Plantão | Publicada em 31/10/2010 às 21h31m
Reuters/Brasil Online
SÃO PAULO (Reuters) - A candidata do PT, Dilma Rousseff, venceu a eleição presidencial neste domingo, mas agora terá pela frente o desafio de desenvolver um perfil mais de negociação e conciliação, disseram analistas políticos ouvidos pela Reuters.
Veja comentários sobre desafios políticos de Dilma.
RICARDO ISMAEL, CIENTISTA POLÍTICO, PUC-RIO:
"Dilma terá o desafio de montar um governo com uma base de sustentação heterogênea e muito fisiológica, uma negociação em que os desafios são grandes. Ela não tem muita experiência em lidar com políticos e partidos. Nessa área, ela terá que chamar pessoas com aptidão para assessorá-la.
Lula vai ser sempre uma sombra, porque sai muito bem avaliado e por todas as suas características e por ter um diálogo muito direto com a população.
Nessa relação com a sociedade, ela não se sentiu à vontade. Na sua campanha, foi Lula quem assumiu o embate político e a mobilização. Falar pelo teleprompter é mais fácil. Ela tem perfil mais gerencial, de tocar ministério, programas. Fazer tudo isso sem Lula, será um desafio. Resta saber como ela fará."
RUBENS FIGUEIREDO, CIENTISTA POLÍTICO, CEPAC:
"Acho que a Dilma vai ter problema pela característica da eleição que ela protagonizou. É muito mais fácil você fazer uma coalizão quando você tem um presidente treinado na negociação e que tem uma aprovação alta.
Ela (Dilma) não tem tradição histórica no PT. Ela tem uma experiência muito pequena na negociação parlamentar, e ela não tem o talento na comunicação que o Lula tem.
Acho que tudo fica dependendo da performance econômica. Se a economia for bem, ela pode ter condições de atrair forças políticas.
Acho que a oposição renasceu na campanha... O PSDB cresceu como partido. Como a campanha foi muito acirrada, acho que a oposição sai com mais moral para fazer oposição."
ROBERTO ROMADO, CIENTISTA POLÍTICO, UNICAMP:
"É uma vitória, mas não com margem imensa, totalmente diferente da eleição de Lula, com mais de 60 por cento.
É evidente que a presidente terá uma base muito mais forte no Congresso. Se Lula tivesse essa base que Dilma terá, muito provavelmente não teríamos Dilma eleita, porque Lula se candidataria a um terceiro mandato.
Vejo que ela precisará de muita diplomacia para reconhecer que sua vitória não foi acachapante, que existe uma oposição e um quadro de desequilíbrio (com vitórias da oposição em governos estaduais). Mas o perfil dela não é o do Lula, que é um conciliador. Ela tem perfil técnico, mais de comando e demonstrou ao longo do tempo que esteve à frente da Casa Civil que é mais intransigente."
CARLOS MELO, CIENTISTA POLÍTICO, INSPER
"Você tem um problema muito mais sério na oposição. A oposição terá que se reinventar. Com relação ao governo Dilma, você tem desafios. Um desafio é dar uma homogeneidade para essa base grande (da coligação).
Como se faz para dar continuidade a um crescimento de 7,5 por cento? Você precisa de reformas, precisa de um sistema político que hoje não temos, vai ter que ser inventado.
Você teve uma vitória da continuidade, mas essa continuidade não se dará de forma tranquila. A oposição não sai enfraquecida em virtude dos governos estaduais que foram conquistados nesse processo.
Acho que cabe um reordenamento no campo do governo. Por exemplo, que papel terá o PSB, partido que cresceu muito, daqui para frente? Haverá também um reordenamento na oposição."
(Reportagem de Maria Pia Palermo e Eduardo Simões)
domingo, 31 de outubro de 2010
Em dia de votação, Dilma prioriza agenda particular
Flavia Bemfica
Direto de Porto Alegre
A expectativa de que neste domingo (31) venha a ser confirmada como a primeira presidente mulher da história do Brasil não fez com que a candidata do PT na corrida presidencial, Dilma Rousseff, alterasse seu já conhecido hábito de preservar ao máximo a vida particular. Nas quase 24 horas em que permaneceu em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, entre a tarde de sábado (30) e às 14h deste domingo, quando embarcou para Brasília, onde acompanha a apuração, Dilma mais uma vez deu prioridade às agendas particulares e fechadas. Em vez de uma exposição maior, atitude comum a candidatos principalmente em dia de eleição, a petista inclusive se mostrou menos disposta a momentos de interação, fossem eles com eleitores em geral ou a imprensa em particular.
Dilma chegou à capital gaúcha pouco depois das 16h de sábado e seguiu direto para seu apartamento na avenida Copacabana, na zona Sul da cidade. Petistas gaúchos chegaram a informar que ela poderia passar a noite na casa da única filha, Paula, ou até mesmo no hotel Plaza São Rafael onde, neste domingo, aconteceu um café da manhã com lideranças políticas. Mas Dilma só saiu de seu apartamento, por volta das 20h30, para se dirigir à residência do ex-marido, o advogado Carlos Araújo, localizada na mesma avenida, a algumas quadras de distância. E, depois, dormiu em seu próprio apartamento.
Na manhã deste domingo, a candidata atrasou um pouco sua participação no café da manhã, prevista para ocorrer a partir das 8h. Foi neste horário que Dilma saiu de casa, sem conversar com a imprensa, em um comboio composto por seis carros com vidros equipados com películas de alta gradação. Antes, a movimentação se deu apenas por conta dos seguranças, que entravam e saíam do prédio carregando bagagens.
O trajeto para o Plaza foi rápido e demonstrou que, apesar do aparato, a segurança não parecia ter uma preocupação maior com a possibilidade de incidentes. Para chegar ao hotel, o caminho escolhido foi o do Túnel da Conceição, que está com duas das quatro pistas em obras, e isoladas por um tapume de chapas de metal. Como o túnel é rota de ônibus urbanos e metropolitanos e de uma parcela significativa da população que se desloca para o Centro, suas condições atuais facilitam o acesso de pedestres aos veículos e impossibilitam um deslocamento rápido em caso de acidente.
Na chegada ao Plaza, Dilma foi recepcionada pelo governador eleito do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT) e passou direto ao saguão, onde concedeu uma entrevista coletiva tumultuada, que mais se assemelhou a um pronunciamento. Diante da impaciência das dezenas de jornalistas, cinegrafistas e fotógrafos, do empurra-empurra e dos atritos entre os que procuravam se posicionar melhor, Dilma disparou: "Vou fazer uma declaração para todos e se todo mundo ficar calado é mais fácil".
A declaração ainda não estava concluída quando os jornalistas começaram a perguntar se Dilma pretende chamar a oposição para conversar. A candidata emendou no discurso que governaria com sua coligação e para todos os brasileiros. A exemplo do evento promovido no primeiro turno, o café da manhã com partidários e aliados foi realizado em um salão do Plaza, onde os jornalistas conseguiam visualizar a candidata a partir de uma área anexa, elevada, mas ao qual o acesso direto não era permitido. Em seu pronunciamento no café, Dilma falou rapidamente sobre as realizações dos governos do presidente Lula, lembrou sua própria trajetória e destacou a importância de mobilização da campanha até o encerramento do horário de votação.
Do hotel a candidata seguiu para a escola sstadual Santos Dumont, na zona Sul, onde ela e Tarso votaram. Na hora da votação, um mesário, fã de Dilma, protagonizou cenas inusitadas, causando certo constrangimento para a candidata. Sob o protesto dos fotógrafos, abraçou Dilma, ficou segurando a carteira de identidade da candidata, que tentava pegá-la, por tempo demais, e, na hora do tradicional V que é solicitado que os candidatos façam com os dedos médio e indicador, para simbolizar sua expectativa de vitória, de novo se aproximou de Dilma e fez junto com ela o gesto.
A saída também foi tumultuada. Além da imprensa, curiosos e fãs queriam chegar perto da petista. Depois de votar, Dilma voltou a se recolher, desta vez no apartamento da filha, Paula, na rua Cariri, que é bem próxima à escola onde vota. Paula reside no último andar de um prédio de quatro andares, em uma rua sem movimento. Com a rua tomada por carros da imprensa, os curiosos também começaram a se mobilizar. Jornalistas se posicionaram em uma área aberta do outro lado da via, para observar o apartamento, que tem algumas janelas de frente. Foi o suficiente para que todas as persianas fossem fechadas.
Pouco antes do meio-dia, nova movimentação. De novo com os vidros fechados, os carros do comboio se dirigiram para a residência de Araújo, uma casa ampla às margens do Rio Guaíba. O carro de Paula e de seu marido chegou em seguida, saiu e voltou. Dilma almoçou em companhia de Araújo, Paula, o genro e o neto. Quando saiu da casa, às 13h08min, alguns simpatizantes se concentravam na entrada da garagem, tiravam fotos. Depois de senhoras gritarem: "Dilma, Dilma, Dilma, abre para a gente, dá um aceno", a petista abriu rapidamente o vidro, acenou e voltou a fechá-lo. Ainda passou mais uma vez em seu apartamento, e, dele, foi para o antigo terminal do Aeroporto Internacional Salgado Filho. No aeroporto, o carro que a conduzia estacionou bem perto da aeronave e a candidata ingressou nela imediatamente. A porta se fechou com a mesma rapidez.
Em Porto Alegre a expectativa é de que, em caso de vitória, Dilma retorne ao Estado na quarta-feira (3), para descansar e, em caso de derrota, que o retorno ocorra ainda na segunda-feira (1). Sua assessoria informou apenas que o retorno para o Sul nesta semana é "pouco provável".
Direto de Porto Alegre
A expectativa de que neste domingo (31) venha a ser confirmada como a primeira presidente mulher da história do Brasil não fez com que a candidata do PT na corrida presidencial, Dilma Rousseff, alterasse seu já conhecido hábito de preservar ao máximo a vida particular. Nas quase 24 horas em que permaneceu em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, entre a tarde de sábado (30) e às 14h deste domingo, quando embarcou para Brasília, onde acompanha a apuração, Dilma mais uma vez deu prioridade às agendas particulares e fechadas. Em vez de uma exposição maior, atitude comum a candidatos principalmente em dia de eleição, a petista inclusive se mostrou menos disposta a momentos de interação, fossem eles com eleitores em geral ou a imprensa em particular.
Dilma chegou à capital gaúcha pouco depois das 16h de sábado e seguiu direto para seu apartamento na avenida Copacabana, na zona Sul da cidade. Petistas gaúchos chegaram a informar que ela poderia passar a noite na casa da única filha, Paula, ou até mesmo no hotel Plaza São Rafael onde, neste domingo, aconteceu um café da manhã com lideranças políticas. Mas Dilma só saiu de seu apartamento, por volta das 20h30, para se dirigir à residência do ex-marido, o advogado Carlos Araújo, localizada na mesma avenida, a algumas quadras de distância. E, depois, dormiu em seu próprio apartamento.
Na manhã deste domingo, a candidata atrasou um pouco sua participação no café da manhã, prevista para ocorrer a partir das 8h. Foi neste horário que Dilma saiu de casa, sem conversar com a imprensa, em um comboio composto por seis carros com vidros equipados com películas de alta gradação. Antes, a movimentação se deu apenas por conta dos seguranças, que entravam e saíam do prédio carregando bagagens.
O trajeto para o Plaza foi rápido e demonstrou que, apesar do aparato, a segurança não parecia ter uma preocupação maior com a possibilidade de incidentes. Para chegar ao hotel, o caminho escolhido foi o do Túnel da Conceição, que está com duas das quatro pistas em obras, e isoladas por um tapume de chapas de metal. Como o túnel é rota de ônibus urbanos e metropolitanos e de uma parcela significativa da população que se desloca para o Centro, suas condições atuais facilitam o acesso de pedestres aos veículos e impossibilitam um deslocamento rápido em caso de acidente.
