sábado, 30 de maio de 2015

Dilma reforça sua posição contrária à doação empresarial para campanhas

"Temos que introduzir na Constituição. Temo que isso esteja sendo postergado"

Em evento do PCdoB na noite de sexta-feira (29), na capital paulista, a presidenta Dilma Roussef defendeu  sua posição contrária às doações feitas por empresas a candidatos e partidos políticos. "Considero que temos que introduzir na Constituição o fim do financiamento empresarial de campanha. Temo que isso esteja sendo postergado", disse a presidente. 
Dilma afirmou também que o governo está em um momento difícil, de grande desafio. Ela lembrou que, desde a eclosão da crise financeira de 2008, o governo federal adotou todas as medidas anticíclicas possíveis, como fortalecer e ampliar políticas sociais e o crédito, a fim de proteger o consumo, o investimento das empresas, o emprego e a renda dos trabalhadores. “Agora nós chegamos no limite de nossa capacidade anticíclica”, destacou.
Dilma Rousseff
Dilma Rousseff
“Não estamos fazendo mudança na estratégia, estamos alterando a tática”, disse ao garantir a continuidade dos programas sociais e que não vai sucatear a infraestrutura do país. Segundo a presidenta, não há como adiar um ajuste fiscal. O país não pode continuar com o mesmo padrão e há necessidade de um reequilíbrio fiscal.
Segundo Dilma, o objetivo é encurtar ao máximo as restrições mais pesadas e dividir os sacrifícios da forma mais justa possível, mas que a retomada do crescimento exige esforços de todos. Ela ressaltou a importância da reforma política e do fim do financiamento empresarial nas campanhas eleitorais.
Sobre a Operação Lava Jato, a presidenta afirmou que o Brasil deve continuar a combater a corrupção e a impunidade e que o governo tem atuado junto ao Ministério Público federal, sem impor a presença de um “engavetador geral da República”.
Dilma também falou sobre o projeto que reduz a maioridade penal e destacou que “há um conservadorismo muito perigoso da sociedade brasileira”. Segundo a presidenta, a medida que propõe a redução da maioridade penal é “gravíssima” e defendeu outro modelo: “Somos a favor de penalizar o adulto que usa crianças como escudo legal”.
Tags: brasil, campanha, dilma, doação, Governo

Dilma: há um conservadorismo muito perigoso na sociedade brasileira

Em evento do PCdoB na noite desta sexta-feira, 29, em São Paulo, na qual foi a estrela principal, a presidente Dilma Rousseff (PT) advertiu que há um conservadorismo muito perigoso na sociedade brasileira. E se posicionou novamente contra a maioridade penal. "Penalize o adulto, mas resolver a questão da violência do menor com internação em prisões, não resolve."No discurso de pouco mais de uma hora, a presidente lamentou a queda da CPMF, derrubada no Congresso Nacional, na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o apoio dos parlamentares do PSDB. E disse que a destinação de 25% do fundo do pré-sal para a saúde não dá para muita coisa. Neste momento, alguém da plateia gritou: "CPMF neles!" e ela riu e disse: "Não sou eu quem está dizendo."
Ao criticar o conservadorismo presente no País, voltou a elogiar o PCdoB, dizendo que eles sabem o que é prioridade. E defendeu sua gestão: "Posso garantir que a agenda do meu governo é popular, inclusiva, e tenho discutido o ajuste fiscal de forma equilibrada, com justiça. Tenho certeza que posso continuar contando com o PCdoB, quero a militância ao meu lado."
Cela
No final do discurso, disse que não se sente sozinha no Palácio do Planalto. "Sozinha me sino dentro de uma cela", emendou, em resposta a algumas críticas de que vive 'encastelada' na sede do executivo federal.
A vinda de Dilma para o evento do PCdoB não estava na agenda prévia do Palácio do Planalto, foi decidida na tarde de hoje, 29. No início do discurso, ela disse que ficou muito honrada e comovida pelo convite. "Neste convite tem toda confiança recíproca que eu tenho em vocês e queria muito que vocês tenham em mim."
Dilma falou que o Brasil tem uma trajetória política na qual, o PCdoB, com 90 anos, passou por muitas lutas. "Muitos partidos ficaram para trás e o PCdoB, sem abrir mão de seus ideais e bandeiras, da cor vermelha, de seus compromissos e socialismo, tornou-se um País democrático. E se transformou sem abandonar suas crenças ou suas convicções." E lembrou de João Amazonas e falou de Renato Rabelo.
Dilma chamou Rabelo de irmão de luta. "Podemos ter, em vários momentos, alguns erros. Sempre respondo que devemos ter orgulho de muitos erros e deste orgulho eu compartilho com Rabelo, quando lutei no Brasil, num período muito difícil de lutar." E disse que um dos motivos que motivaram sua vinda à conferência da legenda foi a homenagem a Rabelo, que está deixando a presidência do PCdoB.
Crise
Durante seu discurso, o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, fez críticas ao projeto de terceirização, conseguindo arrancar aplausos da presidente, mas também defendeu "o grande esforço do governo Dilma em proteger a economia nacional em tal situação de crise". "A presidente começou a procurar saída com medidas estruturantes", disse.
Rabelo criticou também o papel da oposição de trabalhar "para o quanto pior, melhor" e disse que é preciso evitar medidas antidemocráticas. Segundo ele, é preciso trabalhar pela defesa do mandato legítimo e constitucional da presidente Dilma. "Eles querem derrubar a presidenta, nós queremos sustentá-la", afirmou.
Apesar das críticas em relação a terceirização, Rabelo defendeu que o ajuste proposto pelo governo é necessário por conta de um período de crise internacional. "Acredito que a presidente tenha nitidez quanto alternativa a seguir", afirmou. Segundo ele, o apoio ao ajuste está ligado ao compromisso do governo em manter seus compromissos sociais. "É preciso de um ajuste que permita a retomada do crescimento, voltado para o progresso social", afirmou.
Filiação
O governador do Maranhão, Flavio Dino (PCdoB), em breve discurso na 10ª Conferência Nacional do PCdoB, brincou com a presidente Dilma Rousseff, dizendo que assim que ela terminasse o mandato, iria convidá-la para se filiar ao seu partido. O governador disse acreditar que Dilma levará o País a um porto seguro depois dessa crise e garantiu que seu partido está ao lado da petista em todos os momentos, mesmo os mais difíceis.
A próxima presidente do PCdoB, Luciana Santos, que assume no lugar de Rabelo, disse em seu discurso que a presidente Dilma se tornou um exemplo para gerações de mulheres, com coragem para enfrentar as adversidades. "Sua trajetória política de coração valente pode nos conduzir a uma saída que garanta o desenvolvimento do País e os investimentos sociais."


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