quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Dilma na ONU: Crise do capitalismo mundial passa por questões econômicas e gestão política


21/9/2011 12:34, Por Redação, com ABr - de Washington

A presidenta Dilma faz sua estreia na abertura da Assembleia Geral da ONU

Ao discursar na abertura da 66ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, a presidenta Dilma Rousseff disse que a crise global é ao mesmo tempo econômica, de governança e de coordenação política. Dilma destacou que, se a situação não for contida, pode se transformar em uma ruptura sem precedentes. Primeira mulher a discursar na abertura da assembleia da ONU, Dilma defendeu a necessidade de esforços de integração das nações para a superação da crise e retomada do crescimento.



– Não haverá retomada da confiança e do crescimento enquanto não se intensificaram os esforços de coordenação entre os países integrantes da ONU e das demais instituições multilaterais como o G20, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial – afirmou.



Para ela, “a ONU e essas organizações precisam emitir com máxima urgência sinais claros de coesão política e de coordenação macroeconômica”. Dilma acrescentou que o Brasil está apto a ajudar os países em desenvolvimento e que é preciso lutar contra o desemprego no mundo.



Questão palestina



Ainda durante seu discurso, a presidenta Dilma lamentou não ter a Palestina entre os países participantes da reunião. Ao cumprimentar os representantes do Sudão do Sul, país que pela primeira vez participa do encontro multilateral, Dilma lamentou a ausência da nação palestina.



– O Brasil já reconhece o Estado palestino como tal, nas fronteiras de 1967, de forma consistente com as resoluções das Nações Unidas. Assim como a maioria dos países nessa assembleia, acreditamos que é chegado o momento de termos a Palestina aqui representada a pleno título – afirmou.



A menção de Dilma à Palestina foi aplaudida pelos que participam da reunião. O Brasil já considera oficialmente a existência do Estado palestino desde dezembro do ano passado, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma mensagem de reconhecimento à Autoridade Nacional Palestina (ANP). O ingresso da ANP na ONU é um dos pontos polêmicos dessa reunião. A proposta encaminhada pelo presidente da ANP, Mahmoud Abbas, que tem o apoio da maioria dos países-membros, pede que a ONU reconheça o Estado palestino, segundo as fronteiras estabelecidas antes da guerra de 1967.



Os governos dos Estados Unidos e de Israel já se manifestaram contra a proposta. O governo de Israel informou que não aceita a exigência da ANP, que quer a divisão da cidade de Jerusalém. Segundo os israelenses, a capital religiosa de Israel é indivisível e não há possibilidade de mudar essa posição. O governo dos Estados Unidos antecipou que votará contra o pedido de Abbas, pois é favorável à busca por acordo e consenso. O tema deve ser submetido à votação no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Para ser aprovado, o pedido tem de contar com nove votos favoráveis, de um total de 15. Dilma ressaltou que o reconhecimento é primordial para a busca da paz na região.



– O reconhecimento é um direito legítimo do povo palestino à soberania, e a autodeterminação amplia a possibilidade de uma paz duradoura no Oriente Médio. Apenas uma Palestina livre e soberana poderá atender aos legítimos anseios de Israel por paz com seus vizinhos, segurança em suas fronteiras e estabilidade política em seu entorno regional – acrescentou.



A convivência pacífica entre judeus e palestinos no Brasil foi dada como exemplo pela presidenta Dilma.



– Venho de um país onde descendentes de árabes e judeus são compatriotas e convivem em harmonia como deve ser – destacou.





quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Dilma abre assembleia da ONU após debater crise com Obama

Pedro Duarte  
 

A presidente brasileira, Dilma Rousseff, permanece uma das mulheres mais influentes do mundo.
Para além de ser a capa da revista ‘Newsweek' desta semana, a chefe de Estado torna-se hoje na primeira mulher a abrir os trabalhos de assembleia-geral da ONU.
Ontem, Dilma esteve reunida com o presidente dos EUA, Barack Obama, aproveitando o encontro para expressar as suas preocupações com os prováveis prejuízos que poderão ser gerados pelo agravar da crise mundial. Segundo os assessores de Dilma, citados pela imprensa local, esta defendeu que o mais importante é a "preservação dos acordos existentes" e da "manutenção da estabilidade económica global", de modo a evitar crises sociais.
As mesmas fontes acrescentaram ainda que Dilma confirmou a Obama que irá efectuar no próximo ano uma visita aos EUA, retribuindo assim a visita efectuada, em Março, ao Brasil pelo presidente norte-americano. Durante a noite, Dilma terá participado num jantar com empresas dos EUA interessadas em aumentar o seu investimento no Brasil, as quais terão doado 725 mil euros para a manutenção do Brasil Institute, que quer fomentar o debate sobre o Brasil nos EUA.


segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Brasil na capa da Newsweek: 'Não mexa com a Dilma'