Na chegada ao Plaza, Dilma foi recepcionada pelo governador eleito do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT) e passou direto ao saguão, onde concedeu uma entrevista coletiva tumultuada, que mais se assemelhou a um pronunciamento. Diante da impaciência das dezenas de jornalistas, cinegrafistas e fotógrafos, do empurra-empurra e dos atritos entre os que procuravam se posicionar melhor, Dilma disparou: "Vou fazer uma declaração para todos e se todo mundo ficar calado é mais fácil".
A declaração ainda não estava concluída quando os jornalistas começaram a perguntar se Dilma pretende chamar a oposição para conversar. A candidata emendou no discurso que governaria com sua coligação e para todos os brasileiros. A exemplo do evento promovido no primeiro turno, o café da manhã com partidários e aliados foi realizado em um salão do Plaza, onde os jornalistas conseguiam visualizar a candidata a partir de uma área anexa, elevada, mas ao qual o acesso direto não era permitido. Em seu pronunciamento no café, Dilma falou rapidamente sobre as realizações dos governos do presidente Lula, lembrou sua própria trajetória e destacou a importância de mobilização da campanha até o encerramento do horário de votação.
Do hotel a candidata seguiu para a escola sstadual Santos Dumont, na zona Sul, onde ela e Tarso votaram. Na hora da votação, um mesário, fã de Dilma, protagonizou cenas inusitadas, causando certo constrangimento para a candidata. Sob o protesto dos fotógrafos, abraçou Dilma, ficou segurando a carteira de identidade da candidata, que tentava pegá-la, por tempo demais, e, na hora do tradicional V que é solicitado que os candidatos façam com os dedos médio e indicador, para simbolizar sua expectativa de vitória, de novo se aproximou de Dilma e fez junto com ela o gesto.
A saída também foi tumultuada. Além da imprensa, curiosos e fãs queriam chegar perto da petista. Depois de votar, Dilma voltou a se recolher, desta vez no apartamento da filha, Paula, na rua Cariri, que é bem próxima à escola onde vota. Paula reside no último andar de um prédio de quatro andares, em uma rua sem movimento. Com a rua tomada por carros da imprensa, os curiosos também começaram a se mobilizar. Jornalistas se posicionaram em uma área aberta do outro lado da via, para observar o apartamento, que tem algumas janelas de frente. Foi o suficiente para que todas as persianas fossem fechadas.
Pouco antes do meio-dia, nova movimentação. De novo com os vidros fechados, os carros do comboio se dirigiram para a residência de Araújo, uma casa ampla às margens do Rio Guaíba. O carro de Paula e de seu marido chegou em seguida, saiu e voltou. Dilma almoçou em companhia de Araújo, Paula, o genro e o neto. Quando saiu da casa, às 13h08min, alguns simpatizantes se concentravam na entrada da garagem, tiravam fotos. Depois de senhoras gritarem: "Dilma, Dilma, Dilma, abre para a gente, dá um aceno", a petista abriu rapidamente o vidro, acenou e voltou a fechá-lo. Ainda passou mais uma vez em seu apartamento, e, dele, foi para o antigo terminal do Aeroporto Internacional Salgado Filho. No aeroporto, o carro que a conduzia estacionou bem perto da aeronave e a candidata ingressou nela imediatamente. A porta se fechou com a mesma rapidez.
Em Porto Alegre a expectativa é de que, em caso de vitória, Dilma retorne ao Estado na quarta-feira (3), para descansar e, em caso de derrota, que o retorno ocorra ainda na segunda-feira (1). Sua assessoria informou apenas que o retorno para o Sul nesta semana é "pouco provável".
Lula: "Serra sai menor desta eleição"
SÃO BERNARDO DO CAMPO. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, após votar, esperar que Dilma Rousseff faça mais pelo Brasil do que ele fez e afirmou que o tucano José Serra, seu adversário, sairá menor do que quando entrou na eleição.
- Serra sai menor desta eleição. Ele fez uma campanha agressiva contra a Dilma. Ela foi vitima do preconceito contra a mulher - disse Lula, que condenou, ainda, a politização da religião nesta eleição. E criticou o uso das palavras do Papa sobre o aborto.
- A única novidade seria o Papa dizer que prega o aborto. O que houve foi o uso político das declarações do Papa - disse Lula, após votar hoje por volta das 10h na Escola Estadual João Firmino, no bairro Assunção, em São Bernardo do Campo, ao lado da mulher dona Marisa Letícia.
- O que aconteceu nesta eleição foi grave: a disseminação do ódio - disse Lula.
Ele desconversou quando os jornalistas lhe perguntaram se ele voltaria em 2014, dizendo que "nem sei se vou estar vivo até lá".
- Agora só penso em descansar - disse Lula.
Para Lula, na democracia o importante é que se tem data para entrar e data para sair, dizendo estar numa situação "confortável" para deixar o poder, se referindo aos altos índices de aprovação de seu governo.
Sobre eventual governo de Dilma Rousseff, Lula disse que não vê possibilidade nenhuma de participar do governo.
- Não existe nenhuma possibilidade de um ex-presidente participar de um governo, mas vou continuar conversando com Dilma. Ela é minha companheira.
Lula defendeu ainda o palhaço Tiririca, eleito com mais de 1,3 mihão de votos e também os políticos ficha suja, barrados pelo STF.
- O que estão fazendo com o Tiririca é uma cretenice. Ele foi eleito com 1,5 milhão de votos. Quem deveria fazer o teste (de que se sabe ler e escrever) é quem pediu o teste - disse Lula.
Ele defendeu ainda os candidatos barrados pela Lei do Ficha Limpa que participaram da eleição e agora não sabem se podem tomar posse.
- Então a Justiça não deveria deixar que eles participassem da eleição - disse Lula.
- Serra sai menor desta eleição. Ele fez uma campanha agressiva contra a Dilma. Ela foi vitima do preconceito contra a mulher - disse Lula, que condenou, ainda, a politização da religião nesta eleição. E criticou o uso das palavras do Papa sobre o aborto.
- A única novidade seria o Papa dizer que prega o aborto. O que houve foi o uso político das declarações do Papa - disse Lula, após votar hoje por volta das 10h na Escola Estadual João Firmino, no bairro Assunção, em São Bernardo do Campo, ao lado da mulher dona Marisa Letícia.
- O que aconteceu nesta eleição foi grave: a disseminação do ódio - disse Lula.
Ele desconversou quando os jornalistas lhe perguntaram se ele voltaria em 2014, dizendo que "nem sei se vou estar vivo até lá".
- Agora só penso em descansar - disse Lula.
Para Lula, na democracia o importante é que se tem data para entrar e data para sair, dizendo estar numa situação "confortável" para deixar o poder, se referindo aos altos índices de aprovação de seu governo.
Sobre eventual governo de Dilma Rousseff, Lula disse que não vê possibilidade nenhuma de participar do governo.
- Não existe nenhuma possibilidade de um ex-presidente participar de um governo, mas vou continuar conversando com Dilma. Ela é minha companheira.
Lula defendeu ainda o palhaço Tiririca, eleito com mais de 1,3 mihão de votos e também os políticos ficha suja, barrados pelo STF.
- O que estão fazendo com o Tiririca é uma cretenice. Ele foi eleito com 1,5 milhão de votos. Quem deveria fazer o teste (de que se sabe ler e escrever) é quem pediu o teste - disse Lula.
Ele defendeu ainda os candidatos barrados pela Lei do Ficha Limpa que participaram da eleição e agora não sabem se podem tomar posse.
- Então a Justiça não deveria deixar que eles participassem da eleição - disse Lula.
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Dilma tenta reverter tendência pró-Serra na BA (Postado por Erick Oliveira)
Um discurso rápido, com 20 minutos de duração, intercalado com afagos ao eleitorado e ataques leves ao adversário José Serra, marcou a passagem de Dilma Rousseff em Vitória da Conquista, a 509 km de Salvador.
Apresentando-se como a 'legítima representante do projeto do presidente Lula', a petista levou a multidão - estimada em 5 mil pessoas, segundo a PM, a alfinetar o adversário, dizendo que ele 'só sabia criticar, dizendo que o bolsa família era bolsa miséria'.
Dilma subiu ao palanque, armado na Praça Barão do Rio Branco uma hora e 48 minutos depois do anunciado na programação oficial. Saudando o público, fez jogo de palavras com o nome da cidade, dizendo que estava ali para falar de 'vitórias' e 'conquistas' e que, em 31 de outubro, o eleitor iria responder 'ao ódio, à falsidade e às mentiras com amor'.
Referindo-se às mulheres, prometeu, se eleita, não errar como governante. 'A mulher sabe governar bem, pois já governa sua casa, cria seus filhos, lava roupa, faz comida e cuida da roça'. Das poucas promessas que fez na cidade, destacou a erradicação da pobreza e aumento no número de empregos formais.
A cidade recebeu uma 'enxurrada' de panfletos, cartazes e as cenas mais comuns eram de pessoas desfilando com bandeiras nos carros e nas mãos. Tudo para mudar o cenário do primeiro turno, quando Serra obteve 59.420 votos, contra 56.780 de Dilma.
Apresentando-se como a 'legítima representante do projeto do presidente Lula', a petista levou a multidão - estimada em 5 mil pessoas, segundo a PM, a alfinetar o adversário, dizendo que ele 'só sabia criticar, dizendo que o bolsa família era bolsa miséria'.
Dilma subiu ao palanque, armado na Praça Barão do Rio Branco uma hora e 48 minutos depois do anunciado na programação oficial. Saudando o público, fez jogo de palavras com o nome da cidade, dizendo que estava ali para falar de 'vitórias' e 'conquistas' e que, em 31 de outubro, o eleitor iria responder 'ao ódio, à falsidade e às mentiras com amor'.
Referindo-se às mulheres, prometeu, se eleita, não errar como governante. 'A mulher sabe governar bem, pois já governa sua casa, cria seus filhos, lava roupa, faz comida e cuida da roça'. Das poucas promessas que fez na cidade, destacou a erradicação da pobreza e aumento no número de empregos formais.
A cidade recebeu uma 'enxurrada' de panfletos, cartazes e as cenas mais comuns eram de pessoas desfilando com bandeiras nos carros e nas mãos. Tudo para mudar o cenário do primeiro turno, quando Serra obteve 59.420 votos, contra 56.780 de Dilma.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
OS 13 COMPROMISSOS PROGRAMÁTICOS DE DILMA ROUSSEFF
PARA DEBATE NA SOCIEDADE BRASILEIRA
O Brasil mudou. E vai continuar mudando.
Há quase oito anos, o Governo Lula deu início a profundas transformações econômicas, sociais e políticas em nosso país.
Este processo não foi um movimento solitário de uma minoria, mas da imensa maioria da sociedade brasileira. Teve o apoio de ampla coligação de partidos que - no Congresso Nacional e no Executivo – contribuiu para o êxito do mais vasto programa de reformas que o País já conheceu. Teve também a participação ativa dos trabalhadores e seus sindicatos, do empresariado e suas entidades e das mais abrangentes parcelas da sociedade civil.
Refletiu a força da democracia brasileira. De uma democracia com participação popular, que soube combinar a expansão das liberdades públicas e o fortalecimento das instituições com melhorias substanciais nas condições de vida de homens e mulheres.
O governo do Presidente Lula conseguiu, pela primeira vez em nossa história, articular crescimento da economia com forte
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distribuição de renda, inclusão e ascensão social. Cerca de 14,7 milhões de empregos formais foram criados. O desemprego, que alcançava quase 12% da população economicamente ativa em 2002, foi reduzido para cerca de 6%. Pela primeira vez, o número de trabalhadores formais supera o de informais. Mais de 36 milhões de homens e mulheres ascenderam à classe média e 28 milhões saíram da pobreza. Esse processo ocorreu sem abalos macroeconômicos. A inflação foi mantida sob controle: os índices gerais de preços, que superavam 25% em 2002, hoje estão em torno de 5%. As taxas reais de juros recuaram de aproximadamente 20%, no governo FHC-Serra, para cerca de 6% no Governo Lula-Dilma. Em relação ao Produto Interno Bruto, a dívida líquida pública diminuiu de 61% para 41% entre 2002 e 2010. Superamos nossa vulnerabilidade externa. Rompemos com décadas de dependência do FMI (Fundo Monetário Internacional). O Brasil passou da condição de devedor à de credor internacional, acumulando reservas que ultrapassam 282 bilhões de dólares.
