quarta-feira, 10 de dezembro de 2014


Dilma chora ao receber relatório sobre ditadura militar


A presidente reeleita em outubro afirmou que o documento realizado pelo CNV ajuda o Brasil a “se reconciliar consigo mesmo” após as duas décadas de regime
Foto: Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados
Foto: Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados

A presidente Dilma Rousseff (PT) se emocionou e chorou durante a cerimônia de entrega do relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV) nesta quarta-feira (10). A cena ocorreu quando a petista fez referência aos brasileiros que perderam parentes e amigos no combate à ditadura militar.
Muito emocionada, Dilma chorou ao dizer que o Brasil merecia a verdade sobre a ditadura militar. “Sobretudo merecem a verdade aqueles que perderam familiares e parentes e que continuam sofrendo como se eles morressem de novo e sempre a cada dia”, disse, com a voz embargada, após interromper o discurso por causa do choro.
Na ocasião, a presidente reeleita em outubro afirmou também que o relatório ajuda o Brasil a “se reconciliar consigo mesmo”, após as duas décadas de regime militar. Dilma, que é ex-presa política, disse ainda que o documento é resultado de “esforço pela procura da verdade, respeito da verdade histórica e estímulo da reconciliação do País”.
A petista salientou que ter acesso à verdade não “significa revanchismo”. “A verdade faz com que agora tudo possa ser dito, explicado e sabido. A verdade significa a oportunidade de fazer o encontro de nós mesmos com nossa história e do povo com a sua história”, comentou.
O relatório final da CNV faz um relato das atividades desenvolvidas durante os dois anos e sete meses de investigações, além de fatos apurados, conclusões e recomendações. De acordo com o coordenador do colegiado, Pedro Dallari, uma das conclusões mais importantes do relatório final é a confirmação de que as graves violações aos direitos humanos, durante o período da ditadura militar, foram praticadas de maneira sistemática.
Criada pela Lei 12.528/2011 e instalada em maio de 2012 para examinar e esclarecer violações de direitos humanos cometidas entre 1946 e 1988, principalmente no período da ditadura militar (1964-1985), a Comissão Nacional da Verdade terá seus trabalhos encerrados no próximo dia 16. No relatório final, o grupo sugere a criação de um órgão público para dar seguimento e continuidade às ações da CNV.
*Com informações da EBC

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