sábado, 31 de maio de 2014

Governo proíbe fumo em locais fechados e amplia alerta nos maços

Decreto proíbe qualquer propaganda e entrará em vigor em até 180 dias.

Nova norma veta o fumo em locais coletivos, exceto em tabacarias e cultos.

Filipe Matoso Do G1, em Brasília


Lei antifumo (Foto: G1)
O Ministério da Saúde anunciou neste sábado (31), Dia Mundial Sem Tabaco, novas regras de combate ao fumo, que incluem o fim da propaganda de cigarros, a extinção dos fumódromos em ambientes coletivos e a ampliação de mensagens de alerta em maços de cigarro vendidos no país.

A regulamentação da lei antifumo será publicada nesta segunda-feira (2) no "Diário Oficial da União" e as regras passarão a valer em até seis meses.

Segundo o governo, os fumantes não serão fiscalizados. Poderá ser punido somente o estabelecimento que desobedecer as normas. Locais de comércio e restaurantes, por exemplo, deverão orientar os clientes sobre a lei e pedir para que não fumem, podendo chamar a polícia quando alguém se recusar a apagar o cigarro.

A lei antifumo foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff em dezembro de 2011, após ter sido aprovada no Congresso Nacional, e desde então estava sem regulamentação, que define como e quando deve ser aplicada.
Conforme a lei, fica proibido o fumo em locais coletivos fechados em todo o país, com exceção das tabacarias e dos cultos religiosos.
Segundo o ministro da Saúde, Arthur Chioro, o ponto principal da regulamentação é a definição de quais são os locais onde não poderá haver consumo e venda de tabaco. As regras preveem que as pessoas não poderão fumar em lugares públicos ou privados (acessíveis ao público) que possuam cobertura, teto, parede, divisórias ou toldos. Em varandas de restaurante com toldo, por exemplo, não será permitido o fumo, bem como na área coberta de pontos de ônibus. As normas também valem para narguilés ou qualquer tipo de fumígeno, mas não abrangem cigarros eletrônicos, pois, segundo Chioro, eles não são legais no Brasil.
Segundo especialistas, o cigarro está associado a 26% das mortes por todos os tipos de câncer. Dados do governo apontam que o tabagismo está ligado a 200 mil mortes no Brasil por ano
Propaganda e embalagens
De acordo com as regras, qualquer propaganda de cigarro será proibida. Segundo Chioro, com a proibição de qualquer propaganda, inclusive em "displays" (painéis para anúncios), como ocorre hoje. A única forma de exibição dos maços deverá ser em locais de venda, mas, ainda assim, com 20% do espaço ocupado pela mensagem de alerta.

"É importante deixar claro que toda e qualquer propaganda de tabaco no Brasil, em relação a todos os produtos fumígenos, está proibida. Tudo em termos de propaganda sobre o que é fumável e legal no nosso país está proibido", disse Chioro.
A partir de agora, 100% da face de trás da embalagem e uma das faces laterais terão que ter imagem e mensagem sobre os problemas relacionados ao fumo. A partir de janeiro de 2016, na parte frontal da embalagem, 30% do espaço será destinado a mensagens de alerta. Atualmente, este tipo de mensagem só é estampada na parte de trás dos maços de cigarro.

Fiscalização e punição
Os estabelecimentos que desrespeitarem as regras poderão receber advertência, multa, ser interditados e ter a autorização de funcionamento cancelada. As multas irão variar de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão, de acordo com a infração. As vigilâncias sanitárias dos estados serão responsáveis pela fiscalização.

Segundo o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Barbano, a pessoa que estiver em um restaurante e se incomodar com o fato de alguém fumar deverá, primeiro, pedir ao estabelecimento que tome providências. Caso o responsável pelo restaurante se negue, a orientação é que a pessoa, então, denuncie o caso à Vigilância Sanitária.
Consumo e riscos
Pesquisa divulgada neste sábado pelo Ministério da Saúde diz que 11,3% dos adultos que vivem nas capitais do Brasil fumam. Em 2006, o índice era de 15,7%. Os homens são os que mais fumam, com índice de 14,4%. O percentual entre as mulheres é de 8,6%. Os fumantes passivos têm 30% a mais de chance de ter complicações respiratórias.