Nos mais variados domínios da economia, retomou-se o planejamento, especialmente em energia, infra-estrutura, transporte e logística, habitação e saneamento. Isso só foi possível porque se redefiniu o papel do Estado na economia e na sociedade brasileira, como demonstram o Programa de Aceleração do Crescimento e o Programa Minha Casa, Minha
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Vida. O fortalecimento das empresas estatais – como a Petrobrás, a Eletrobrás e os bancos públicos – permitiu uma articulação entre um Estado indutor do desenvolvimento e uma iniciativa privada pujante e revigorada.
As descobertas do PRÉ-SAL, além de apontarem para a transformação do Brasil em grande potência petrolífera, tem e terão impacto direto na industrialização do País, especialmente nos setores naval, de máquinas e equipamentos e petroquímico, além de contribuir para a formação de um Fundo de Longo Prazo que ampliará o financiamento das políticas sociais, educacionais, de saúde, científico-tecnológicas e culturais para a atual e às futuras gerações.
O crescimento econômico vem sendo combinado com a preservação ambiental. O êxito do combate ao desmatamento, sobretudo, na Amazônia, associado ao zoneamento agrícola e ao fortalecimento de uma matriz energética renovável são elementos fundamentais dessa política. Por isso, o Brasil pôde apresentar ousada proposta para enfrentar os problemas relacionados à mudança do clima na Conferência de Copenhague.
Políticas sociais, como o Bolsa Família e o Luz Para Todos, junto com a forte expansão do crédito (de 24% para 46,2% do PIB), a ampliação do apoio à agricultura familiar, o crescimento
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do emprego e a valorização do salário mínimo, que permitiu aos trabalhadores aumentos superiores à inflação, assim como o fortalecimento da Previdência, contribuíram para a democratização de oportunidades para milhões de brasileiros e brasileiras.
Tudo isso provocou a criação de um gigantesco mercado de bens de consumo e a formação do círculo virtuoso que garantiu a expansão sustentada de nossa economia. Assim, o Brasil pôde suportar a grave crise mundial iniciada em 2008 e, mais do que isso, estar entre os primeiros países a saírem dela. Quanta diferença em relação ao ocorrido no passado! Durante o governo FHC-Serra, nas crises do México, Sudeste Asiático e Rússia, o Brasil afundou, cobrando da sociedade novos esforços e imensos sacrifícios.
As políticas sociais do governo Lula não foram complemento compensatório de orientações econômicas conservadoras, menos ainda um mecanismo de “cooptação” de setores da sociedade, como pretendem nossos adversários; elas são, pois, o elemento estruturante de uma nova política econômica que elegeu a ascensão social e a geração de empregos como suas prioridades.
No Brasil de Lula e Dilma, todos cresceram.
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A inclusão social teve, nas políticas educacionais, outro elemento importante. O investimento, na educação, duplicou em termos reais no governo Lula-Dilma em relação ao período FHC-Serra. O Fundeb, a criação do piso salarial nacional e os programas de qualificação de docentes foram fundamentais para iniciar mudanças na educação dos Estados e dos municípios. O governo criou 14 novas universidades, 124 extensões universitárias e dobrou a número de vagas nas instituições federais. O PROUNI – apesar da tentativa judicial de destruí-lo, feita por nossos adversários - beneficiou até agora 704 mil estudantes pobres. A construção de 214 novas escolas profissionais representa grande passo na qualificação da força de trabalho para o período de expansão que o País vive e continuará vivendo. Forte apoio foi dado aos esportes e às políticas culturais.
Mais de 40 bilhões de reais dedicados à pesquisa elevaram a posição do Brasil na comunidade científica mundial. Criaram os alicerces para o desenvolvimento da inovação tecnológica, indispensável em uma sociedade do conhecimento.
Apesar do boicote de nossos adversários, que apoiaram ativamente a extinção da principal fonte de financiamento da saúde, houve substancial elevação dos recursos orçamentários anuais para o setor: de 29 bilhões de reais em 2002, no governo FHC-Serra, para 63 bilhões de reais, em 2010, no Governo Lula-
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Dilma. Esses recursos permitiram desenvolver novos programas, como Samu, Brasil Sorridente, Unidades de Pronto Atendimento, e viabilizaram a ampliação das equipes do Saúde da Família, o acesso a medicamentos e a Farmácias Populares.
Diferentemente de outros períodos de nossa história, a expansão econômica que estamos vivendo coincidiu com o aprofundamento da democracia. As liberdades públicas, especialmente, as de opinião, de imprensa e religiosa, tem sido respeitadas e ampliadas. Importantes iniciativas garantiram a preservação e expansão dos Direitos Humanos, esforço que continuará a ser aprofundado porque a liberdade é valor fundamental da democracia que estamos construindo.
Mais de 70 conferências nacionais, cobrindo distintas áreas da vida da sociedade, permitiram que milhões de brasileiros participassem na formulação das políticas públicas do Governo. Houve significativo esforço de reforma e fortalecimento do Estado brasileiro, por meio da realização de concursos públicos e da valorização dos servidores, do incentivo à transparência, compras NET, da retomada do planejamento, além do sistemático combate à corrupção pela Procuradoria Geral da República, pela Controladoria Geral da União e pela Polícia Federal.
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O Brasil adota uma política externa soberana: defende os princípios históricos de nossa diplomacia, respeitando a autodeterminação e a política de não-intervenção; prima pela solução negociada dos conflitos, pela defesa dos Direitos Humanos e, sobretudo, pela luta incansável em direção à Paz mundial; amplia sua presença internacional, combatendo a fome e a pobreza no mundo e promovendo a solidariedade entre os países pobres e em desenvolvimento; prioriza a integração latino-americana e o fortalecimento das relações Sul-Sul, especialmente com os países africanos e com a China e a Índia. Ao mesmo tempo, o Brasil mantem as tradicionais e sólidas relações com os Estados Unidos e com a União Europeia. Fiel aos princípios do multilateralismo, tem defendido a reforma das instituições internacionais – ONU, FMI e Banco Mundial – e o relacionamento soberano com os países desenvolvidos no âmbito bilateral ou em instâncias como o G20.
Os brasileiros recuperaram a autoestima. Deixaram de ver o Brasil como um país pequeno, impotente diante de seus desafios históricos. A eleição de um metalúrgico para Presidente da República e o êxito de sua gestão mostraram que estão abertas amplas oportunidades para todos os brasileiros. Com isso, a democracia se fortaleceu. A desesperança cedeu lugar à esperança. A participação social deixou as marcas da sociedade nas políticas públicas.
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O contraste entre o governo Lula-Dilma e o governo FHC-Serra fortalece, neste segundo turno, o caráter claramente plebiscitário desta eleição. São dois projetos de país que se confrontam.
As forças do progresso reunidas na coligação PARA O BRASIL SEGUIR MUDANDO não querem apenas dar continuidade ao realizado a partir de 2003.
Querem avançar e avançar muito.
Esses avanços só serão possíveis porque o País mudou nos últimos anos. E mudou para melhor.
Nossas realizações são a principal garantia que damos à sociedade brasileira. Permitem olhar com otimismo e esperança o futuro. Mas não queremos apenas pensar o futuro. Queremos construí-lo, juntos, com todos os brasileiros e brasileiras.
Os partidos que integram esta coligação não se reuniram apenas para eleger Dilma Rousseff e Michel Temer. Querem, com eles e com todos os homens e as mulheres de nosso país, continuar e aprofundar a mudança do Brasil, que se iniciou em 2003.
Dilma teve participação central na grande transformação pela qual passou o Brasil nos últimos oito anos. Como Ministra de Minas e Energia e como Ministra-Chefe da Casa Civil coordenou as grandes iniciativas do governo Lula.
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Sua trajetória de vida coincide com as lutas do povo nestas últimas décadas de nossa história. Ela combateu corajosamente a ditadura e participou da construção de uma vigorosa democracia em nosso País. Sua formação intelectual, sua presença militante nas lutas do povo brasileiro e sua vasta experiência nas administrações municipal, estadual e federal dão-lhe as credenciais políticas para continuar e aprofundar a obra do governo Lula. Por isso, obteve no primeiro turno mais de 47 milhões de votos.
Seu governo terá uma ampla base de apoio entre os governadores de Estado e uma sólida maioria no Senado e na Câmara de Deputados.
Dilma é a garantia de unir o País, respeitando as diferenças políticas, ideológicas, religiosas e culturais dos brasileiros.
Seu passado e seu presente são a garantia dos
13 COMPROMISSOS DE DILMA ROUSSEFF
1. Expandir e fortalecer a democracia política, econômica e socialmente. A democracia é nosso maior patrimônio. Além de um sistema de governo, é uma forma de vida que deve permear as relações econômicas e sociais. O fortalecimento da democracia política, logrado nos últimos
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anos, será mantido e consolidado pela continuidade da reforma do Estado; pela preservação da autonomia dos poderes constituídos; pela garantia irrestrita da liberdade de imprensa e de expressão e da liberdade religiosa; pelo aprofundamento do respeito aos Direitos Humanos; pelo incentivo à participação popular e pela realização de uma reforma política que fortaleça as instituições, aproximando-as sempre mais da cidadania. A reforma política será definida em um amplo diálogo com a sociedade e suas organizações, por meio do Congresso Nacional. Terá como objetivo dar maior consistência à representação popular e aos partidos, eliminando as distorções que ainda cercam os processos eleitorais. A reforma do Estado dará mais transparência e permeabilidade às demandas da sociedade, além de garantir eficácia no combate à corrupção;
2. Crescer mais, com expansão do emprego e da renda, com equilíbrio macroeconômico, sem vulnerabilidade externa e desigualdades regionais. No governo Dilma, será dada continuidade e profundidade a políticas que mantenham e expandam os níveis de crescimento alcançados nos últimos anos. Para tanto, serão ampliados o investimento, a poupança e as conquistas sociais. O crescimento não é sustentável sem estabilidade econômica, mas a estabilidade não se sustenta sem crescimento. A política macroeconômica será consistente com o equilíbrio
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fiscal, com o controle da inflação, com uma baixa vulnerabilidade a choques e com o crescimento mais rápido na renda das camadas mais pobres da população. Em acordo com Estados e municípios, serão complementadas mudanças tributárias que racionalizem e reduzam os efeitos socialmente regressivos da atual estrutura tributária e beneficiem a produção e as exportações. Além disso, a adoção de políticas regionais, com especial atenção ao desenvolvimento da Amazônia, do Nordeste e do Centro-Oeste, associando uma nova dinâmica dessas regiões com a pujança do Sul e Sudeste, levarão a um desenvolvimento mais harmônico do país;
3. Dar seguimento a um projeto nacional de desenvolvimento que assegure grande e sustentável transformação produtiva do Brasil. As políticas industrial, agrícola, energética e de infra-estrutura serão instrumentos centrais dessa transformação produtiva no próximo período. A política industrial, fortemente apoiada na inovação, vai compatibilizar o desenvolvimento da grande indústria com o das micro, pequenas e médias empresas, que são responsáveis pela geração da maior parte dos empregos. Para estimular e favorecer o empreendedorismo, serão definidas políticas especiais tributárias, de crédito, ambientais, de suporte tecnológico, qualificação profissional e de ampliação de mercados nacionais e internacionais.
