domingo, 31 de janeiro de 2016

Dilma e Obama acertam criar grupo por vacina contra zika

Publicado Sábado, 30 de Janeiro de 2016, às 20:23 | Fonte MSN             0
          
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 A presidenta brasileira Dilma Rousseff e o mandatário dos Estados Unidos, Barack Obama, acordaram a criação de um grupo binacional para estudar e desenvolver uma vacina contra o zika vírus, doença apontada como a responsável pelo aumento dos casos de microcefalia no Brasil. O acordo foi feito em um telefonema de Rousseff para Obama nesta sexta-feira. Nos próximos dias, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, se reunirá com representantes do Departamento de Saúde norte-americano.



Dilma Rousseff fala com a imprensa nesta sexta.

Na quinta-feira,o diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, Anthony Fauci, revelou que o país já está trabalhando em dois projetos de vacina contra o zika. No entanto, segundo ele, apesar dos estudos “promissores” e do fato de que os primeiros testes poderão ser feitos antes do fim de 2016, não é provável que a vacina chegue à população nos próximos anos. Castro também já afirmou que o processo levará, no mínimo, dois anos. Até o momento, no território continental dos Estados Unidos, foram confirmados 31 casos de zika vírus, registrados em 11 Estados e na capital. Todos os doentes foram infectados em viagem ao exterior.

O grupo binacional acordado por Rousseff e Obama terá como base uma parceria já existente de cooperação para a vacina da dengue, formada pelo brasileiro Instituto Butantan e o norte-americano National Institutes of Health. Nenhum detalhe sobre datas foi fornecido, até o momento, pelo Governo brasileiro.

A vacina é apontada como uma das principais necessidades, neste momento, no combate à doença. O vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, amplamente disseminado nas Américas. Mas o desenvolvimento dela impõe um grande desafio, pois ainda não se tem certeza de que o zika apresenta apenas um sorotipo, ao contrário da dengue (que tem 4), nem qual a capacidade de o vírus sofrer mutações, o que tornaria a imunização inviável a cada nova epidemia. Para a dengue, que já existe há décadas, só se conseguiu desenvolver uma vacina no ano passado, ainda assim, ela não é totalmente eficaz.



Guerra difícil



Rousseff afirmou nesta sexta-feira que o país está perdendo a luta contra o mosquito Aedes aegypti, que transmite além do zika, a dengue e a febre chikungunya.

"Nós estamos perdendo a luta contra o mosquito. Não vou dizer que estamos ganhando, mas nós vamos ganhar esta guerra", disse a mandatária à imprensa, após participar de uma conferência com governadores de Estados onde a situação de contágio das doenças é mais crítica. A declaração foi feita ao lado do ministro da Saúde, Marcelo Castro, que desde outubro tem causado mal-estar no Governo ao fazer declarações como a de que o país perdia "feio" na tentativa de conter oAedes aegypti. Depois da fala de Castro, Dilma chegou a dizer que o ministro, que ganhou a pasta em outubro passado, depois de uma reforma ministerial feita para agradar os aliados conservadores do PMDB, havia sido “mal interpretado”. Nesta sexta, no entanto, voltou atrás: "Por que criar um problema com a constatação da realidade? Dizer que estamos perdendo é porque nós queremos ganhar. Estamos dizendo que se não nos mobilizarmos, vamos perder ", disse.

A presidenta voltou a chamar a atenção da população para a necessidade de uma mobilização de combate contra o Aedes. O ministério afirma que 80% dos focos de criadouro do mosquito estão dentro das casas das pessoas. Dilma Rousseff disse que o país não demorou a enfrentar o problema e que podemos estar diante de uma “situação internacional de saúde pública”. À imprensa, ela ressaltou que não faltará dinheiro para as iniciativas de combate ao mosquito. Homens das Forças Armadas já estão atuando junto a municípios onde a situação é mais crítica.

Combate tardio

Para especialistas, entretanto, o Governo demorou para agir contra o problema. Quando o zika foi confirmado no país, em maio de 2015, já se sabia, por meio de estudos feitos em outros países da Ásia que tiveram a epidemia, que ele tinha uma preferência pelo sistema nervoso e poderia estar associado à Síndrome de Guillain-Barré, uma doença autoimune que causa fraqueza muscular e pode provocar, em casos mais graves, paralisia na respiração. Em julho de 2015, na Bahia, Estado que entre abril e maio daquele mesmo ano registrou epidemia de zika, surgiram 115 casos suspeitos da síndrome.

O aumento de casos de microcefalia, outra intercorrência grave do zika, começaram a aparecer no final de outubro e já havia a suspeita de que a condição poderia estar ligada com o zika. O último boletim do Ministério da Saúde apon
tou que 3.448 casos suspeitos de microcefalia estão sendo investigados pelo país.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Juiz dá até dia 5 para Dilma Rousseff e Aloizio Mercadante falarem na Operação Zelotes