Sérgio Lima/Folha
A revista americana ‘Newsweek’ dedica a capa de sua última edição a Dilma Rousseff. De autoria do repórter Mac Margolis, o texto flerta com o laudatório. Os louvores começam na capa –uma Dilma de braços abertos, como que preparando-se para abraçar o título: "Onde as mulheres estão vencendo."
Prossegue no interior da revista. Ali, um texto intulado “Não mexa com Dilma” traz um positivo perfil-entrevista da presidente brasileira. Em meio a declarações de Dilma, a notícia fala de um Brasil economicamente bem posto, submetido a uma mulher de passado épico e presente exitoso.
A notícia abre com uma passagem da disputa presidencial de 2010. Deu-se no alvorecer da campanha, num aeroporto. Uma mulher e sua filha achegaram-se a Dilma. A menina, que se chamava Vitória, inquiriu: “Uma mulher pode ser presidente?” E Dilma: “Ela pode.”
Dilma contou que, quando criança, queria ser bailarina ou bombeira. Hoje, acha que “o mundo está mudando.” Viu na pergunta da menina Vitória um “sinal de progresso”. A revista endossou-a: “Para aqueles que duvidam, a Assembléia Geral da ONU que se reúne em Nova York nesta semana é o retrato da nova ordem mundial.”
Dilma escalará a tribuna, realça a notícia, na condição de primeira mulher a abrir a assembléia anual da ONU. Deve-se a primazia a uma praxe, não às saias de Dilma. Os mandatários brasileiros são escalados para o discurso inaugural desde que a ONU foi fundada.
“Hillary Clinton estará lá”, escreve a Newsweek. “Angela Merkel, a primeira-ministra alemã, também.” A revista considera “mais marcante” o fato de que, entre as 20 mulheres que comandam nações atualmente, quatro serem das Américas.
Além de Dilma, Cristina Kirchner (Argentina), Laura Chincilla (Costa Rica) e Kamla Persad-Bissessar (Trinidade e Tobago).
“A aprovação de Lula pode ter ajudado na eleição de Dilma”, o repórter de Newaweek admite. “Mas gerir a mais indomável democracia da América Latina exige mais do que um patrono poderoso”, ele pondera.
Lula escorou o seu sucesso, diz o texto, na combinação de “conservadorismo econômico com agressividade nos gastos sociais.” Serviu-se, de resto, do boom das commodities e do excesso de liquidez que rondava o mercado internacional à procura de bons negócios e porto seguro.
Dilma mantém a fé nessas políticas que serviram de “almofada” para atenuar os efeitos da crise global de 2008 sobre o Brasil. Agora, com a presidência assediada por nova crise, Dilma repetiu para a revista coisas que vem dizendo à imprensa do Brasil.
"Nós sabemos que não somos uma ilha. Eu abro o jornal e leio sobre isso todo dia. A Grécia não pode pagar seu socorro. A Espanha está em apuros. A Itália também. Os EUA não estão crescendo. Isso tem um impacto negative no resto do mundo.” Após breve pausa, Dilma perguntou ao repórter:
"Você sabe a diferença entre o Brasil e o resto do mundo?” Ao responder, Dilma apresentou como vantagem o que antes via como problema: os juros lunares.
“Temos todos os instrumentos intactos para combater o crescimento lento ou mesmo a estagnação da economia mundial. Nós ainda podemos cortar as taxas de juros, enquanto outros países não podem, porque suas taxas já se aproximam de zero.”
Dilma mencionou outras diferenças: "Somos uma grande economia, rica em recursos e com um mercado interno enorme." Atribuiu a pujança às “políticas sociais” que içaram “40 milhões de pessoas da pobreza” para a “classe media, desde 2003.”
Esse contingente, disse ela, equivale “a uma Argentina. A demanda doméstica ficou tão reprimida por tanto tempo que temos um imenso potencial de crescimento. Temos um boom da construção, mas não uma bolha. Esse mercado interno nos permitirá acelerar o crescimento".
A revista, de novo, corrobora Dilma. Informa que o Brasil vem de um crescimento de 7,5% em 2010. Estima que o PIB de 2011 terá um tônico “respeitável” –algo entre 3% e 3,5%. Enquanto as nações ricas lutam para evitar uma “dupla recessão, o Brasil tenta esfriar sua ardente economia”.
O texto recorda que Dilma não perde oportunidade para enaltecer Lula. Mas anota que ela jamais foi a política “inocente” que seus rivais pintaram. “Pergunte a José Serra”, sugere Newaweek. Há um ano, diz a reportage, Serra chamara Dilma de “envelope vazio”. E ela “surrou-o na eleição.”
Dilma é vendida como presidente trabalhadora de “pavio curto”. Silencia auxiliares. Leva-os às lágrimas. Reproduzem-se frases elogiosas de empresários e do economista Delfim Netto. São emolduradas por um comentário do marqueteiro João Santana: “A Dilma é a nova cara do Brasil –confiante em si mesma, menos preocupada em agradar, generosa sem ser bajuladora. Ela conhece o seu valor.”
Do passado militante de Dilma, a revista recorda a passagem pelos porões da ditadura, os choques elétricos, a pancadaria, o pau-de-arara. Ela não se vergou, diz o texto. Dava aos algozes “falsos nomes e pistas”.
A Dilma da Newsweek mantém “em grande medida sob controle” a coalizão “rebelde” que a sustenta no Congresso. Resiste às demandas fisiológicas. Converte denúncias de corrupção em vitórias políticas. Livra-se dos auxiliares “enodoados” que lhe haviam sido “impostos” e cerca-se de confidentes de saias. Entre elas Gleisi Hoffmann e Ideli Salvatti. Instala um “matriarcado no curacao macho de Brasília”.
Até Lula, diz a revista, começa a render-se. Citou-se uma frase dele: “Quatro anos não é suficiente para alguém que vai governar por oito anos”, . De uma “presidente por procuração”, sustenta a Newsweek, Dilma converteu-se em “política-alfa”.