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Para atingir esses objetivos, será essencial a ação do BNDES, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, do BNB e do Basa. A política agrícola fortalecerá a agricultura familiar e o agronegócio. Dará prosseguimento à reforma agrária em curso, com a ampliação do crédito e do apoio científico e tecnológico de organismos como a Embrapa. Aprofundará o atendimento das demandas logísticas que garantam o rápido e barato escoamento e o armazenamento da produção agrícola tanto para o mercado interno como para o exterior. A política energética se antecipará às demandas de um país que vive - e cada vez mais viverá - um longo período de crescimento acelerado. Será dada ênfase à produção de energia renovável e à pesquisa de novas fontes limpas. O Brasil dará prosseguimento à internacionalização de sua política energética, sobretudo, na sua relação com países pobres e em desenvolvimento. A mudança da infraestrutura, como vem sendo tratada no Programa de Aceleração do Crescimento - e está prevista no PAC 2 -, eliminará os gargalos que limitam nosso crescimento econômico, especialmente no transporte ferroviário, rodoviário, nos portos, aeroportos e nas condições de armazenagem. Será dada especial atenção à infraestrutura urbana que repercute diretamente nas condições de vida da imensa maioria da população: saneamento básico, transporte, habitação;
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4. Defender o meio ambiente e garantir um desenvolvimento sustentável. A política ambiental cuidará para que o Brasil desempenhe papel exemplar na construção de um modelo de desenvolvimento ao mesmo tempo sustentável e includente. Será dada ênfase à continuidade do exitoso programa de combate ao desmatamento, fortalecido no governo Lula, assim como à proteção de nossos biomas, especialmente, a Amazônia, o Cerrado e a Mata Atlântica. É fundamental o prosseguimento das iniciativas previstas nos Programas de Aceleração do Crescimento 1 e 2, como ampliação da oferta de água, o esgotamento sanitário, a coleta e o processamento de lixo nas cidades brasileiras. Tais iniciativas, juntamente com programas de habitação e de melhoria do transporte urbano, terão impacto sobre as condições de vida de milhões de homens e mulheres que se concentram nas cidades de grande e médio portes. A política industrial levará em conta critérios ambientais, da mesma forma que as políticas fiscais e de crédito. Seguirão privilegiadas as fontes renováveis de energia e a iniciativa da pesquisa e do desenvolvimento de fontes limpas. Os trabalhos de zoneamento agroecológico, de recuperação de terras degradadas e de implementação de projetos de manejo florestal também serão aprofundados. O governo brasileiro compromete-se com as metas apresentadas voluntariamente em Copenhague e continuará a defender,
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nos foros internacionais, políticas que estabeleçam responsabilidades iguais para todos os países, porém diferenciadas.
5. Erradicar a pobreza absoluta e prosseguir reduzindo as desigualdades. Promover a igualdade, com garantia de futuro para os setores discriminados na sociedade. Além do crescimento econômico, da expansão do emprego e da renda, da valorização do salário mínimo, o Programa Bolsa Família continuará tendo papel relevante na inclusão social. Esse Programa abrangerá a totalidade da população pobre. Além de melhorarem as condições de vida de milhões de brasileiros e de terem impacto positivo sobre o crescimento econômico, os programas sociais são o reconhecimento de direitos da cidadania e não medidas “assistenciais” como querem nossos adversários.
Essas políticas sociais serão complementadas pela ampliação da geração de emprego e renda, pelo fortalecimento da economia solidária e de programas de capacitação e crédito que favoreçam o empreendedorismo.
Nesses movimentos, terá papel importante o apoio às famílias que vivem agudos processos de desestruturação.
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Serão ampliadas as iniciativas legais e administrativas que, no governo Lula, promoveram a igualdade de direitos e de oportunidades para mulheres, negros, populações indígenas, idosos e para todos os setores da sociedade discriminados, seja pela sua condição social, deficiência, etnia, idéias, credos ou por sua orientação sexual. Por meio de políticas públicas, todos esses segmentos serão beneficiados pela proteção do Estado, visando a melhores condições de vida.
A erradicação da pobreza beneficiará não somente aos pobres, mas ao conjunto da sociedade;
6. O Governo Dilma será de todos os brasileiros e brasileiras e dará atenção especial aos trabalhadores. O governo Dilma dará especial atenção ao acesso ao trabalho formal de homens e mulheres, em particular aos jovens e aos segmentos sociais hoje mais discriminados. Ampliará os programas de apoio à inserção de jovens no mercado de trabalho e alternativas para inserção ocupacional dos beneficiários do Bolsa Família; protegerá o emprego e a renda dos trabalhadores; combaterá todas as formas de trabalho infantil, precário e degradante, especialmente, as manifestações residuais de trabalho escravo; promoverá relações e condições de trabalho saudáveis, qualificadas pela OIT como “trabalho decente”; manterá diálogo permanente com os sindicatos para definir as grandes linhas
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das políticas trabalhistas. No campo e na cidade, políticas habitacionais, de saneamento, transporte, educação e saúde contribuirão para a melhoria das condições de vida dos trabalhadores;
7. Garantir educação para a igualdade social, a cidadania e o desenvolvimento. Será garantido aos brasileiros – especialmente aos jovens – acesso a uma escola de qualidade, que combine ensino e capacitação para o trabalho. O governo Dilma expandirá e melhorará o ensino público e cuidará da educação da pré-escola à pós-graduação. Nas suas atribuições específicas, dará continuidade à ampliação e à qualificação da educação superior. Mais universidades públicas, mais campi e extensões universitárias garantirão a ampliação das matrículas. Mais verbas para estimular as pesquisas e fortalecimento da pós-graduação, que será expandida a todas as regiões do país. A experiência do ProUni será potencializada, permitindo a mais estudantes de baixa renda ingressarem na universidade. O projeto de construção das Instituições Federais de Educação Tecnológica (IFETs) será ampliado. As cidades pólo ou com mais de 50 mil habitantes possuirão, pelo menos, uma escola técnica. O piso nacional para professores e os programas nacionais de capacitação de docentes permitirão a cooperação da União com estados e municípios para alcançar padrões educacionais de
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qualidade em todos os níveis. O Governo Federal assumirá a responsabilidade da criação de 6 mil creches e pré-escolas e de 10 mil quadras esportivas cobertas. Será estabelecida uma articulação entre políticas educacionais, de esporte e cultura. Uma ampla mobilização – envolvendo poderes públicos e sociedade civil – terá como objetivo a erradicação do analfabetismo;
8. Transformar o Brasil em potência científica e tecnológica. Dando continuidade aos programas de fortalecimento da pesquisa científica e tecnológica em curso, o governo Dilma expandirá os recursos para Pesquisa e Desenvolvimento. Ampliará substancialmente o número de bolsas de estudos oferecidas pela Capes e pelo CNPq e dará ênfase à formação de engenheiros e à ampliação do registro de patentes. Serão privilegiadas as pesquisas em biotecnologia e nanotecnologia, robótica e novos materiais, tecnologia da informação e da comunicação, em saúde e produção de fármacos, biocombustíveis e energias renováveis, agricultura, biodiversidade, Amazônia e Semi-árido, áreas nuclear e espacial, recursos do mar e defesa. A inclusão digital ocupará um lugar importante, com a extensão da banda larga para todo o país, em especial para as escolas. Essas iniciativas permitirão que o Brasil construa uma sociedade
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do conhecimento para melhor enfrentar os desafios do século XXI;
9. Universalizar a saúde e garantir a qualidade do atendimento do SUS. O governo Dilma terá como preocupação fundamental o aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde e de seus mecanismos de gestão, de fiscalização e de controle de qualidade dos serviços prestados. Será dada continuidade às políticas públicas de ampliação do Samu, ao Programa Brasil Sorridente, às Farmácias Populares, à expansão das equipes do Programa Saúde da Família e à implantação das Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e policlínicas. Essas e outras iniciativas foram responsáveis por significativa melhoria dos indicadores sociais, como a redução da mortalidade infantil, e a diminuição de doenças transmissíveis e de epidemias. Essas ações serão complementadas por uma política de reestruturação da atenção hospitalar. Haverá especial atenção aos programas de saúde mental, especialmente no tratamento do alcoolismo, do consumo de crack e de outras drogas que afetam particularmente nossa juventude. A universalização da saúde dar-se-á também pela oferta gratuita de remédios contra a hipertensão e o diabetes e pelo desenvolvimento de programas nacionais de prevenção do câncer, de reabilitação de pessoas com deficiência e de atenção aos idosos. A saúde do trabalhador e a prevenção
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de acidentes terão lugar de destaque nas políticas governamentais. Em consonância com a política de Ciência e Tecnologia, haverá o desenvolvimento do complexo produtivo da saúde para avançar em direção à auto-suficiência científica e tecnológica na produção de fármacos e na ampliação da fabricação de genéricos. Além disso, a expansão do saneamento básico terá forte incidência na melhoria da saúde dos brasileiros;
10. Prover as cidades de habitação, saneamento, transporte e vida digna e segura para os brasileiros. Terá particular relevância no governo Dilma o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, que prevê a construção de mais dois milhões de moradias. Dar-se-á prosseguimento à democratização do acesso à terra urbana e à regularização da propriedade nos termos da lei, bem como ênfase no esforço de universalização do saneamento e de apoio à gestão integrada de resíduos sólidos. Um programa nacional de defesa urbana terá como objetivo prevenir desastres ambientais. Na mesma direção, serão adotadas medidas para promover a melhoria sensível das condições ambientais das cidades. Será dada continuidade, sobretudo, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento, ao programa que objetiva dotar as cidades de transporte coletivo eficiente, com especial ênfase, para a continuidade da expansão de metrôs nas principais
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aglomerações urbanas. Será fundamental também a redução dos acidentes de trânsito, que produzem anualmente dezenas de milhares de mortos, incapacitados e elevados prejuízos materiais. Para a implementação das grandes linhas das políticas urbanas, o governo Dilma estimulará a participação cidadã na sua formulação e na sua gestão, apoiará os municípios em seu esforço de administração mais eficiente e fortalecerá a gestão metropolitana. Todas as políticas urbanas se articularão com a necessidade de desenvolvimento econômico e ambiental dos territórios, de inclusão social e de promoção de uma cultura de paz nas cidades;
11. Valorizar a cultura nacional, dialogar com outras culturas, democratizar os bens culturais e favorecer a democratização da comunicação. Dando continuidade à mudança da política cultural dos últimos oito anos, o governo Dilma favorecerá a democratização dos bens culturais e a valorização de nossa identidade nacional e de nossa diversidade cultural. Serão ampliados os pontos de cultura e outros equipamentos. Será implantado o Vale Cultura. O debate plural de ideias será estimulado para fortalecer a democracia e para contribuir com a dimensão cultural da cidadania. Será favorecida a comunicação, livre e plural, capaz de refletir as distintas expressões da sociedade brasileira. O modelo brasileiro de TV aberta,
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associado a novas tecnologias, como o padrão de TV Digital adotado no Brasil e a internet, dentre outros, ajudarão na ampliação do acesso aos meios de informação e de comunicação. O fortalecimento do Sistema Nacional de Cultura permitirá uma presença maior de iniciativas em nossas cidades, especialmente, para nossos jovens. A memória e o patrimônio histórico e cultural nacionais serão valorizados. O governo Dilma fortalecerá nossa presença cultural no mundo e promoverá o diálogo com outras culturas. Será estabelecida uma forte conexão entre a política cultural e a política educacional. O Ministério da Cultura proporá iniciativas para fortalecer a indústria do audiovisual nacional e regional em articulação com outros países, sobretudo do Sul. Em diálogo com artistas, produtores e comunidades culturais, serão aperfeiçoados os mecanismos de financiamento da cultura;
12. Garantir a segurança dos cidadãos e combater o crime organizado O governo Dilma enfrentará o crime organizado e o crime comum, consolidando a mudança de paradigma da segurança pública, iniciada pelo Ministério da Justiça por meio do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania. Consolidará, portanto, a articulação entre a repressão qualificada e inteligente ao crime, a implementação de programas sociais com foco no jovem e a mobilização da sociedade. Para assegurar o êxito da política
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de segurança, seguirá aprofundando a nova relação federativa nesta área, articulando ações conjuntas com estados e municípios, integrando as polícias estaduais em um amplo programa de capacitação, fortalecendo, assim, o Bolsa-formação e um novo modelo de policiamento. Ampliará, assim, os Territórios de Paz e as UPPs com a polícia de proximidade, projetos de urbanização de áreas de maior conflito e programas sociais e de saúde para atender os jovens usuários de drogas, impedindo o aumento do crack nas grandes cidades. Integrará os sistemas de informação da segurança, profissionalizando a gestão com desenvolvimento de inteligência policial e alta tecnologia. Reforçará o trabalho da Polícia Rodoviária Federal, qualificando-o sempre mais para reduzir a insegurança no trânsito. Prosseguirá nos esforços de mudança nas leis processuais penais e em uma reforma radical do sistema penitenciário. A Polícia Federal e a Força Nacional de Segurança Pública serão fortalecidas para combater o crime organizado, dando especial atenção ao combate à lavagem de dinheiro. A Polícia Federal e as Forças Armadas intensificarão o controle e defesa de nossas fronteiras para impedir o tráfico de drogas e de armas;
13. Defender a soberania nacional. Por uma presença ativa e altiva do Brasil no mundo. A política externa do
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governo Dilma dará ênfase especial aos processos de integração sul-americana e latino-americana, à cooperação Sul-Sul (Bric, Ibas) e à solidariedade com os países pobres e em desenvolvimento. Nossas parcerias tradicionais serão preservadas e ampliadas. A política externa será instrumento importante para o aumento e diversificação geográfica de nosso comércio exterior e para a expansão de nossos investimentos e iniciativas de complementação produtiva. O Brasil permanecerá fiel aos princípios de não intervenção, de defesa dos Direitos Humanos, de luta pela paz mundial e pelo desarmamento. Continuará defendendo a construção de um mundo multilateral e a democratização de organismos internacionais como a ONU, o FMI e o Banco Mundial. O Brasil continuará mantendo na esfera bilateral ou em organismos multilaterais, como o G20, um diálogo construtivo e soberano com os países desenvolvidos e em desenvolvimento. A consolidação e a implementação da nova política de defesa, nos termos da Estratégia Nacional, aprovada em 2009, será acompanhada do reequipamento das Forças Armadas e da plena implantação do Ministério da Defesa iniciada no governo Lula.
