sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Câmara aprova corte nos salários de Dilma,Temer e ministros

Passados quatro meses do anúncio da presidente Dilma Rousseff, o plenário da Câmara dos Deputados finalmente aprovou na noite desta quarta-feira o projeto que reduz os salários de Dilma, do vice-presidente, Michel Temer, e de todos os ministros. Com a medida, as renumerações vão passar de 30.934,70 reais para 27.841,23 reais - uma redução de 10%. Agora, a matéria segue para o Senado.
A proposta foi feita por Dilma em outubro do ano passado, junto com o anúncio da reforma ministerial, sob o argumento de que estava "cortando na própria carne" em meio ao aprofundamento da crise econômica. Cálculos do próprio governo indicam economia de 1,69 milhão de reais ao ano com a redução.
O aumento ou a redução de subsídios do presidente e dos ministros precisa ser feito por meio de decreto legislativo, conforme atribuição específica dada pela Constituição ao Congresso. Por isso, não foi encaminhada junto ao corpo da Medida Provisória que tratava da reforma administrativa para redução de ministérios. A mensagem presidencial transformou-se, então, em um projeto de decreto legislativo.


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Temer nega articular contra Dilma

Em campanha pela reeleição à frente do PMDB, o vice-presidente da República, Michel Temer, declarou na segunda-feira, 15, "jamais" ter sido articulador do impeachment da presidente Dilma Rousseff. "Jamais fui articulador de impeachment. Jamais disse uma palavra em relação a esse assunto. Por uma razão singela: é uma matéria do Congresso Nacional. Não é uma matéria atinente ao Poder Executivo. De modo que nunca disse uma palavra sobre isso. Continuo dizendo a mesma coisa. Não me meto nessa história. Não entro nessa história. O Congresso Nacional vai achar o que deva acontecer", afirmou o peemedebista, em Belo Horizonte.


Em dezembro passado, o vice-presidente enviou à presidente da República uma carta com reclamações do tratamento dado pelo governo ao PMDB, o que gerou desgaste com o Palácio do Planalto em meio ao movimento da oposição pelo afastamento da presidente.


Ao lado de lideranças nacionais do PMDB, Temer esteve na capital mineira para pedir apoio à sua reeleição como presidente do partido em evento com cerca de 500 correligionários da legenda. Horas depois, sua comitiva viajou para Vitória (ES). Os peemedebistas mineiros entregaram ao vice documento de apoio à sua reeleição assinado por todos os delegados da sigla que votarão no próximo dia 19.


Um dos assuntos da agenda de segunda-feira foi a intenção de o partido lançar candidato à disputa presidencial em 2018. "Dizer que o PMDB não tem poder político? Tem. Temos maior número de prefeitos, vereadores, deputados estaduais, deputados federais, senadores, a presidência da Câmara, a presidência do Senado, modestamente, a Vice-Presidência da República. Temos poder político. Mas precisamos é da Presidência da República em 2018", disse Temer em discurso para os correligionários.


'Em cima do muro'

Antes do encontro, na porta do hotel onde a reunião foi realizada em Belo Horizonte, dez pessoas fizeram protesto contra a presidente Dilma Rousseff e o próprio partido com faixa que dizia: "PMDB: Puxadinho do PT". Nos discursos, dirigentes do partido reforçaram a mensagem. "Precisamos deixar de ser o partido da governabilidade para ser o partido que vai governar o País", afirmou o secretário-geral do PMDB nacional, deputado federal Mauro Lopes (MG).


Para o presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Moreira Franco, que já foi ministro da Assuntos Estratégicos da Presidência da República e também ministro da Secretaria de Aviação Civil no governo Dilma, o PMDB não participa das decisões políticas do País. Para o ex-ministro, o partido precisa "sair de cima do muro".


O presidente estadual da sigla, o vice-governador Antônio Andrade, afirmou "não entender o que se passa no governo federal". O peemedebista alegou que o "jogavam contra" Michel Temer quando o vice atuava como articulador do governo. "Parece que não queriam o seu sucesso."


Ao final do encontro em Belo Horizonte, com Temer já se despedindo, um correligionário do PMDB Afro interpelou o vice-presidente do fundo do auditório e pediu que citasse o trabalho desenvolvido pelo grupo. Até aquele momento, depois de citar várias alas da legenda, ninguém da cúpula do partido havia feito menção ao movimento negro que integra o partido. Temer atendeu ao pedido e, na saída, parou para fazer fotos com o representante do grupo.