Escrito por Josias de Souza às 04h39
 

sábado, 17 de setembro de 2011

Mãe de Dilma volta a ser internada com dificuldades respiratórias (Postado por Erick Oliveira)

A mãe da presidente Dilma Rousseff, Dilma Jane Rousseff, de 88 anos, voltou a ser internada no Hospital das Forças Armadas, em Brasília, onde esteve hospitalizada com diagnóstico de embolia pulmonar até a última quarta-feira.
A presidente da República visitou a mãe na manhã deste sábado (17), segundo informou a assessoria de comunicação da Presidência, acompanhada de uma tia. Ela saiu do Palácio da Alvorada em um helicóptero.
Dilma Jane apresentou na última quinta quadro de desestabilização decorrente dos sintomas apresentados na terça.
Na segunda, passou mal e foi diagnosticada com embolia pulmonar pequena, provocada pelo bloqueio de artérias do pulmão, que dificulta a respiração. A situação foi provocada pelo clima seco em Brasília. O Distrito Federal completou 99 dias sem chuvas neste sábado.
A presidente viaja neste sábado para os Estados Unidos, para participar da Assembleia Geral das Nações Unidas durante a próxima semana, entre outros compromissos oficiais. O compromisso está mantido e não há previsão de alteração na agenda de Dilma, de acordo com informações do Planalto.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Dilma embarca neste sábado para Nova York para estreia na ONU (Postado por Erick Oliveira)

A presidente Dilma Rousseff embarca rumo a Nova York neste sábado (17) para participar da Assembleia Geral das Nações Unidas. A agenda nos Estados Unidos inclui audiências com chefes de Estado estrangeiros, entrega de prêmio e uma série de reuniões sobre segurança nuclear, participação das mulheres na política e aquecimento global.
As reuniões bilaterais previstas são com o presidente dos EUA, Barack Obama, da França, Nicolas Sarkozy, do México, Felipe Calderón, e com o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron.
Na próxima quarta-feira (21), às 9h, Dilma se tornará a primeira mulher a fazer o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU. O Brasil tradicionalmente inaugura a assembleia por ter sido o primeiro país a aderir ao organismo internacional, em 1945.
Cronograma
A presidente desembarca em Nova York no domingo (18), às 5h30, e passa o dia sem compromissos oficiais. Na segunda (19), às 10h, ela participa da abertura da Reunião de Alto Nível sobre Doenças Crônicas Não-Transmissíveis, onde discursa sobre a experiência brasileira na área de política de saúde. “O objetivo é tratar da prevenção e controle de doenças não-transmissíveis em todo o mundo”, disse o porta-voz da Presidência, Rodrigo Baena.
A saúde tem sido tema constante nos discursos de Dilma, que defende um "debate" sobre a criação de uma nova fonte de financiamento para o setor. Uma das possibilidades seria um imposto sobre transações financeiras, nos moldes da extinta CPMF, mas cuja arrecadação fosse exclusivamente destinada para o Sistema Único de Saúde. Parte dos recursos da CPMF era destinada à Previdência Social.
De tarde, às 15h, Dilma participa de reunião da ONU sobre a participação das mulheres na política. A presidente foi convidada pela ex-presidente do Chile Michelle Bachelet, que é diretora-executiva da ONU Mulher, agência das Nações Unidas criada em 2010. “O objetivo é reforçar a atenção internacional para a necessidade de incluir mulheres na política”, explicou Baena.
Na terça-feira (20), às 13h30, Dilma terá reunião bilateral com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Dilma tem criticado as medidas tomadas pelos EUA para combater a turbulência financeira. Em entrevista na última quarta (15), a presidente afirmou que falta ao governo norte-americano "decisão política" que estimule investimentos e "recicle" o endividamento da população.
Às 14h, Dilma lança, ao lado de Obama, a iniciativa "Parceria para Governo Aberto" ("Open Government Partnership", em inglês), que visa difundir práticas como transparência orçamentária e acesso a informações públicas. O Brasil é coautor do projeto a convite do presidente norte-americano.