Brasília, setembro-outubro de 2010
O Brasil mudou. E vai continuar mudando.
Há quase oito anos, o Governo Lula deu início a profundas transformações econômicas, sociais e políticas em nosso país.
Este processo não foi um movimento solitário de uma minoria, mas da imensa maioria da sociedade brasileira. Teve o apoio de ampla coligação de partidos que - no Congresso Nacional e no Executivo – contribuiu para o êxito do mais vasto programa de reformas que o País já conheceu. Teve também a participação ativa dos trabalhadores e seus sindicatos, do empresariado e suas entidades e das mais abrangentes parcelas da sociedade civil.
Refletiu a força da democracia brasileira. De uma democracia com participação popular, que soube combinar a expansão das liberdades públicas e o fortalecimento das instituições com melhorias substanciais nas condições de vida de homens e mulheres.
O governo do Presidente Lula conseguiu, pela primeira vez em nossa história, articular crescimento da economia com forte
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distribuição de renda, inclusão e ascensão social. Cerca de 14,7 milhões de empregos formais foram criados. O desemprego, que alcançava quase 12% da população economicamente ativa em 2002, foi reduzido para cerca de 6%. Pela primeira vez, o número de trabalhadores formais supera o de informais. Mais de 36 milhões de homens e mulheres ascenderam à classe média e 28 milhões saíram da pobreza. Esse processo ocorreu sem abalos macroeconômicos. A inflação foi mantida sob controle: os índices gerais de preços, que superavam 25% em 2002, hoje estão em torno de 5%. As taxas reais de juros recuaram de aproximadamente 20%, no governo FHC-Serra, para cerca de 6% no Governo Lula-Dilma. Em relação ao Produto Interno Bruto, a dívida líquida pública diminuiu de 61% para 41% entre 2002 e 2010. Superamos nossa vulnerabilidade externa. Rompemos com décadas de dependência do FMI (Fundo Monetário Internacional). O Brasil passou da condição de devedor à de credor internacional, acumulando reservas que ultrapassam 282 bilhões de dólares.
Nos mais variados domínios da economia, retomou-se o planejamento, especialmente em energia, infra-estrutura, transporte e logística, habitação e saneamento. Isso só foi possível porque se redefiniu o papel do Estado na economia e na sociedade brasileira, como demonstram o Programa de Aceleração do Crescimento e o Programa Minha Casa, Minha
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Vida. O fortalecimento das empresas estatais – como a Petrobrás, a Eletrobrás e os bancos públicos – permitiu uma articulação entre um Estado indutor do desenvolvimento e uma iniciativa privada pujante e revigorada.
As descobertas do PRÉ-SAL, além de apontarem para a transformação do Brasil em grande potência petrolífera, tem e terão impacto direto na industrialização do País, especialmente nos setores naval, de máquinas e equipamentos e petroquímico, além de contribuir para a formação de um Fundo de Longo Prazo que ampliará o financiamento das políticas sociais, educacionais, de saúde, científico-tecnológicas e culturais para a atual e às futuras gerações.
O crescimento econômico vem sendo combinado com a preservação ambiental. O êxito do combate ao desmatamento, sobretudo, na Amazônia, associado ao zoneamento agrícola e ao fortalecimento de uma matriz energética renovável são elementos fundamentais dessa política. Por isso, o Brasil pôde apresentar ousada proposta para enfrentar os problemas relacionados à mudança do clima na Conferência de Copenhague.
Políticas sociais, como o Bolsa Família e o Luz Para Todos, junto com a forte expansão do crédito (de 24% para 46,2% do PIB), a ampliação do apoio à agricultura familiar, o crescimento
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do emprego e a valorização do salário mínimo, que permitiu aos trabalhadores aumentos superiores à inflação, assim como o fortalecimento da Previdência, contribuíram para a democratização de oportunidades para milhões de brasileiros e brasileiras.
Tudo isso provocou a criação de um gigantesco mercado de bens de consumo e a formação do círculo virtuoso que garantiu a expansão sustentada de nossa economia. Assim, o Brasil pôde suportar a grave crise mundial iniciada em 2008 e, mais do que isso, estar entre os primeiros países a saírem dela. Quanta diferença em relação ao ocorrido no passado! Durante o governo FHC-Serra, nas crises do México, Sudeste Asiático e Rússia, o Brasil afundou, cobrando da sociedade novos esforços e imensos sacrifícios.
As políticas sociais do governo Lula não foram complemento compensatório de orientações econômicas conservadoras, menos ainda um mecanismo de “cooptação” de setores da sociedade, como pretendem nossos adversários; elas são, pois, o elemento estruturante de uma nova política econômica que elegeu a ascensão social e a geração de empregos como suas prioridades.
No Brasil de Lula e Dilma, todos cresceram.
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A inclusão social teve, nas políticas educacionais, outro elemento importante. O investimento, na educação, duplicou em termos reais no governo Lula-Dilma em relação ao período FHC-Serra. O Fundeb, a criação do piso salarial nacional e os programas de qualificação de docentes foram fundamentais para iniciar mudanças na educação dos Estados e dos municípios. O governo criou 14 novas universidades, 124 extensões universitárias e dobrou a número de vagas nas instituições federais. O PROUNI – apesar da tentativa judicial de destruí-lo, feita por nossos adversários - beneficiou até agora 704 mil estudantes pobres. A construção de 214 novas escolas profissionais representa grande passo na qualificação da força de trabalho para o período de expansão que o País vive e continuará vivendo. Forte apoio foi dado aos esportes e às políticas culturais.
Mais de 40 bilhões de reais dedicados à pesquisa elevaram a posição do Brasil na comunidade científica mundial. Criaram os alicerces para o desenvolvimento da inovação tecnológica, indispensável em uma sociedade do conhecimento.
Apesar do boicote de nossos adversários, que apoiaram ativamente a extinção da principal fonte de financiamento da saúde, houve substancial elevação dos recursos orçamentários anuais para o setor: de 29 bilhões de reais em 2002, no governo FHC-Serra, para 63 bilhões de reais, em 2010, no Governo Lula-
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Dilma. Esses recursos permitiram desenvolver novos programas, como Samu, Brasil Sorridente, Unidades de Pronto Atendimento, e viabilizaram a ampliação das equipes do Saúde da Família, o acesso a medicamentos e a Farmácias Populares.
Diferentemente de outros períodos de nossa história, a expansão econômica que estamos vivendo coincidiu com o aprofundamento da democracia. As liberdades públicas, especialmente, as de opinião, de imprensa e religiosa, tem sido respeitadas e ampliadas. Importantes iniciativas garantiram a preservação e expansão dos Direitos Humanos, esforço que continuará a ser aprofundado porque a liberdade é valor fundamental da democracia que estamos construindo.
Mais de 70 conferências nacionais, cobrindo distintas áreas da vida da sociedade, permitiram que milhões de brasileiros participassem na formulação das políticas públicas do Governo. Houve significativo esforço de reforma e fortalecimento do Estado brasileiro, por meio da realização de concursos públicos e da valorização dos servidores, do incentivo à transparência, compras NET, da retomada do planejamento, além do sistemático combate à corrupção pela Procuradoria Geral da República, pela Controladoria Geral da União e pela Polícia Federal.
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O Brasil adota uma política externa soberana: defende os princípios históricos de nossa diplomacia, respeitando a autodeterminação e a política de não-intervenção; prima pela solução negociada dos conflitos, pela defesa dos Direitos Humanos e, sobretudo, pela luta incansável em direção à Paz mundial; amplia sua presença internacional, combatendo a fome e a pobreza no mundo e promovendo a solidariedade entre os países pobres e em desenvolvimento; prioriza a integração latino-americana e o fortalecimento das relações Sul-Sul, especialmente com os países africanos e com a China e a Índia. Ao mesmo tempo, o Brasil mantem as tradicionais e sólidas relações com os Estados Unidos e com a União Europeia. Fiel aos princípios do multilateralismo, tem defendido a reforma das instituições internacionais – ONU, FMI e Banco Mundial – e o relacionamento soberano com os países desenvolvidos no âmbito bilateral ou em instâncias como o G20.
Os brasileiros recuperaram a autoestima. Deixaram de ver o Brasil como um país pequeno, impotente diante de seus desafios históricos. A eleição de um metalúrgico para Presidente da República e o êxito de sua gestão mostraram que estão abertas amplas oportunidades para todos os brasileiros. Com isso, a democracia se fortaleceu. A desesperança cedeu lugar à esperança. A participação social deixou as marcas da sociedade nas políticas públicas.
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O contraste entre o governo Lula-Dilma e o governo FHC-Serra fortalece, neste segundo turno, o caráter claramente plebiscitário desta eleição. São dois projetos de país que se confrontam.
As forças do progresso reunidas na coligação PARA O BRASIL SEGUIR MUDANDO não querem apenas dar continuidade ao realizado a partir de 2003.
Querem avançar e avançar muito.
Esses avanços só serão possíveis porque o País mudou nos últimos anos. E mudou para melhor.
Nossas realizações são a principal garantia que damos à sociedade brasileira. Permitem olhar com otimismo e esperança o futuro. Mas não queremos apenas pensar o futuro. Queremos construí-lo, juntos, com todos os brasileiros e brasileiras.
Os partidos que integram esta coligação não se reuniram apenas para eleger Dilma Rousseff e Michel Temer. Querem, com eles e com todos os homens e as mulheres de nosso país, continuar e aprofundar a mudança do Brasil, que se iniciou em 2003.
Dilma teve participação central na grande transformação pela qual passou o Brasil nos últimos oito anos. Como Ministra de Minas e Energia e como Ministra-Chefe da Casa Civil coordenou as grandes iniciativas do governo Lula.
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Sua trajetória de vida coincide com as lutas do povo nestas últimas décadas de nossa história. Ela combateu corajosamente a ditadura e participou da construção de uma vigorosa democracia em nosso País. Sua formação intelectual, sua presença militante nas lutas do povo brasileiro e sua vasta experiência nas administrações municipal, estadual e federal dão-lhe as credenciais políticas para continuar e aprofundar a obra do governo Lula. Por isso, obteve no primeiro turno mais de 47 milhões de votos.
Seu governo terá uma ampla base de apoio entre os governadores de Estado e uma sólida maioria no Senado e na Câmara de Deputados.
