Dilma garante inflação sob controle e é contra arrocho salarial
30/4/2014 15:09
Por Redação, com ABr - de Camaçari, BA
Por Redação, com ABr - de Camaçari, BA
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira que a inflação está sob controle e o governo não vai tomar medidas de arrocho salarial, como as adotadas em governos anteriores, nem suspender os programas sociais.
– Nós não vamos deixar esse país, novamente, cair nas tradicionais políticas de arrocho salarial, porque não é necessário. Não é necessário que o povo brasileiro passe por isso – disse Dilma durante entrega de residências do programa Minha Casa,
Minha Vida em Camaçari, na Bahia.
Dilma voltou a criticar a fórmula de governos anteriores, que diante de crises alegavam a “necessidade de medidas impopulares”, como redução de emprego e salários. A declaração contrasta com as de seu adversário na disputa eleitoral, o pré-candidato do PSDB, senador Aécio Neves (MG), que já admitiu estar preparado para medidas impopulares para recuperar a economia.
O governo tem sofrido críticas pela condução da economia e pela ameaça da inflação, pressionada sobretudo pelos preços dos alimentos. O mais recente Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo IBGE, registrou alta no acumulado em 12 meses de 6,15%, mais próximo do teto da meta de 6,5% estabelecido pelo Banco Central.
– A inflação média no Brasil, nos meus três anos de governo, se comparada com outros governos, é a mais baixa… comparando com os outros governos nos primeiros três anos – disse a presidente.
Dilma aproveitou ainda para dizer que “muitas vezes se pinta a realidade com cores negras para se aproveitar das circunstâncias” e garantiu que o país tem recursos e o governo não vai interromper nenhum programa social “porque alguém queira”.
Superávit primário
O governo central (governo federal, Banco Central e Previdência) registrou superávit primário, para pagar o serviço da dívida, de R$ 3,174 bilhões em março, informou o Tesouro Nacional nesta terça-feira. Nos três primeiros meses do ano, a economia feita para o pagamento de juros acumulou saldo positivo de R$ 13,048 bilhões. Já a Previdência Social apresentou, no mês passado, déficit de R$ 4,529 bilhões, ainda segundo dados do Tesouro. O pagamento de dividendos de estatais, também no último mês, somou R$ 2,999 bilhões, recorde para março.
Além do superávit, dado que influencia no conceito de risco das agências de classificação, os principais bancos médios estão prontos para lidar com o atual cenário de compressão das margens de lucro resultante da fraca atividade econômica e de custos de captação maiores com a elevação da taxa básica de juros, afirmou nesta quarta-feira a agência de classificação de risco de crédito Fitch.
– A Fitch está confortável com o perfil de crédito dos principais bancos médios do país – disse a diretora sênior responsável na Fitch por instituições financeiras da América Latina, em entrevista à agência inglesa de notícias Reuters.
Segundo ela, os bancos analisados têm conseguido conciliar objetivos estratégicos, o apetite de risco e a rentabilidade com fortalecimento de suas franquias e a adequação dos modelos de negócios ao seu porte menor. Mas o fraco crescimento da economia deve seguir comprimindo margens, por causa das incertezas quanto à inadimplência futura das empresas, disse Rita. Pelos cálculos da Fitch, os ativos totais de cinco bancos considerados representam pouco mais de 1 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
De forma geral, os bancos têm mantido boa disciplina na gestão do ativo e passivo, e posições de liquidez e capital confortáveis e suficientes para absorver os efeitos negativos recentes sobre as margens.
– Por isso, não espero que haja uma compressão significativa nos índices capitalização destes bancos que se torne um limitador para o crescimento a médio prazo – disse ela, evitando comentar de imediato das cinco instituições avaliadas.
Inadimplência
Outro cenário positivo foi divulgado, nesta manhã, em relatório do Itaú Unibanco, que prevê pequena queda da inadimplência na sua carteira de crédito nos próximos trimestres, mesmo com a economia do país em desaceleração, o que deve se refletir em recuo das despesas com provisões para perdas com calotes.
– Enxergamos um vento a favor na safra mais recente de crédito – disse o diretor corporativo de Controladoria da instituição, Marcelo Kopel, em teleconferência com analistas sobre os resultados do primeiro trimestre, divulgados na véspera.
Kopel disse que o banco espera para 2015 um cenário econômico semelhante ao deste ano, com baixo crescimento, mas que a instituição também está preparada para o caso de a atividade acelerar. Por enquanto, o banco segue atrás de oportunidades no exterior após a união de suas operações no Chile com o CorpBanca como forma de compensar os efeitos do menor crescimento do Brasil, afirmou o executivo.