De acordo com o porta-voz da Presidência, Dilma poderá citar como exemplo de transparência a proposta de criação da Comissão da Verdade, que prevê a criação de um grupo para apurar violações aos direitos humanos de 1946 a 1988, incluindo a ditadura militar.
A presidente deve falar também do projeto de lei que amplia o acesso a informações governamentais e prevê o fim do sigilo eterno dos documentos públicos. As duas propostas estão em tramitação no Congresso Nacional. Após o evento, Dilma se reúne com o presidente do México, Felipe Calderón.
De noite, às 19h30, a presidente recebe o "Wilson Award for Public Services", prêmio oferecido pelo Woodrow Wilson Internacional Center for Scholars a personalidades que tenham contribuído para a melhoria dos serviços públicos. Entre os brasileiros que já receberam a homenagem está o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Assembleia da ONU
Na quarta-feira (21), às 8h30, Dilma tem audiência com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Em seguida, às 9h, ela faz o discurso de abertura do Debate Geral da 66ª Assembleia-Geral das Nações Unidas. No evento, chefes de Estado de mais de 190 países irão tratar, entre outros temas, do futuro político da Líbia, que vive uma guerra civil desde fevereiro deste ano, quando grande parte da população se rebelou contra a ditadura de 42 anos do coronel Muhammar Kadhafi.
A ONU deverá decidir se apoia formalmente o Conselho Nacional de Transição (CNT) líbio, formado pelos rebeldes que lutam contras as forças de Kadhafi. A tendência é de que as Nações Unidas defendam que o CNT assuma o poder provisoriamente e organize eleições.
Ao longo da tarde de quarta, Dilma terá reuniões bilaterais com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e com o premiê do Reino Unido, David Cameron. De acordo com o Planalto, mais de 40 países pediram audiências com Dilma. Devido à agenda apertada, a presidente precisou selecionar.
Segurança Nuclear
Na quinta-feira (22), Dilma irá participar da Reunião de Alto Nível sobre Segurança Nuclear. Chefes de Estado deverão avaliar a segurança de usinas nucleares como fontes de energia. Em março deste ano, um terremoto no Japão provocou vazamento radioativo na usina nuclear Fukushima Daiichi, em Okumamachi, na província de Fukushima.

“A reunião terá o objetivo de assegurar que o uso da energia nuclear para fins pacíficos se dê com o máximo nível de segurança. Tratará ainda da preparação contra desastres nucleares”, disse Rodrigo Baena.
A previsão é de que Dilma embarque de Nova York na noite de quinta-feira e chegue a Brasília na manhã de sexta (23). A comitiva brasileira na viagem aos EUA será formada pelos ministros de Relações Exteriores, Antonio Patriota, da Saúde, Alexandre Padilha, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, do Esporte, Orlando Silva, da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas, e da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Dilma: Brasil disposto a participar em "qualquer esforço internacional"

A presidente do Brasil afirmou hoje que o país "tem instrumentos para diminuir o impacto da crise".
O Brasil “está sempre disposto a participar em qualquer esforço internacional”, disse hoje em Brasília, Dilma Rousseff, citada pela Bloomberg.

A responsável acrescentou que o país “tem instrumentos para diminuir o impacto da crise” sublinhando, no entanto, que não existe um sistema internacional para resolver o problema que assolam vários países.

O ministro das Finanças do Brasil, Guido Mantega, revelou ontem que o Brasil, Rússia, Índia e China (BRIC) vão reunir-se na próxima semana em Washington para discutir maneiras de ajudar a União Europeia a estancar a crise de dívida que está a assolar vários países da região, de acordo com a Dow Jones.

“Vamos ver o que podemos fazer para ajudar a União Europeia a superar esta situação”, afirmou Guido Mantega.

Dilma defende 'debate' no Congresso sobre criação de imposto para saúde (Postado por Erick Oliveira)