Dilma é a garantia de unir o País, respeitando as diferenças políticas, ideológicas, religiosas e culturais dos brasileiros.
Seu passado e seu presente são a garantia dos
13 COMPROMISSOS DE DILMA ROUSSEFF
1. Expandir e fortalecer a democracia política, econômica e socialmente. A democracia é nosso maior patrimônio. Além de um sistema de governo, é uma forma de vida que deve permear as relações econômicas e sociais. O fortalecimento da democracia política, logrado nos últimos
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anos, será mantido e consolidado pela continuidade da reforma do Estado; pela preservação da autonomia dos poderes constituídos; pela garantia irrestrita da liberdade de imprensa e de expressão e da liberdade religiosa; pelo aprofundamento do respeito aos Direitos Humanos; pelo incentivo à participação popular e pela realização de uma reforma política que fortaleça as instituições, aproximando-as sempre mais da cidadania. A reforma política será definida em um amplo diálogo com a sociedade e suas organizações, por meio do Congresso Nacional. Terá como objetivo dar maior consistência à representação popular e aos partidos, eliminando as distorções que ainda cercam os processos eleitorais. A reforma do Estado dará mais transparência e permeabilidade às demandas da sociedade, além de garantir eficácia no combate à corrupção;
2. Crescer mais, com expansão do emprego e da renda, com equilíbrio macroeconômico, sem vulnerabilidade externa e desigualdades regionais. No governo Dilma, será dada continuidade e profundidade a políticas que mantenham e expandam os níveis de crescimento alcançados nos últimos anos. Para tanto, serão ampliados o investimento, a poupança e as conquistas sociais. O crescimento não é sustentável sem estabilidade econômica, mas a estabilidade não se sustenta sem crescimento. A política macroeconômica será consistente com o equilíbrio
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fiscal, com o controle da inflação, com uma baixa vulnerabilidade a choques e com o crescimento mais rápido na renda das camadas mais pobres da população. Em acordo com Estados e municípios, serão complementadas mudanças tributárias que racionalizem e reduzam os efeitos socialmente regressivos da atual estrutura tributária e beneficiem a produção e as exportações. Além disso, a adoção de políticas regionais, com especial atenção ao desenvolvimento da Amazônia, do Nordeste e do Centro-Oeste, associando uma nova dinâmica dessas regiões com a pujança do Sul e Sudeste, levarão a um desenvolvimento mais harmônico do país;
3. Dar seguimento a um projeto nacional de desenvolvimento que assegure grande e sustentável transformação produtiva do Brasil. As políticas industrial, agrícola, energética e de infra-estrutura serão instrumentos centrais dessa transformação produtiva no próximo período. A política industrial, fortemente apoiada na inovação, vai compatibilizar o desenvolvimento da grande indústria com o das micro, pequenas e médias empresas, que são responsáveis pela geração da maior parte dos empregos. Para estimular e favorecer o empreendedorismo, serão definidas políticas especiais tributárias, de crédito, ambientais, de suporte tecnológico, qualificação profissional e de ampliação de mercados nacionais e internacionais.
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Para atingir esses objetivos, será essencial a ação do BNDES, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, do BNB e do Basa. A política agrícola fortalecerá a agricultura familiar e o agronegócio. Dará prosseguimento à reforma agrária em curso, com a ampliação do crédito e do apoio científico e tecnológico de organismos como a Embrapa. Aprofundará o atendimento das demandas logísticas que garantam o rápido e barato escoamento e o armazenamento da produção agrícola tanto para o mercado interno como para o exterior. A política energética se antecipará às demandas de um país que vive - e cada vez mais viverá - um longo período de crescimento acelerado. Será dada ênfase à produção de energia renovável e à pesquisa de novas fontes limpas. O Brasil dará prosseguimento à internacionalização de sua política energética, sobretudo, na sua relação com países pobres e em desenvolvimento. A mudança da infraestrutura, como vem sendo tratada no Programa de Aceleração do Crescimento - e está prevista no PAC 2 -, eliminará os gargalos que limitam nosso crescimento econômico, especialmente no transporte ferroviário, rodoviário, nos portos, aeroportos e nas condições de armazenagem. Será dada especial atenção à infraestrutura urbana que repercute diretamente nas condições de vida da imensa maioria da população: saneamento básico, transporte, habitação;
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4. Defender o meio ambiente e garantir um desenvolvimento sustentável. A política ambiental cuidará para que o Brasil desempenhe papel exemplar na construção de um modelo de desenvolvimento ao mesmo tempo sustentável e includente. Será dada ênfase à continuidade do exitoso programa de combate ao desmatamento, fortalecido no governo Lula, assim como à proteção de nossos biomas, especialmente, a Amazônia, o Cerrado e a Mata Atlântica. É fundamental o prosseguimento das iniciativas previstas nos Programas de Aceleração do Crescimento 1 e 2, como ampliação da oferta de água, o esgotamento sanitário, a coleta e o processamento de lixo nas cidades brasileiras. Tais iniciativas, juntamente com programas de habitação e de melhoria do transporte urbano, terão impacto sobre as condições de vida de milhões de homens e mulheres que se concentram nas cidades de grande e médio portes. A política industrial levará em conta critérios ambientais, da mesma forma que as políticas fiscais e de crédito. Seguirão privilegiadas as fontes renováveis de energia e a iniciativa da pesquisa e do desenvolvimento de fontes limpas. Os trabalhos de zoneamento agroecológico, de recuperação de terras degradadas e de implementação de projetos de manejo florestal também serão aprofundados. O governo brasileiro compromete-se com as metas apresentadas voluntariamente em Copenhague e continuará a defender,
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nos foros internacionais, políticas que estabeleçam responsabilidades iguais para todos os países, porém diferenciadas.
5. Erradicar a pobreza absoluta e prosseguir reduzindo as desigualdades. Promover a igualdade, com garantia de futuro para os setores discriminados na sociedade. Além do crescimento econômico, da expansão do emprego e da renda, da valorização do salário mínimo, o Programa Bolsa Família continuará tendo papel relevante na inclusão social. Esse Programa abrangerá a totalidade da população pobre. Além de melhorarem as condições de vida de milhões de brasileiros e de terem impacto positivo sobre o crescimento econômico, os programas sociais são o reconhecimento de direitos da cidadania e não medidas “assistenciais” como querem nossos adversários.
Essas políticas sociais serão complementadas pela ampliação da geração de emprego e renda, pelo fortalecimento da economia solidária e de programas de capacitação e crédito que favoreçam o empreendedorismo.
Nesses movimentos, terá papel importante o apoio às famílias que vivem agudos processos de desestruturação.
15
Serão ampliadas as iniciativas legais e administrativas que, no governo Lula, promoveram a igualdade de direitos e de oportunidades para mulheres, negros, populações indígenas, idosos e para todos os setores da sociedade discriminados, seja pela sua condição social, deficiência, etnia, idéias, credos ou por sua orientação sexual. Por meio de políticas públicas, todos esses segmentos serão beneficiados pela proteção do Estado, visando a melhores condições de vida.
A erradicação da pobreza beneficiará não somente aos pobres, mas ao conjunto da sociedade;
6. O Governo Dilma será de todos os brasileiros e brasileiras e dará atenção especial aos trabalhadores. O governo Dilma dará especial atenção ao acesso ao trabalho formal de homens e mulheres, em particular aos jovens e aos segmentos sociais hoje mais discriminados. Ampliará os programas de apoio à inserção de jovens no mercado de trabalho e alternativas para inserção ocupacional dos beneficiários do Bolsa Família; protegerá o emprego e a renda dos trabalhadores; combaterá todas as formas de trabalho infantil, precário e degradante, especialmente, as manifestações residuais de trabalho escravo; promoverá relações e condições de trabalho saudáveis, qualificadas pela OIT como “trabalho decente”; manterá diálogo permanente com os sindicatos para definir as grandes linhas
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das políticas trabalhistas. No campo e na cidade, políticas habitacionais, de saneamento, transporte, educação e saúde contribuirão para a melhoria das condições de vida dos trabalhadores;
7. Garantir educação para a igualdade social, a cidadania e o desenvolvimento. Será garantido aos brasileiros – especialmente aos jovens – acesso a uma escola de qualidade, que combine ensino e capacitação para o trabalho. O governo Dilma expandirá e melhorará o ensino público e cuidará da educação da pré-escola à pós-graduação. Nas suas atribuições específicas, dará continuidade à ampliação e à qualificação da educação superior. Mais universidades públicas, mais campi e extensões universitárias garantirão a ampliação das matrículas. Mais verbas para estimular as pesquisas e fortalecimento da pós-graduação, que será expandida a todas as regiões do país. A experiência do ProUni será potencializada, permitindo a mais estudantes de baixa renda ingressarem na universidade. O projeto de construção das Instituições Federais de Educação Tecnológica (IFETs) será ampliado. As cidades pólo ou com mais de 50 mil habitantes possuirão, pelo menos, uma escola técnica. O piso nacional para professores e os programas nacionais de capacitação de docentes permitirão a cooperação da União com estados e municípios para alcançar padrões educacionais de
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qualidade em todos os níveis. O Governo Federal assumirá a responsabilidade da criação de 6 mil creches e pré-escolas e de 10 mil quadras esportivas cobertas. Será estabelecida uma articulação entre políticas educacionais, de esporte e cultura. Uma ampla mobilização – envolvendo poderes públicos e sociedade civil – terá como objetivo a erradicação do analfabetismo;
8. Transformar o Brasil em potência científica e tecnológica. Dando continuidade aos programas de fortalecimento da pesquisa científica e tecnológica em curso, o governo Dilma expandirá os recursos para Pesquisa e Desenvolvimento. Ampliará substancialmente o número de bolsas de estudos oferecidas pela Capes e pelo CNPq e dará ênfase à formação de engenheiros e à ampliação do registro de patentes. Serão privilegiadas as pesquisas em biotecnologia e nanotecnologia, robótica e novos materiais, tecnologia da informação e da comunicação, em saúde e produção de fármacos, biocombustíveis e energias renováveis, agricultura, biodiversidade, Amazônia e Semi-árido, áreas nuclear e espacial, recursos do mar e defesa. A inclusão digital ocupará um lugar importante, com a extensão da banda larga para todo o país, em especial para as escolas. Essas iniciativas permitirão que o Brasil construa uma sociedade
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do conhecimento para melhor enfrentar os desafios do século XXI;
9. Universalizar a saúde e garantir a qualidade do atendimento do SUS. O governo Dilma terá como preocupação fundamental o aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde e de seus mecanismos de gestão, de fiscalização e de controle de qualidade dos serviços prestados. Será dada continuidade às políticas públicas de ampliação do Samu, ao Programa Brasil Sorridente, às Farmácias Populares, à expansão das equipes do Programa Saúde da Família e à implantação das Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e policlínicas. Essas e outras iniciativas foram responsáveis por significativa melhoria dos indicadores sociais, como a redução da mortalidade infantil, e a diminuição de doenças transmissíveis e de epidemias. Essas ações serão complementadas por uma política de reestruturação da atenção hospitalar. Haverá especial atenção aos programas de saúde mental, especialmente no tratamento do alcoolismo, do consumo de crack e de outras drogas que afetam particularmente nossa juventude. A universalização da saúde dar-se-á também pela oferta gratuita de remédios contra a hipertensão e o diabetes e pelo desenvolvimento de programas nacionais de prevenção do câncer, de reabilitação de pessoas com deficiência e de atenção aos idosos. A saúde do trabalhador e a prevenção
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de acidentes terão lugar de destaque nas políticas governamentais. Em consonância com a política de Ciência e Tecnologia, haverá o desenvolvimento do complexo produtivo da saúde para avançar em direção à auto-suficiência científica e tecnológica na produção de fármacos e na ampliação da fabricação de genéricos. Além disso, a expansão do saneamento básico terá forte incidência na melhoria da saúde dos brasileiros;
