que fará. Será necessário demonstrar como a meta será atingida. Sob pena de não ser tomada a sério a suposta decisão do governo de ajustar a dosagem dos juros,  elevando a contribuição das contas públicas no esforço para deter a inflação.
O governo não tem a pretensão de trazer o índice de inflação para o centro da meta oficial, que é de 4,5%. Trabalha para chegar ao final do ano mais perto dos 5% do que dos 6%. Acha que o essencial é exibir índices declinantes, sinalizando para a normalização futura. São modestas também as ambições quanto ao crescimento da economia. Qualquer coisa na vizinhança dos 2% do PIB será motivo de festejos.
Imagina-se que, com um PIB na casa dos 2%, uma inflação no cabresto e um torniquete nos gastos, Dilma estará, por assim dizer, blindada contra os ataques econômicos que lhe serão dirigidos pelos rivais Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). De resto, avalia-se que as críticas da oposição tenderiam a cair no vazio quando confrontadas com o desemprego irrisório —4,3% em dezembro, 5,4% na média de 2013. O governo não exclui de suas projeções a hipótese de deterioração desse quadro até o final do ano. Nada capaz de produzir reviravoltas eleitorais.
Nesse cenário em que 2014 é apresentado como uma rua ladrilhada para Dilma, programas como o Mais Médicos e o Minha Casa, Minha Vida entram como pedrinhas de brilhante para a reeleição passar. Só falta combinar com os russos.