No ano passado, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 1,4 milhão de diárias por internação relacionada ao tabagismo, ao custo de R$ 1,4 bilhão aos cofres públicos. A estimativa do governo é que, neste ano, sejam registrados 16,4 mil novos casos de câncer de pulmão.
O secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, afirmou durante entrevista coletiva neste sábado que o tabagismo é responsável por 200 mil mortes no Brasil por ano. Além disso, está relacionado a 90% dos casos de câncer de pulmão; 85% das mortes por bronquite; 45% das mortes por infarto agudo do miocárdio; 25% das doenças vasculares e 30% das mortes decorrentes de outros tipos de câncer.
Entenda os males do cigarro
Segundo especialistas, o cigarro está associado a 26% das mortes por todos os tipos de câncer. No caso de tumores no pulmão, esse índice aumenta para 84%. Além desta doença, o cigarro pode causar alterações na voz, principalmente das mulheres, que podem adquirir uma voz grossa e totalmente diferente por infecção nas cordas vocais.

Em apenas um dia sem fumar, já é possível ter benefícios para a saúde, segundo a cardiologista Jaqueline Issa. É preciso ainda prestar atenção em outros sintomas de problemas na garganta, como dor, dificuldade para engolir ou respirar e sensação de caroço na região.
Segundo os médicos, o cigarro pode também afetar a tireoide, causando hipotireoidismo e levando ao ganho de peso, especialmente na região abdominal. Mulheres fumantes com mais de 50 anos, por exemplo, têm entre três a quatro vezes mais chances de ter hipotireoidismo que a população em geral.
Fora a alteração na voz e a rouquidão, o cigarro pode ainda causar também perda óssea nos dentes. Isso acontece porque a nicotina e outros componentes agridem a gengiva e a raiz dos dentes.
Infográfico cigarro x coração (Foto: G1)
 

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quarta-feira, 28 de maio de 2014

Desoneração permanente da folha estimula investimentos da indústria

SÃO PAULO - A decisão do governo de tornar permanente a desoneração da folha de pagamento atende a um pleito da indústria para elevar a competitividade do setor

Da redação

SÃO PAULO -  A decisão do governo de  tornar permanente a desoneração da folha de pagamento atende a um pleito da indústria para elevar a competitividade do setor, avalia a Confederação Nacional da Indústria (CNI). A manutenção do benefício dá mais segurança para as empresas planejarem seus negócios e deve resultar em acréscimo nos investimentos.
"É uma decisão importante para elevar a competitividade do produto brasileiro e dos investimentos. A manutenção da desoneração da folha reduz os custos das empresas com o trabalho, mantendo os direitos dos trabalhadores", afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
Pouco mais de dois anos após a medida de desoneração da folha de pagamentos começar a ser adotada, os efeitos positivos são sentidos pela grande maioria dos empresários, segundo levantamento feito em janeiro  pela CNI com representantes de 24 setores industriais beneficiados - atualmente, a medida contempla 56 setores ou segmentos de setores. O levantamento mostra que 96% dos entrevistados consideram a medida positiva e 92% dizem que ela deveria ser permanente. Para 84% dos setores, o nível de emprego aumentou ou vai aumentar e para 67% os investimentos cresceram ou vão crescer. O principal benefício apontado é a melhora do fluxo de caixa da empresa (91%) e a redução no valor da contribuição (87%) - era possível dar mais de uma resposta.

sábado, 24 de maio de 2014

   Presidente defendeu mais uma vez propostas de mudança, bandeira que levantou após a onda de manifestações que aconteceu no país em junho do ano passado

Reuters
Reuters
A presidente Dilma Rousseff
A presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira (23) que não é possível fazer uma reforma política sem participação popular e alfinetou o Congresso Nacional ao lembrar que uma proposta de consulta à população sobre o assunto enviada pelo Executivo ao Parlamento não foi adiante.
Em cerimônia de lançamento da Política Nacional de Participação Social, a presidente defendeu mais uma vez a necessidade de uma reforma política, bandeira que levantou após a onda de manifestações que aconteceu no país em junho do ano passado.