10. Prover as cidades de habitação, saneamento, transporte e vida digna e segura para os brasileiros. Terá particular relevância no governo Dilma o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, que prevê a construção de mais dois milhões de moradias. Dar-se-á prosseguimento à democratização do acesso à terra urbana e à regularização da propriedade nos termos da lei, bem como ênfase no esforço de universalização do saneamento e de apoio à gestão integrada de resíduos sólidos. Um programa nacional de defesa urbana terá como objetivo prevenir desastres ambientais. Na mesma direção, serão adotadas medidas para promover a melhoria sensível das condições ambientais das cidades. Será dada continuidade, sobretudo, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento, ao programa que objetiva dotar as cidades de transporte coletivo eficiente, com especial ênfase, para a continuidade da expansão de metrôs nas principais
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aglomerações urbanas. Será fundamental também a redução dos acidentes de trânsito, que produzem anualmente dezenas de milhares de mortos, incapacitados e elevados prejuízos materiais. Para a implementação das grandes linhas das políticas urbanas, o governo Dilma estimulará a participação cidadã na sua formulação e na sua gestão, apoiará os municípios em seu esforço de administração mais eficiente e fortalecerá a gestão metropolitana. Todas as políticas urbanas se articularão com a necessidade de desenvolvimento econômico e ambiental dos territórios, de inclusão social e de promoção de uma cultura de paz nas cidades;
11. Valorizar a cultura nacional, dialogar com outras culturas, democratizar os bens culturais e favorecer a democratização da comunicação. Dando continuidade à mudança da política cultural dos últimos oito anos, o governo Dilma favorecerá a democratização dos bens culturais e a valorização de nossa identidade nacional e de nossa diversidade cultural. Serão ampliados os pontos de cultura e outros equipamentos. Será implantado o Vale Cultura. O debate plural de ideias será estimulado para fortalecer a democracia e para contribuir com a dimensão cultural da cidadania. Será favorecida a comunicação, livre e plural, capaz de refletir as distintas expressões da sociedade brasileira. O modelo brasileiro de TV aberta,
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associado a novas tecnologias, como o padrão de TV Digital adotado no Brasil e a internet, dentre outros, ajudarão na ampliação do acesso aos meios de informação e de comunicação. O fortalecimento do Sistema Nacional de Cultura permitirá uma presença maior de iniciativas em nossas cidades, especialmente, para nossos jovens. A memória e o patrimônio histórico e cultural nacionais serão valorizados. O governo Dilma fortalecerá nossa presença cultural no mundo e promoverá o diálogo com outras culturas. Será estabelecida uma forte conexão entre a política cultural e a política educacional. O Ministério da Cultura proporá iniciativas para fortalecer a indústria do audiovisual nacional e regional em articulação com outros países, sobretudo do Sul. Em diálogo com artistas, produtores e comunidades culturais, serão aperfeiçoados os mecanismos de financiamento da cultura;
12. Garantir a segurança dos cidadãos e combater o crime organizado O governo Dilma enfrentará o crime organizado e o crime comum, consolidando a mudança de paradigma da segurança pública, iniciada pelo Ministério da Justiça por meio do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania. Consolidará, portanto, a articulação entre a repressão qualificada e inteligente ao crime, a implementação de programas sociais com foco no jovem e a mobilização da sociedade. Para assegurar o êxito da política
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de segurança, seguirá aprofundando a nova relação federativa nesta área, articulando ações conjuntas com estados e municípios, integrando as polícias estaduais em um amplo programa de capacitação, fortalecendo, assim, o Bolsa-formação e um novo modelo de policiamento. Ampliará, assim, os Territórios de Paz e as UPPs com a polícia de proximidade, projetos de urbanização de áreas de maior conflito e programas sociais e de saúde para atender os jovens usuários de drogas, impedindo o aumento do crack nas grandes cidades. Integrará os sistemas de informação da segurança, profissionalizando a gestão com desenvolvimento de inteligência policial e alta tecnologia. Reforçará o trabalho da Polícia Rodoviária Federal, qualificando-o sempre mais para reduzir a insegurança no trânsito. Prosseguirá nos esforços de mudança nas leis processuais penais e em uma reforma radical do sistema penitenciário. A Polícia Federal e a Força Nacional de Segurança Pública serão fortalecidas para combater o crime organizado, dando especial atenção ao combate à lavagem de dinheiro. A Polícia Federal e as Forças Armadas intensificarão o controle e defesa de nossas fronteiras para impedir o tráfico de drogas e de armas;
13. Defender a soberania nacional. Por uma presença ativa e altiva do Brasil no mundo. A política externa do
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governo Dilma dará ênfase especial aos processos de integração sul-americana e latino-americana, à cooperação Sul-Sul (Bric, Ibas) e à solidariedade com os países pobres e em desenvolvimento. Nossas parcerias tradicionais serão preservadas e ampliadas. A política externa será instrumento importante para o aumento e diversificação geográfica de nosso comércio exterior e para a expansão de nossos investimentos e iniciativas de complementação produtiva. O Brasil permanecerá fiel aos princípios de não intervenção, de defesa dos Direitos Humanos, de luta pela paz mundial e pelo desarmamento. Continuará defendendo a construção de um mundo multilateral e a democratização de organismos internacionais como a ONU, o FMI e o Banco Mundial. O Brasil continuará mantendo na esfera bilateral ou em organismos multilaterais, como o G20, um diálogo construtivo e soberano com os países desenvolvidos e em desenvolvimento. A consolidação e a implementação da nova política de defesa, nos termos da Estratégia Nacional, aprovada em 2009, será acompanhada do reequipamento das Forças Armadas e da plena implantação do Ministério da Defesa iniciada no governo Lula.
Brasília, setembro-outubro de 2010
Países árabes pedem que EUA investiguem denúncias feitas por Wikileaks
Plantão | Publicada em 25/10/2010 às 10h49m
BBC
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Wikileaks sugere que EUA ignoram denúncias de abusos no Iraque
O Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico, grupo que inclui seis países árabes, pediu aos Estados Unidos que investiguem detalhes de supostos abusos que teriam sido cometidos contra os direitos humanos no Iraque veiculados no site especializado em vazamento de informações Wikileaks.
Os documentos do site sugerem que as Forças Armadas americanas ignoraram casos de tortura praticada pelas tropas iraquianas, além de se omitir de "centenas" de mortos de civis em postos de controle.
Em um comunicado, o secretário-geral do grupo, Abdulrahman al-Attiyah, disse que os EUA são responsáveis pelas supostas torturas e assassinatos.
O conselho é formado pela Arábia Saudita, Kuwait, Oman, Catar, Bahrein e Emirados Árabes.
O Pentágono disse que não tem intenção de reinvestigar os abusos.
O material divulgado pelo Wikileaks - considerado o maior vazamento de documentos secretos da história - comprova que os Estados Unidos mantiveram registros de mortes de civis, embora já tenham negado esta prática.
Ao todo, foram divulgados registros de 109 mil mortes, das quais 66.081 teriam sido civis.
No fim de semana, o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, acusou o site de tentar sabotar suas chances de reeleição e criticou o que chamou de "interesses políticos por trás da campanha midiática que tenta usar os documentos contra líderes nacionais".
Maliki, representante da etnia xiita, tenta se manter no poder depois das eleições parlamentares ocorridas em março, no qual nenhum partido obteve maioria. As negociações entre as diversas facções para formar uma coalizão prosseguem.
Seus oponentes sunitas dizem que os papeis divulgados pelo Wikileaks destacam a necessidade de estabelecer um governo de coalizão, em vez de concentrar todo o poder nas mãos de al-Maliki.
Tortura
Muitos dos 391.831 relatórios Sigact (abreviação de significant actions, ou ações significativas, em inglês) do Exército americano aparentemente descrevem episódios de tortura de presos iraquianos por autoridades do Iraque.
Em alguns deles, teriam sido usados choques elétricos e furadeiras. Também há relatos de execuções sumárias.
Os documentos indicam que autoridades americanas sabiam que estas práticas vinham acontecendo, mas preferiram não investigar os casos.
O porta-voz do Pentágono Geoff Morrell disse à BBC que, caso abusos de tropas iraquianas fossem testemunhados ou relatados aos americanos, os militares eram instruídos a informar seus comandantes.
Plantão | Publicada em 25/10/2010 às 10h49m
BBC
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Wikileaks sugere que EUA ignoram denúncias de abusos no Iraque
O Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico, grupo que inclui seis países árabes, pediu aos Estados Unidos que investiguem detalhes de supostos abusos que teriam sido cometidos contra os direitos humanos no Iraque veiculados no site especializado em vazamento de informações Wikileaks.
Os documentos do site sugerem que as Forças Armadas americanas ignoraram casos de tortura praticada pelas tropas iraquianas, além de se omitir de "centenas" de mortos de civis em postos de controle.
Em um comunicado, o secretário-geral do grupo, Abdulrahman al-Attiyah, disse que os EUA são responsáveis pelas supostas torturas e assassinatos.
O conselho é formado pela Arábia Saudita, Kuwait, Oman, Catar, Bahrein e Emirados Árabes.
O Pentágono disse que não tem intenção de reinvestigar os abusos.
O material divulgado pelo Wikileaks - considerado o maior vazamento de documentos secretos da história - comprova que os Estados Unidos mantiveram registros de mortes de civis, embora já tenham negado esta prática.
Ao todo, foram divulgados registros de 109 mil mortes, das quais 66.081 teriam sido civis.
No fim de semana, o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, acusou o site de tentar sabotar suas chances de reeleição e criticou o que chamou de "interesses políticos por trás da campanha midiática que tenta usar os documentos contra líderes nacionais".
Maliki, representante da etnia xiita, tenta se manter no poder depois das eleições parlamentares ocorridas em março, no qual nenhum partido obteve maioria. As negociações entre as diversas facções para formar uma coalizão prosseguem.
Seus oponentes sunitas dizem que os papeis divulgados pelo Wikileaks destacam a necessidade de estabelecer um governo de coalizão, em vez de concentrar todo o poder nas mãos de al-Maliki.
Tortura
Muitos dos 391.831 relatórios Sigact (abreviação de significant actions, ou ações significativas, em inglês) do Exército americano aparentemente descrevem episódios de tortura de presos iraquianos por autoridades do Iraque.
Em alguns deles, teriam sido usados choques elétricos e furadeiras. Também há relatos de execuções sumárias.
Os documentos indicam que autoridades americanas sabiam que estas práticas vinham acontecendo, mas preferiram não investigar os casos.
O porta-voz do Pentágono Geoff Morrell disse à BBC que, caso abusos de tropas iraquianas fossem testemunhados ou relatados aos americanos, os militares eram instruídos a informar seus comandantes.
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Chico: ‘Este governo não fala fino com Washington'
Artistas se reúnem em teatro no Rio para reeditar encontros a favor de Lula em 2002 e 2006
Flávia Salme e Manuela Andreoni, iG Rio de Janeiro | 19/10/2010 01:40 - Atualizada às 02:31
*
Mais de mil artistas, intelectuais e estudantes se reuniram nesta segunda-feira (18) no teatro Oi Casagrande, na zona sul do Rio de Janeiro, em ato em favor da candidatura à Presidência de Dilma Rousseff (PT) em evento convocado pela internet. Discursaram Emir Sader, Leonardo Boff, Chico Buarque, Marilena Chauí e outros. Eles destacaram a “revolução social” feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e defenderam a candidatura de sua sucessora.
Chico Buarque falou ao lado do teólogo Leonardo Boff e se disse um entusiasta da campanha petista por considerá-la a favor do diálogo com as diferenças e movimentos sociais, como o MST.
“É um governo que fala de igual para igual: não fala fino com Washington e não fala grosso com a Bolívia e o Paraguai e, por isso mesmo, é respeitado no mundo inteiro”, opinou Chico em um curto discurso.
“O caminho do desenvolvimento econômico, social e cultural é o da Dilma. A alternativa (José Serra) é o obscurantismo, é a intolerância, é a repressão, é o caminho do fascismo”, disse o escritor Emir Sader, um dos organizadores do ato a favor da candidata do PT.