'Dificuldade'

Em Vitória, a sucessão presidencial de 2018 voltou a ser assunto da agenda do vice-presidente. "Precisamos revelar toda história do PMDB aos brasileiros. Se não fosse nosso partido, no passado não teríamos feito o Plano Real e o Brasil não teria saído da crise no passado, por exemplo. Será uma eleição difícil, mas temos que mostrar a que viemos e ir não ir só atrás de votos", ressaltou o peemedebista durante evento com representantes e militantes do partido no Espírito Santo. (Colaborou Jennifer Trindade, especial par AE).




quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

'Guerra' contra Aedes é complexa e exige engajamento, diz Dilma na TV

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (3) em pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão que a "guerra" contra o mosquito Aedes aegypti é complexa e exige o engajamento de todos. O mosquito transmite o zika vírus, apontado como responsável pelos casos de microcefalia registrados no país desde o ano passado.
A exemplo de falas anteriores da presidente na TV, houve panelaço, mas em menor número de cidades – foram registradas manifestações do gênero em pelo menos seis capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Recife, Goiânia, Curitiba e Porto Alegre.
No pronunciamento, com dez minutos de duração, Dilma voltou a defender o combate ao mosquito, ao vírus e disse ainda que o principal instrumento de controle está nas mãos da população, que, segundo afirmou, deve eliminar os criadouros, locais que acumulam água.
"A guerra contra o mosquito transmissor do zika é complexa porque deve ser travada em todos os lugares e por isso exige engajamento de todos. Se nos unirmos, a maneira de lutar se torna simples. Não podemos admitir a derrota porque a vitória depende da nossa determinação em eliminar os criadouros", disse a presidente em seu pronunciamento.
Recentemente, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, disse que o país estava “perdendo a guerra” contra o zika vírus. Três dias depois, ao ser questionada sobre a declaração, Dilma afirmou que o auxiliar havia feito uma “constatação da realidade”.
Assim como fez no Congresso Nacional nesta terça (2), ao ler sua mensagem em razão do início do ano legislativo, Dilma voltou a dizer que o governo tem colocado todos os recursos financeiros, humanos e tecnológicos necessários “nesta luta em defesa da vida”.
Dilma afirmou que o governo federal busca parcerias com laboratórios internacionais para que seja desenvolvida o mais rápido possível a vacina contra o vírus e lembrou que falou sobre o assunto nesta semana com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
Dilma iniciou a fala na TV pedindo licença para "entrar na casa" dos brasileiros porque passaria a falar de um assunto “muitíssimo importante”, Ressaltou que não falaria de política ou economia.
Ela afirmou que o zika vírus deixou de ser um “pesadelo distante” para se transformar em uma “ameaça real” aos brasileiros e lembrou que, ao afetar mulheres grávidas, o vírus pode comprometer o desenvolvimento do cérebro do feto, causando a microcefalia.
Segundo a presidente, o zika vírus não tem nacionalidade, porque “começou na África, se espalhou pelo Sudeste da Ásia, pela Oceania e agora está na América Latina. E este foi um processo excepcionalmente rápido, a partir do ano passado”.
Desde que o surto de microcefalia começou no país, ministros do governo têm dito que dois dias após a Secretaria de Saúde de Pernambuco ter comunicado o Ministério da Saúde sobre os casos, técnicos da pasta foram ao estado e menos de 20 dias depois foi decretado estado de emergência em saúde no país.
Nesta semana, a Organização Mundial de Saúde (OMS), ligada à ONU, decretou situação de emergência em saúde pública internacional em razão do zika vírus.
Como tem feito em discursos em eventos dos quais participa, Dilma voltou a dizer que a maneira mais eficaz de combate ao mosquito é deixar que ele não nasça. Ela também pediu que união da população.
“Formemos um grande exército de paz e de saúde, com a participação dos 204 milhões de brasileiros e brasileiras. Vamos provar, mais uma vez, que o Brasil é forte, tem um povo consciente, e não será derrotado por um mosquito e pelo vírus que ele carrega. Mais que nunca, o Brasil precisa da nossa união”, encerrou.
Íntegra
Leia abaixo a íntegra do pronunciamento da presidente na TV.
Brasileiras e brasileiros,