A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta quarta-feira (14) que haja um "debate" liderado pelo Congresso Nacional sobre a criação de uma nova fonte de financiamento para a saúde, como um imposto cujos recursos seriam destinados ao setor. Segundo ela, melhorar a gestão não é suficiente para que o Brasil tenha um SUS (Sistema Único de Saúde) de qualidade.
"Eu acho que a opinião pública tem que entender. E o Congresso tem que fazer uma discussão. Não é possível a tese no Brasil de que é possível ter saúde de qualidade sem mais dinheiro. Não posso fazer demagogia com a população brasileira", afirmou.
Questionada se vetaria a eventual criação pelo Congresso de um novo imposto, Dilma afirmou: "Eu teria que ver qual imposto é. Depende muito do que se trata."
Dilma deu a entender que a proposta de criação da Contribuição Social para a Saúde (CSS) , imposto nos moldes da extinta CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), não é suficiente para solucionar o problema da saúde.
Ela destacou que a alíquota prevista para a CSS, de 0,1% sobre movimentações financeiras, é pequena. "A CSS é 0,1%. Esse 0,1% nós colocamos esse ano. Só nós [a União] aumentamos R$ 10 bilhões [no Orçamento de 2011 para a saúde, em comparação com o ano passado]", afirmou.
Na última segunda-feira (12), o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), disse que "não há clima" entre os deputados para a criação de um novo imposto para financiar a saúde. Nesse mesmo dia, o líder do governo na Casa, Cândido Vaccarezza, já havia afirmado que o governo não vai criar uma nova contribuição para o setor neste ano.
RDC
Dilma também defendeu nesta quarta o RDC (Regime Diferenciado de Contratações), contestado na última sexta-feira (9) no STF (Supremo Tribunal Federal) pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
Segundo ela, o governo "defende pregões, leilões, RDC com o preço oculto, porque o preço oculto tem uma função, que é impedir o conluio, o acerto de preço e a divisão de lotes [em licitações]".
O RDC cria novas regras de licitações para as obras da Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Uma de suas principais mudanças é que o novo regime agora permite que concorrentes e público só terão acesso aos valores orçados pelo governo para cada obra após o encerramento da licitação.
"É função nossa impedir o que em todos os países do mundo se fala de forma clara. É função nossa impedir conluio, práticas que rompem com a competição, práticas monopolistas", disse ela em discurso para abertura de um seminário na área de educação, em Brasília.
A presidente também mencionou a atuação de organismos externos de fiscalização, como o TCU (Tribunal de Contas da União) e a CGU (Controladoria-Geral da União).
"Nós somos um país que tem também no controle externo um instrumento de eficientização. Daí eu acredito que essses orgãos cumprem um papel fundamental. Eu sou testemunha desses processos em várias oportunidades."

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Crise é combatida com produção e consumo, diz Dilma (Postado por Erick Oliveira)

Em sua segunda visita em menos de um mês a São Paulo, a presidente Dilma Rousseff destacou a “adoção de um princípio republicano” na relação com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), em discurso de lançamento da construção de um estaleiro em Araçatuba.

A presidente assinou acordo para investimentos de R$ 1,5 bilhão na modernização e ampliação de 800 km da Hidrovia Rio Tietê. Desse montante, R$ 900 milhões sairão de recursos do PAC 2 e R$ 600 milhões do governo paulista. “É um empreendimento, que pelo porte dele, deve ser feito em parceria. E aqui nós mostramos a vantagem da adoção de um princípio republicano nas relações entre governo federal e governo estadual de São Paulo”.

Em seguida, na fala, ela cumprimentou Alckmin, dizendo que estava “ancorando uma parceria que se expressou há alguns dias atrás num cartão muito especial, no cartão do Bolsa Família”.

No último dia 18 de agosto, a presidente foi a São Paulo para lançar o cartão, que unificou programas sociais do governo e do estado, numa estratégia de regionalizar as ações do Brasil Sem Miséria, carro-chefe da presidente para erradicar a pobreza extrema no país.

Antes, em seu discurso, Alckmin falou da “alegria” de participar das obras da hidrovia e saudou por diversas vezes a presença de Dilma.

“Quero dizer à presidente Dilma que estamos muito felizes de somar esforços em benefício de São Paulo, do Brasil e principalmente de Araçatuba. Parabéns!”, disse Alckmin, ao encerrar seu discurso.
Ainda nesta terça, Dilma vai à cidade de São Paulo para assinar investimento de R$ 1,72 bilhão nas obras do trecho norte do Rodoanel. No total, a construção dos 44 km da via custará R$ 6,11 bilhões, e receberá recursos estaduais e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O evento ocorrerá no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
Crise
Ao falar sobre a crise internacional, Dilma destacou que, ao contrário de países desenvolvidos, as despesas do governo se enquadram em investimentos de infraestrutura e não no pagamento da dívida.
“Enquanto eles [países europeus] discutem como é que fica a crise da dívida dos seus bancos, nós estamos aqui gastando o nosso dinheiro em parcerias público-privadas, em parcerias entre o governo federal e o governo estadual para criar desenvolvimento, emprego e renda para o nosso país”.
Ela disse que o novo estaleiro reforça a indústria naval brasileira e movimenta o mercado interno. “Nós sabemos que a melhor forma de resistir à crise no Brasil é continuar consumindo, produzindo, investindo em infraestrutura, plantando e colhendo, e assegurando às nossas indústrias o seu componente nacional”.
A construção do estaleiro e a ampliação da hidrovia destinam-se principalmente ao transporte de etanol pelo rio Tietê.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Dilma diz que é contra a extinta CPMF, mas defende mais verba para saúde (Postado por Erick Oliveira)