Leia mais: Governo lança política para estimular participação social nas decisões públicas

"Eu tenho isso arraigado nas minhas convicções. Não haverá reforma política se não tiver nesse processo participação social. Não haverá", disse a presidente.
"O meu governo enviou para o Congresso uma proposta de transformação, que tinha como ponto base a consulta popular. Não foi aprovada. E acredito que esta é uma questão que todos nós temos de agarrar com as duas mãos, governo e sociedade, e levarmos à frente com base na consulta popular."
Em meio aos protestos de meados de 2013, Dilma reuniu governadores e prefeitos de capitais em Brasília para anunciar o que chamou de cinco "pactos": pela mobilidade urbana, pela saúde, pela educação, pela solidez fiscal e pela reforma política.
Essa última, segundo a proposta de Dilma, seria feita por meio de uma consulta popular. Embora o governo tenha encaminhado o assunto ao Congresso, a proposta não andou no Parlamento.
Desde o mês passado, Dilma tem retomado a questão da reforma política e enfatizado a necessidade de uma consulta popular para tratar do tema.


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terça-feira, 13 de maio de 2014

Dilma visita obras da transposição das águas do Rio São Francisco

Publicação: 14 de Maio de 2014 às 00:00 | Comentários: 0
São Paulo (AE) - Em tempos de seca em São Paulo, a presidente Dilma Rousseff fez ontem uma visita a obras do projeto de transposição de águas do São Francisco que está sendo tocando para  garantir segurança hídrica em 390 municípios de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, que sofrem com a seca frequentemente. Durante visita ao Túnel Cuncas II, em São José de Piranhas, na Paraíba, Dilma afirmou que a obra é uma demonstração de que o Nordeste se “preparou para conviver com a seca”.
Cleber Caetano/PROperários trabalham na montagem da tubulação da estação de bombeamento de Cabrobó, a primeira no percurso da transposiçãoOperários trabalham na montagem da tubulação da estação de bombeamento de Cabrobó, a primeira no percurso da transposição

Ela aproveitou a oportunidade para citar a situação de São Paulo, que tem sofrido com a seca do reservatório Cantareira. “Estamos vendo uma situação muito difícil ser passada no estado mais rico da Federação”, afirmou Dilma, que estava acompanhada do governador Ricardo Coutinho (PSB) e do atual ministro da Integração Nacional, Francisco José Teixeira, além do titular da pasta no governo Lula, Ciro Gomes (PSB).
A presidente disse que o Nordeste hoje tem o mérito de ter tido consciência do problema da estiagem e ter investido em planejamento para tentar minimizar o impacto da seca. Sem citar nome de adversários políticos, como o governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB), Dilma fez críticas “aos que hoje cobram do governo federal” ajuda para a questão hídrica. “Acontece uma coisa engraçada: quem nunca fez desanda a cobrar de quem fez. É isso que estamos assistindo. Gente que nunca fez cobrar de quem está fazendo”, disse.

De acordo com a presidente, o Projeto de Integração do Rio São Francisco vai beneficiar 12 milhões de pessoas. “Não é um obra qualquer, tem uma envergadura fundamental”, afirmou. “Como a seca é recorrente, essas obras são cruciais para garantir o convívio com a seca, não o combate”, reforçou.