Peço licença para entrar na casa de vocês e falar de um assunto muitíssimo importante. Não vou falar sobre política ou sobre economia. Vou falar sobre saúde e sobre uma luta urgente que temos que travar neste momento em defesa das nossas famílias. Uma luta que deve unir todos nós.
Convoco cada um de vocês para lutarmos juntos contra a propagação do mosquito transmissor do vírus zika. Este vírus, de presença recente no Brasil e na América Latina, deixou de ser um pesadelo distante para se transformar em ameaça real aos lares de todos os brasileiros. Quando acomete mulheres grávidas, pode comprometer o desenvolvimento do cérebro do feto, causando a microcefalia.
O vírus zika, transmitido pelo mosquito, não tem nacionalidade. Começou na África, se espalhou pelo Sudeste da Ásia, pela Oceania e agora está na América Latina. E este foi um processo excepcionalmente rápido, a partir do ano passado.
O mosquito que transmite o vírus zika pode estar na casa do seu vizinho. Pode estar na sua casa, desde que haja criadouros. Ou seja, água parada contida em caixas d'água, vasos de flores, piscinas, bueiros, garrafas, pneus ou qualquer recipiente descartado como lixo.
Ele só precisa depositar seus ovos em água parada, limpa ou suja, para nascer, se proliferar e picar pessoas de modo a contaminá-las. Enquanto não desenvolvermos uma vacina contra o vírus zika, precisamos combater o mosquito. E a maneira mais eficaz é não deixando ele nascer, destruindo os seus criadouros, que em mais de dois terços, estão dentro das nossas residências.
A guerra contra o mosquito transmissor do zika é complexa, porque deve ser travada em todos os lugares e por isso exige engajamento de todos. Se nos unirmos, a maneira de lutar se torna simples. Não podemos admitir a derrota porque a vitória depende da nossa determinação em eliminar os criadouros.
Repito: basta que impeçamos o mosquito transmissor de se reproduzir em águas paradas. Se o mosquito não nascer, o vírus zika não tem como viver.
O principal instrumento está em nossas mãos: o cuidado contínuo em nossas casas, em nosso trabalho, nas nossas escolas, nos logradouros públicos, em todos os lugares para que estes não se transformem em lares para o mosquito transmissor do vírus zika.
O governo está colocando todos os recursos financeiros, tecnológicos e humanos necessários nesta luta em defesa da vida. Inclusive, buscamos parcerias com vários laboratórios internacionais, para que possamos desenvolver, o mais depressa possível, a vacina. Conversei com o presidente Obama e acertamos colaborar nesse desafio.
No sábado, dia 13, deflagraremos uma megaoperação, envolvendo 220 mil homens e mulheres das Forças Armadas. Os governos estaduais e municipais também estão mobilizados.
Vamos nos espalhar por todo território nacional e, junto com os agentes de endemia e de saúde, junto com você, vamos visitar o máximo possível de casas, para destruir os criadouros do mosquito.
Vamos, também, travar essa luta em todas as unidades do governo federal, em todos os estados da federação. Vamos eliminar os criadouros nos quartéis, nas unidades de saúde, em todos os prédios do governo. Cada funcionário público federal deve se transformar num combatente contra o mosquito e sua reprodução.
Todos nós precisamos entrar nessa verdadeira batalha. Precisamos da ajuda e da boa vontade de todos. Colabore! Mobilize sua família e sua comunidade.
Vou insistir: como a ciência ainda não desenvolveu uma vacina contra o vírus zika, o único remédio realmente eficiente que temos para prevenir essa doença é o vigoroso combate ao mosquito.
Quero transmitir, agora, uma palavra especial de conforto às mulheres brasileiras, principalmente às mães e às futuras mamães. Faremos tudo, absolutamente tudo, que estiver ao nosso alcance para protegê-las. Faremos tudo, absolutamente tudo, para apoiar as crianças atingidas pela microcefalia e suas famílias.
Estamos mobilizando a rede de saúde e a rede de assistência e todos os recursos necessários para ajudá-los a cuidar das crianças afetadas pela microcefalia. Por favor, ajudem-nos a lhes proteger. Formemos um grande exército de paz e de saúde, com a participação dos 204 milhões de brasileiros e brasileiras.
Vamos provar, mais uma vez, que o Brasil é forte, tem um povo consciente, e não será derrotado por um mosquito e pelo vírus que ele carrega.
Mais que nunca, o Brasil precisa da nossa união!
Obrigada e boa noite.