Em entrevista exclusiva ao Fantástico, a presidente da República, Dilma Rousseff, afirmou que a luta contra a corrupção são "ossos do ofício da Presidência" e disse ser contra a extinta Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF), em um momento em que alguns governadores defendem a criação de um novo tributo para financiar gastos com a saúde.
"Eu sou contra a CPMF, hein (...) Porque a CPMF foi feita pra ser uma coisa e virou outra. Acho que a CPMF foi um engodo nesse sentido de usar o dinheiro da saúde não pra saúde", afirmou. DIlma, porém, destacou que será necessária uma nova fonte de financiamento, sem citar especificamente um novo imposto: "Para dar saúde de qualidade, nós vamos precisar de dinheiro, sim. Não tem jeito, tem de tirar de algum lugar. O Brasil precisará aumentar o seu gasto com saúde. Inexoravelmente."
Dilma recebeu o Fantástico na última quinta-feira (8) de manhã em uma visita que começou no Palácio da Alvorada, a residência oficial do líder da nação, e terminou no Palácio do Planalto, local de trabalho da presidente. Na Alvorada, a presidente mostrou os cômodos de sua nova residência e falou sobre a rotina.
Sobre o combate à corrupção no governo, voltou a dizer que não se trata de uma faxina. "Eu acho a palavra faxina errada, porque faxina você faz às 6h da manhã, e às 8h, ela acabou. Atividade de controle do gasto público, na atividade presidencial, jamais se encerra (...) Você não acaba com a corrupção de uma vez por todas. Você torna ela cada vez mais difícil", afirmou.
A presidente também negou interferência nas decisões do Banco Central sobre a taxa de juros e acrescentou que o Brasil vai combater a crise internacional com crescimento da economia. Disse ainda ter "certeza absoluta" que o Brasil estará preparado para a Copa do Mundo de 2014.
Fantástico: O comando político tem aí três mulheres [ministras Gleisi Hoffmann, Miriam Belchior e Ideli Salvatti], né? Como é que tem funcionado esse clube?
Dilma
: Eu acho que é sempre bom combinar homens e mulheres, porque nós todos somos complementares. A mulher, eu acho, que ela é mais analítica, ela tem uma capacidade maior de olhar o detalhe, de procurar aquela perfeição. Nós somos, assim, mais obcecadas.
Fantástico: E os homens?
Dilma
: Os homens têm uma capacidade de síntese, dão uma contribuição no sentido de ser mais objetivos no detalhe. Eles sintetizam uma questão, a mulher analisa. Então, essa complementaridade é muito importante. Mulher é capaz, porque, senão, não educava filho.
Fantástico: Agora e as reuniões com elas, como é que são? São mais descontraídas, são mais duras? A senhora estava fazendo uma comparação em relação aos homens.
Dilma
: Não, não, eu acho que é muito similar.
Fantástico: Numa reunião dessas, por exemplo, tem um momento mais mulher? Bolsa, sapato, filho, neto?
Dilma
: Tem não.
Fantástico: Tem não. Nem no cafezinho?
Dilma
: Na verdade, não tem, viu? Não. Tem neto, viu? Agora que tem uma quantidade de gente com neto e todo mundo quer mostrar o seu.
Fantástico: Agora, presidente, vamos esclarecer algo que virou meio lenda aqui, que é o jeitão da presidente, que é o estilo. A senhora é durona mesmo?
Dilma
: Uma vez eu disse e ninguém entendeu. Eu disse achando que eu estava fazendo uma ótima piada. É que eu sou a única mulher dura cercada de homens todos meigos aqui. Nenhum é duro, nenhum é tranquilo e firme, então, é uma coisa absurda. Só porque eu sou mulher e estou num cargo que, obviamente, é de autoridade, eu tenho que ser dura. Se fosse um homem, você já viu alguém chamar... Aqui no Brasil alguém falar: 'Não, fulano está num cargo e ele é...'
Fantástico: Durão.
Dilma
: ...uma pessoa durona, não. Homem pode ser durão, mulher não.
Fantástico: A senhora acha, então, que é pelo fato de a senhora ser mulher?
Dilma
: É, e eu sou uma pessoa assertiva. Que nesse cargo que eu ocupo, eu tenho que exercer a autoridade que o povo me deu. Eu tenho que achar que podemos sempre ser um pouquinho mais, que vamos conseguir um pouquinho mais, e que vai sair um pouco mais perfeito e que a gente vai conseguir. Se eu não fizer isso, eu não dou o exemplo e as coisas não saem.
Fantástico: E vale bronca nessa hora, por exemplo?
Dilma
: Olha, a bronca faz parte e é uma bronca meiga. É aquela...
Fantástico: Dá um exemplo pra gente.
Dilma
: 'Isso não está certo, não pode ser assim'.
Fantástico: Nesse tom?
Dilma
: Ah, é, é esse tom. 'Não está certo e não pode ser assim'.
Fantástico: O que tira a senhora do sério?
Dilma
: Eu vou te falar, eu acho que quando a gente não deu o melhor de si, me tira do sério.
Fantástico: Aí, a senhora vai lá e cobra e é aí que entra bronca.
Dilma
: Mas sabe o que é? Eu cobro de mim também.
Fantástico: E quando falam do seu temperamento, isso incomoda a senhora de alguma forma ou não, a senhora não está nem aí para isso?
Dilma
: Sabe que que é, Patrícia? Ossos do oficio. Tem vários ossos do ofício de ser presidente. Um é esse. O caso, por exemplo, da luta contra a corrupção é ossos do ofício da Presidência. Ou seja, é intrínseco à condição de presidente zelar para que o dinheiro público seja bem gasto. Depois, eu tenho uma responsabilidade pessoal também nessa direção.
Fantástico: A senhora não imaginava, por exemplo, que fosse ter que trocar quatro ministros em tão pouco tempo, três deles, pelo menos, ligados aí a denúncias de corrupção, esperava isso?
Dilma
: Olha, Patrícia, eu espero nunca trocar nenhum ministro e muitos deles eu não troquei exatamente por isso, né? Vamos e venhamos. O ministro Jobim, Nelson Jobim, saiu por outros motivos.
Fantástico: Mas os outros três...
Dilma
: Eles ainda não foram julgados, então não podem ser condenados.
Fantástico: Mas isso foi faxina ou não foi, presidente?
Dilma
: Eu não acho, eu acho a palavra faxina errada, porque faxina você faz às 6h da manhã, e às 8h, ela acabou. Atividade de controle do gasto público, na atividade presidencial, jamais se encerra.
Fantástico: Por que a senhora acha que, nesses oito anos e oito meses do governo de PT, eles não foram capazes, não foram suficientes pra acabar com a corrupção, já que essa é uma das bandeiras do partido?