Dilma destacou o conjunto de obras que estão sendo feitas na região e afirmou que o governo federal está investindo para “garantir que a falta d’água não seja uma surpresa”. Segundo a presidente, por se tratar de uma obra que tem uma extensão de 477 quilômetros, há uma série de problemas conjugados ao longo da obra, que estão sendo resolvidos.

A presidente visitou ainda a estação de bombeamento de água de Cabrobó, em Pernambuco (EBI-1) e o canal de Jati, no Ceará.

De acordo com o Ministério da Integração, a região possui 28% da população brasileira e apenas 3% da disponibilidade de água. E o rio São Francisco apresenta 70% de toda a oferta regional. O projeto estabelece a interligação da bacia hidrográfica do Rio São Francisco - que apresenta relativa abundância de água (1.850 m2/segundo de vazão garantida pelo reservatório de Sobradinho) - com bacias inseridas no Nordeste Setentrional. O projeto atingiu um efetivo de 10.394 trabalhadores atuando ao longo dos 477 quilômetros de extensão. Com 3.140 equipamentos em operação, novas frentes de serviço em período integral também foram criadas para dar mais celeridade ao empreendimento que é a maior obra de infraestrutura do governo.







segunda-feira, 12 de maio de 2014

Dilma critica governo de Minas Gerais por atraso em obra

Por Reuters |

    'Eu tenho escutado que tem gente se queixando que o anel rodoviário está atrasado. Ora, se estiver atrasado, eu sugiro que se cobre o governo de Minas', diz Dilma em Ipatinga

    Reuters
    A presidente Dilma Rousseff alfinetou nesta segunda-feira o governo de Minas Gerais, até o mês passado governado pelo PSDB, pelo atraso em uma obra sob responsabilidade do Estado e com orçamento do governo federal. Dilma também defendeu a política de subsídios de seu governo, em resposta a críticas feitas pelo presidenciável do PSDB, Aécio Neves.
    Leia mais: Dilma entregou só 7% das 6 mil novas creches prometidas em campanha
    Ano eleitoral: Políticos se descolam de escândalos e adiam medidas impopulares
    Em Ipatinga, Dilma assinou a ordem de serviço da duplicação da BR-381 entre Belo Horizonte e Governador Valadares, um investimento de 2,5 bilhões de reais, e cutucou o governo do Estado ao mencionar uma outra obra financiada pelo governo federal, o anel rodoviário.
    "Nós fizemos uma proposta ao governo de Minas: vocês façam uma parte (do anel rodoviário) e nós pagamos a parte que vocês fazem, e nós fazemos a outra parte e também pagamos. Enfim, nós pagamos o anel rodoviário inteiro", disse.
    Roberto Stuckert Filho/PR
    Dilma Rousseff em Minas Gerais

    "Eu tenho escutado que tem gente se queixando que o anel rodoviário está atrasado. Ora, se estiver atrasado, eu sugiro que se cobre o governo de Minas também pelo atraso, e não só o governo federal. Porque na hora de a gente fazer o acordo e passar os recursos, todo mundo quer, na hora de cobrar só nós somos cobrados? Que história é essa?", indagou Dilma.
    Até o mês passado Minas era governada pelo tucano Antonio Anastasia, afilhado político de Aécio e que sucedeu o presidenciável tucano no posto. Anastasia deixou o governo e tem atuado como figura central na campanha de Aécio à Presidência.
    Sem paulista na disputa: Presidenciáveis cobiçam o maior eleitorado do Brasil
    Dilma também aproveitou o discurso para fazer uma defesa enfática da política de subsídios de seu governo, numa resposta a comentários recentes de Aécio que considerou excessivos os empréstimos a juros subsidiados feitos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
    "Quando vocês veem alguém criticando subsídio, vocês saibam que ou estão querendo acabar com programa social ou acabar com o financiamento das indústrias do nosso país", disse a presidente, para quem os subsídios são fundamentais para manter programas como o Minha Casa, Minha Vida.
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