Ao falar sobre o evento, Sader explicou que a idéia era retomar “o caminho do Canecão em 2002 e do Canecão em 2006” quando diversos artistas e intelectuais saíram em defesa da campanha do atual presidente.
Ele pediu desculpas para as pessoas que não conseguiram entrar (cerca de 400 pessoas, segundo seguranças da casa) no teatro, que tem 926 lugares e onde havia muita gente em pé.
Quem mais se aprofundou foi Boff, que discursou por mais de meia hora. Antes de defender os argumentos a favor de Dilma Roussefff, ele brincou com a platéia. Dizendo-se fiel a alguns hábitos de monge, pediu um sinal a Deus. Segundo ele, se o arquiteto Oscar Niemeyer comparecesse ao evento era senha divina de que a candidata de Lula estaria eleita.
“Eles ficaram montados sobre o poder durante 500 anos. O Lula entrou e 21 milhões saíram da pobreza: é toda a torcida do Corinthians. E 32 milhões saíram da classe média: é toda a torcida do Flamengo”, brincou. “Para elevar a metáfora, equivale a uma França. É uma magnitude histórica de grande relevância”.
Boff, que enfatizou ser amigo do presidente há mais de 30 anos, ainda argumentou que estão em confronto duas propostas para o país.
“Se a oposição ganhar, nós vamos ter imensos retrocessos. O que a classe dominante não tolera é que alguém que veio da pobreza chegue à Presidência. Para eles, um peão como o Lula tinha que estar na fábrica”, afirmou.
Para rebater a crítica da oposição de que o atual presidente não fez reformas que prometeu fazer em campanha, o teólogo destacou que Dilma teria a maioria nas duas casas e poderia realizar o que seu padrinho político não conseguiu.
Na saída, artistas relatam emoção
Ziraldo se limitou a dizer que o povo brasileiro não deve “mexer em time que está ganhando”. Mas, de acordo com o cineasta Luiz Barreto, Chico Buarque chegou a chorar durante o ato e não foi o único.
“Eu achei muito bonito. Houve aqui o que não houve nos debates da televisão. Deveriam ter filmado tudo para mostrar na televisão como campanha”, disse Barreto, que, no entanto, afirmou que Dilma ainda não é “A Filha do Brasil”, como foi o presidente Lula em seu filme.
A atriz Marieta Severo, convicta no voto na ex-ministra, também se emocionou. Segundo ela, no ato o público pôde ver Dilma como uma pessoa.
“Achei emocionante. Dilma estava iluminada. Esses debates amarram muito as pessoas de uma maneira geral. É a pessoa que a gente quer ver”, opinou a atriz.
Ao final do evento, cerca de cem pessoas esperavam a candidata do lado de fora. Eles fecharam metade da rua Afrânio de Melo Franco, onde fica o teatro, por alguns minutos para se despedir de Dilma. O repórter do CQC que seguia os intelectuais e artistas que declaram voto na governista foi hostilizado pela multidão sob gritos de “CQC é Serra”.
Flávia Salme e Manuela Andreoni, iG Rio de Janeiro | 19/10/2010 01:40 - Atualizada às 02:31
*
Mais de mil artistas, intelectuais e estudantes se reuniram nesta segunda-feira (18) no teatro Oi Casagrande, na zona sul do Rio de Janeiro, em ato em favor da candidatura à Presidência de Dilma Rousseff (PT) em evento convocado pela internet. Discursaram Emir Sader, Leonardo Boff, Chico Buarque, Marilena Chauí e outros. Eles destacaram a “revolução social” feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e defenderam a candidatura de sua sucessora.
Chico Buarque falou ao lado do teólogo Leonardo Boff e se disse um entusiasta da campanha petista por considerá-la a favor do diálogo com as diferenças e movimentos sociais, como o MST.
“É um governo que fala de igual para igual: não fala fino com Washington e não fala grosso com a Bolívia e o Paraguai e, por isso mesmo, é respeitado no mundo inteiro”, opinou Chico em um curto discurso.
“O caminho do desenvolvimento econômico, social e cultural é o da Dilma. A alternativa (José Serra) é o obscurantismo, é a intolerância, é a repressão, é o caminho do fascismo”, disse o escritor Emir Sader, um dos organizadores do ato a favor da candidata do PT.
Ao falar sobre o evento, Sader explicou que a idéia era retomar “o caminho do Canecão em 2002 e do Canecão em 2006” quando diversos artistas e intelectuais saíram em defesa da campanha do atual presidente.
Ele pediu desculpas para as pessoas que não conseguiram entrar (cerca de 400 pessoas, segundo seguranças da casa) no teatro, que tem 926 lugares e onde havia muita gente em pé.
Quem mais se aprofundou foi Boff, que discursou por mais de meia hora. Antes de defender os argumentos a favor de Dilma Roussefff, ele brincou com a platéia. Dizendo-se fiel a alguns hábitos de monge, pediu um sinal a Deus. Segundo ele, se o arquiteto Oscar Niemeyer comparecesse ao evento era senha divina de que a candidata de Lula estaria eleita.
“Eles ficaram montados sobre o poder durante 500 anos. O Lula entrou e 21 milhões saíram da pobreza: é toda a torcida do Corinthians. E 32 milhões saíram da classe média: é toda a torcida do Flamengo”, brincou. “Para elevar a metáfora, equivale a uma França. É uma magnitude histórica de grande relevância”.
Boff, que enfatizou ser amigo do presidente há mais de 30 anos, ainda argumentou que estão em confronto duas propostas para o país.
“Se a oposição ganhar, nós vamos ter imensos retrocessos. O que a classe dominante não tolera é que alguém que veio da pobreza chegue à Presidência. Para eles, um peão como o Lula tinha que estar na fábrica”, afirmou.
Para rebater a crítica da oposição de que o atual presidente não fez reformas que prometeu fazer em campanha, o teólogo destacou que Dilma teria a maioria nas duas casas e poderia realizar o que seu padrinho político não conseguiu.
Na saída, artistas relatam emoção
Ziraldo se limitou a dizer que o povo brasileiro não deve “mexer em time que está ganhando”. Mas, de acordo com o cineasta Luiz Barreto, Chico Buarque chegou a chorar durante o ato e não foi o único.
“Eu achei muito bonito. Houve aqui o que não houve nos debates da televisão. Deveriam ter filmado tudo para mostrar na televisão como campanha”, disse Barreto, que, no entanto, afirmou que Dilma ainda não é “A Filha do Brasil”, como foi o presidente Lula em seu filme.
A atriz Marieta Severo, convicta no voto na ex-ministra, também se emocionou. Segundo ela, no ato o público pôde ver Dilma como uma pessoa.
“Achei emocionante. Dilma estava iluminada. Esses debates amarram muito as pessoas de uma maneira geral. É a pessoa que a gente quer ver”, opinou a atriz.
Ao final do evento, cerca de cem pessoas esperavam a candidata do lado de fora. Eles fecharam metade da rua Afrânio de Melo Franco, onde fica o teatro, por alguns minutos para se despedir de Dilma. O repórter do CQC que seguia os intelectuais e artistas que declaram voto na governista foi hostilizado pela multidão sob gritos de “CQC é Serra”.
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
publicado 13/10/2010 às 17:13 - Atualizado em 13/10/2010 às 20:17
Eleições 2010: Dilma venceria 2º turno com 9% de vantagem, diz Vox Populi thumbnail
Pesquisa divulgada nesta quarta-feira revela que petista teria 54,5% das intenções de voto contra 45,4% de José serra (PSDB).
Da Redação redacao@novohamburgo.org (Siga no Twitter)
Faltando pouco mais de duas semanas para o segundo turno das Eleições 2010, Dilma Rousseff (PT) é favorita para ocupar a Presidência da República.
Pesquisa Vox Populi/iG divulgada nesta quarta-feira, dia 13, mostra a petista nove pontos percentuais a frente de José Serra (PSDB). O tucano tem 45,4% das intenções de voto, contra 54,5% de Dilma. Esses são índices sobre os votos válidos.
Leia Mais
Dilma teria 7% de vantagem sobre Serra no 2º turno, diz Datafolha
Quando se considera o universo total, a candidata do PT tem 48% e o tucano 40%. Os votos válidos excluem brancos, nulos (6%, somados) e indecisos (6%). Foram entrevistados três mil eleitores, entre os dias 10 e 11, em 214 municípios de todo o país. A margem de erro é de 1,8 ponto porcentual para mais ou para menos. A pesquisa está registrada sob o número 35648/2010.
DEBATE – O Instituto Vox Populi aferiu também o impacto do debate realizado pela TV Bandeirantes no último domingo, dia 10. Entre os entrevistados, 22% disse ter assistido, enquanto 77% disseram que não.
Entre os que não assistiram, 39% disse ter ouvido falar do debate e 60%, não. Entre os que assistiram ou tomaram conhecimento do debate, 37% disseram acreditar que Dilma saiu vitoriosa do confronto, 32% deram a vitória a Serra e 31% não souberam ou não responderam.
Informações de Estadão.com
FOTO: reprodução / Jornal Luzilândia
Assuntos: Datafolha, Dilma Rousseff (PT) tem 48%, Dilma tem 54.5%, Dilma tem 9% de vantagem sobre Serra, Dilma teria 7% de vantagem sobre Serra no 2º turno, Dilma venceria 2º turno com 9% de vantagem sobre Serra, elçeição para presidente da República, Eleições 2010, ilma Rousseff (PT), Instituto Vox Populi, José Serra (PSDB), José Serra (PSDB) tem 41%, pesquisa DataFolha, pesquisa Datafolha para o segundo turno, segundo turno, segundo turno para presidente, Serra tem 45.4%, Vox Populi, Vox Populi/iG
Eleições 2010: Dilma venceria 2º turno com 9% de vantagem, diz Vox Populi thumbnail
Pesquisa divulgada nesta quarta-feira revela que petista teria 54,5% das intenções de voto contra 45,4% de José serra (PSDB).
Da Redação redacao@novohamburgo.org (Siga no Twitter)
Faltando pouco mais de duas semanas para o segundo turno das Eleições 2010, Dilma Rousseff (PT) é favorita para ocupar a Presidência da República.
Pesquisa Vox Populi/iG divulgada nesta quarta-feira, dia 13, mostra a petista nove pontos percentuais a frente de José Serra (PSDB). O tucano tem 45,4% das intenções de voto, contra 54,5% de Dilma. Esses são índices sobre os votos válidos.
Leia Mais
Dilma teria 7% de vantagem sobre Serra no 2º turno, diz Datafolha
Quando se considera o universo total, a candidata do PT tem 48% e o tucano 40%. Os votos válidos excluem brancos, nulos (6%, somados) e indecisos (6%). Foram entrevistados três mil eleitores, entre os dias 10 e 11, em 214 municípios de todo o país. A margem de erro é de 1,8 ponto porcentual para mais ou para menos. A pesquisa está registrada sob o número 35648/2010.
DEBATE – O Instituto Vox Populi aferiu também o impacto do debate realizado pela TV Bandeirantes no último domingo, dia 10. Entre os entrevistados, 22% disse ter assistido, enquanto 77% disseram que não.
Entre os que não assistiram, 39% disse ter ouvido falar do debate e 60%, não. Entre os que assistiram ou tomaram conhecimento do debate, 37% disseram acreditar que Dilma saiu vitoriosa do confronto, 32% deram a vitória a Serra e 31% não souberam ou não responderam.
Informações de Estadão.com
FOTO: reprodução / Jornal Luzilândia
Assuntos: Datafolha, Dilma Rousseff (PT) tem 48%, Dilma tem 54.5%, Dilma tem 9% de vantagem sobre Serra, Dilma teria 7% de vantagem sobre Serra no 2º turno, Dilma venceria 2º turno com 9% de vantagem sobre Serra, elçeição para presidente da República, Eleições 2010, ilma Rousseff (PT), Instituto Vox Populi, José Serra (PSDB), José Serra (PSDB) tem 41%, pesquisa DataFolha, pesquisa Datafolha para o segundo turno, segundo turno, segundo turno para presidente, Serra tem 45.4%, Vox Populi, Vox Populi/iG
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