Dilma
: Minha querida, a corrupção ela não... Por isso que não é faxina, viu, Patrícia? Você não acaba com a corrupção de uma vez por todas. Você torna ela cada vez mais difícil.
Fantástico: É possível ter um governo equilibrado, um governo estável, tendo a base aliada que tem no Congresso? A minha pergunta é a seguinte: a senhora acha que a senhora pode ficar refém dos aliados?
Dilma
: Mas eu não acho, Patrícia, que eu sou refém.
Patrícia: Nem que pode ficar?
Dilma
: Nem acho. Tem de ter muito cuidado no Brasil pra gente não demonizar a política. Nós temos uma discussão de alto nível com a base, com a nossa base.
Fantástico: E como que a senhora controla esse toma lá da cá, digamos assim, cada vez mais sem cerimônia das bancadas? Como é que a senhora faz esse controle?
Dilma
: Você me dá um exemplo do "da cá" que eu te explico o "toma lá". Estou brincando contigo. Vou te explicar. Eu não dei nada a ninguém que eu não quisesse. Nós montamos um governo de composição. Caso ele não seja um governo de composição, nós não conseguimos governar. A minha base aliada é composta de pessoas de bem. Ela não é composta, não é possível que a gente chegue e diga o seguinte: "Olha, todos os políticos são pessoas ruins". Não é possível isso no Brasil.
Fantástico: Qual que a senhora acha que foi, nesses oito meses, o seu maior acerto?
Dilma
: Nesses oito meses? Deixa eu pensar. Por que eu estou pensando? Porque eu não posso te dar várias. Porque eu acho que algumas coisas eu acertei bastante. Eu vou falar, eu acho que foi muito acertado, logo de início, ter entregue os remédios de graça. Sabe por que eu estou falando isso? Porque eu acho que a pessoa que não tem dinheiro pra comprar um remédio que precisa, acho que é um drama humano violento. Aqui nessa mesa, nós decidimos que a gente ia garantir e assegurar para todas as pessoas do Brasil que sofrem de diabetes e pressão alta, que a gente ia assegurar o acesso ao medicamento de graça. Porque nós somos o único país que faz isso nessa proporção. Por isso que eu tenho orgulho disso. Podia dar uma segunda?
Fantástico: Pode, vou deixar a senhora, já que eu roubei o seu tempo lá no Palácio da Alvorada, a senhora tem crédito comigo. Pode dar a segunda.
Dilma
: Olha, Patrícia, eu fico muito orgulhosa de uma outra coisa. É outra coisa que não é assim grande, mas pra mim é importante. É importante reduzir imposto. Então, eu gostei de fazer isso. Para quem? Para o super simples [Simples Nacional] e para o MEI [empreendedor individual]. Então eu acho que são as duas coisas que eu mais me orgulho, entre outras. Se você deixar, eu penso em mais umas dez. Nós tiramos 40 milhões de pessoas da pobreza. Essas pessoas são hoje da classe média. O meu maior compromisso é garantir para esses 40 milhões, mais os outros que já usavam, garantir educação pública de qualidade, saúde de qualidade e segurança pública de qualidade.
Fantástico: E a possível volta da CPMF?
Dilma: Eu sou contra a CPMF, hein.
Fantástico: A senhora acha que a gente precisa de um imposto, de mais um imposto, para ter um atendimento de saúde melhor?
Dilma
: Sabe por que a população é contra a CPMF? Porque a CPMF foi feita pra ser uma coisa e virou outra. Acho que a CPMF foi um engodo nesse sentido de usar o dinheiro da saúde não para a saúde.
Fantástico: Está falando que foi desviado?
Dilma
: Foi, foi. O dinheiro não foi usado onde devia. Nós, na saúde pública do país, gastamos 2,5 vezes menos do que na saúde privada. Um país desse tamanho, o maior país da América Latina, com a maior economia da América Latina, gasta 42% menos na saúde do que a Argentina. Para dar saúde de qualidade, nós vamos precisar de dinheiro, sim. Não tem jeito, tem de tirar de algum lugar. O Brasil precisará aumentar o seu gasto com saúde. Inexoravelmente.
Fantástico: Isso seria quando?
Dilma
: Ah, o mais rápido possível.
Fantástico: A senhora não interferiu, nem de leve, nesse caso [na decisão do Banco Central de reduzir a taxa básica dos juros]?
Dilma
: Não, nós não fazemos isso. Nós estávamos dizendo naquela oportunidade é que a crise econômica, quando se aprofundou ali por agosto, ela criou uma nova conjuntura internacional. É esta conjuntura internacional que cria a diferença e não nós interferindo no Banco Central.
Fantástico: E a crise mundial? Que impacto a senhora acha que isso vai ter no Brasil nos próximos meses?
Dilma
: Nós temos um mercado interno crescente e vamos combater essa crise crescendo.
Fantástico: Que a indústria nacional vem freando, né? Dando uma estagnada.
Dilma
: Pois é, mas veja, a indústria deu uma diminuída em relação ao ano passado, que nós crescemos 7,5% [resultado do PIB]. Nós estamos esperando esse ano crescer em torno de 4%. Nós, até julho, nós geramos um milhão e 500 mil empregos. Se fosse nos Estados Unidos ou na Zona do Euro, qualquer país da Zona do Euro, estavam soltando foguete, né?
Fantástico: A inflação, que deu um pulo de 0,16%, em julho, para 0,37% em agosto, preocupa?
Dilma
: A inflação é algo que sempre tem de nos preocupar, sabe, Patrícia? Você sempre tem de ter um olho no crescimento e o outro olho na inflação.
Fantástico: A senhora acha que o Brasil vai estar preparado, vai estar pronto para a Copa do Mundo de 2014?
Dilma
: Ah, tenho absoluta certeza.
Fantástico: O que faz a senhora acreditar nisso?
Dilma
: Por quê? Porque nós vamos ter... Nós temos nove estádios ficando prontos até dezembro de 2012. No máximo início de 2013. Tempo de sobra para a Copa.
Fantástico: E os aeroportos?
Dilma
: Nós estamos com três aeroportos em licitação, já totalmente formatada a engenharia. Vamos fazer essas licitações no final do ano.
Fantástico: A sensação que dá pro cidadão brasileiro é que o processo tem sido lento.
Dilma
: Mas eu posso te mostrar os estádios, por exemplo. Eu olhei recentemente, fizemos um balanço aqui, com o ministro Orlando Silva [dos Esportes]. Ele trouxe todos estados e nós monitoramos, nós monitoramos com informações on-line, fotos e tudo.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Palanque fica lotado de ministros na estreia de Dilma

Primeira comemoração da independência com mulher presidente chamou atenção pela quantidade de ministros presentes à cerimônia
Em um desfile rotineiro e de pouco público, o 7 de Setembro em Brasília chamou a atenção pela presença de quase todos os ministros no palanque presidencial, prestigiando a primeira comemoração do Dia da Pátria sob comando de Dilma Rousseff, a primeira mulher presidente da República. Pelo menos 32 ministros foram à festa, que teve esquema de segurança reforçado por conta das manifestações contra a corrupção.
Os organizadores do desfile esperavam entre 35 mil e 40 mil pessoas, mas estiveram no Eixo Monumental da Esplanada entre 20 mil e 25 mil pessoas.

Dilma foi ao desfile acompanhada da filha Paula e do neto Gabriel, que completa um ano amanhã. Apesar da presença maciça dos ministros, foi notada a ausência do vice-presidente Michel Temer, que foi para Natal (RN). Também não compareceram à cerimônia os presidentes do Congresso, senador José Sarney, e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Cezar Peluso.

Ao contrário do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma não prestigiou a tradicional exibição da Esquadrilha da Fumaça, que arrancava aplausos de seu antecessor e da plateia. Assim que o último batalhão militar passou à frente do palanque presidencial, Dilma foi embora, sendo seguida pelos demais ministros. O neto Gabriel deixou o palanque às 10h05min. Antes, brincou muito com a avó e com a faixa presidencial.

Blindada pelo forte esquema de segurança, que incluiu este ano um tapume de mais de dois metros de altura em todo o perímetro do gramado nas proximidades do palanque presidencial, Dilma e os ministros não chegaram a ver a manifestação contra a corrupção, que tomou o outro lado da Esplanada.

A atração do desfile foi o nadador Cesar Cielo, que carregava o “fogo simbólico” e depois subiu no palanque presidencial, onde cumprimentou e tirou fotos com as autoridades. A contenção de verbas nas Forças Armadas reduziu bastante o contingente de militares, carros e blindados das Forças Armadas. (das agências)

Quando

ENTENDA A NOTÍCIA

Evento corriqueiro na rotina de Brasília, o desfile do Dia da Independência de ontem teve a particularidade de ser o primeiro de um novo governo e, sobretudo, pelo fato de ser o primeiro com uma mulher na Presidência.