O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10 ª Vara Federal de Brasília, determinou que autoridades com foro privilegiado intimadas a depor na ação penal da Operação Zelotes, entre as quais a presidente Dilma Rousseff e o ministro Aloizio Mercadante (Educação), se manifestem sobre o suposto esquema de venda de medidas provisórias até o dia 5 de fevereiro, por escrito ou pessoalmente.
Além de Dilma e de Mercadante, foram chamadas a depor como testemunhas de defesa de réus presos na Zelotes os senadores Walter Pinheiro (PT-BA), Humberto Costa (PT-PE), José Agripino (DEM-RN) e Tasso Jereissati (PSDB-CE); o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB); os deputados  José Carlos Aleluia (DEM-BA), Alexandre Baldy (PSDB-GO) e José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara; e o prefeito de Catalão (GO), Jardel Sebba.
Como testemunhas, eles poderão enviar à 10 ª Vara Federal de Brasília documento dizendo simplesmente que não têm nada a declarar sobre o tema. É o que fez o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), arrolado como testemunha do presidente da Mitsubishi do Brasil, Robert Rittscher, um dos 16 denunciados por suspeita de participar do suposto esquema de venda de MPs.
Rittscher teria atuado de forma ilegal, segundo os investigadores, para viabilizar a aprovação de MPs que beneficiaram o setor automotivo. Essas medidas davam, por exemplo, benefícios fiscais ao setor. No total, mais de 90 pessoas foram arroladas como testemunhas dos 16 réus acusados de participar do esquema.
Segundo o Ministério Público, lobistas e empresários negociavam pagamento de vantagens ilícitas a servidores públicos para viabilizar a aprovação de MPs de interesse de empresas.
São investigadas suspeitas de irregularidades nas negociações da MP 471, de 2009, e da MP 512, de 2010 – as duas editadas no governo Luiz Inácio Lula da Silva – e da MP 627, de 2013, editada pela presidente Dilma Rousseff.
O ex-presidente Lula também havia sido intimado a depor pelo réu Alexandre Paes dos Santos, lobista acusado de negociar ritmo de tramitação e texto de medidas provisórias mediante pagamento de vantagens indevidas a servidores públicos. O depoimento de Lula seria nesta segunda (25), mas defesa do réu desistiu do oitiva, porque o petista já falou sobre o suposto esquema em depoimento anterior, do dia 6 janeiro, na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília.
Aos investigadores que compõem a força-tarefa da Zelotes, Lula disse que uma eventual "combinação" do teor de uma medida provisória é "coisa de bandido" e declarou que nunca recebeu propostas de vantagens indevidas enquanto exerceu a Presidência da República.
Já a presidente Dilma foi arrolada como testemunha do empresário Eduardo Valadão, integrante da SGR Consultoria Empresarial, que, segundo o Ministério Público Federal, negociava com conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), em troca de propina, decisões favoráveis a seus clientes. Ele também é suspeito de atuar na negociação da MP 471 de 2009, que prorrogou incentivos fiscais ao setor automotivo.
Depoimentos do dia
Esta terça-feira (26) é o segundo dia de depoimentos da Operação Zelotes na Justiça Federal. Serão ouvidas, a exemplo do que ocorreu nesta segunda, testemunhas de defesas dos réus.
A defesa dos réus seguiu a linha de afirmar que eles faziam lobby legítimo. A estratégia é acusar o Ministério Público Federal de “criminalizar” o lobby. Já o MPF afirma que a denúncia se baseia no pagamento de vantagens indevidas a servidores públicos e não na condenação da atividade de defesa de interesses junto ao poder público.
Uma das testemunhas, o professor licenciado de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB) Paulo Kramer afirmou que o ex-diretor de Comunicação do Senado Fernando César Mesquita é um “fino” e “respeitado” analista político.
Mesquita foi denunciado pelo Ministério Público Federal por supostamente ter recebido propina de R$ 78 mil para “auxiliar” lobistas em “demandas dentro do Senado”.
“Fernando Mesquita é um dos mais finos analistas políticos que eu conheço. Tem um profundo conhecimento da política como ela é. É valiosa essa expertise. Ele é respeitado por toda a comunidade que tramita no Congresso, senadores e jornalistas. ”, disse Paulo Kramer.
Kramer também criticou o uso da palavra lobista pela imprensa e o MPF como sinônimo de atividade ilegal. Ele citou como exemplo a associação da atividade a Marcos Valério, operador do mensalão. “Marcos Valério é um bandido. Por que tem que chamar Marcos Valério de lobista? Com isso, se ofende toda uma categoria profissional formada. Tem que chamar de operador”, afirmou.
Entenda a Operação Zelotes
Deflagrada em março pela Polícia Federal, a Operação Zelotes investiga venda de medidas provisórias e supostas irregularidades em julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão ligado ao Ministério da Fazenda e responsável por julgar litígios tributários.
Em 4 de dezembro, 16 pessoas suspeitas de participar do esquema se tornaram réus depois que a Justiça Federal aceitou denúncia do Ministério Público Federal no Distrito Federal.
Segundo as investigações, empresas teriam atuado junto a conselheiros do órgão para que multas aplicadas a elas fossem reduzidas ou anuladas. Na denúncia, o MP pediu que o grupo, composto por advogados, lobistas e servidores, devolva aos cofres públicos R$ 2,4 milhões, por conta de benefícios fiscais concedidos a empresas do setor automobilístico, mas aprovadas mediante pagamento de propina.
Inicialmente voltada à apuração de supostas irregularidades no Carf, a Zelotes descobriu que uma das empresas que atuava no órgão recebeu R$ 57 milhões de uma montadora de veículos entre 2009 e 2015 para aprovar emenda à Medida Provisória 471 de 2009, que rendeu a essa montadora benefícios fiscais de R$ 879,5 milhões. Junto ao Carf, a montadora deixou de pagar R$ 266 milhões.
Além de integrantes dessas empresas, a denúncia também acusa membros de outra companhia. Entre os 16 denunciados, há também uma servidora do Executivo e um servidor do Senado. De todos os acusados, sete permanecem em prisão preventiva, decretada no fim de outubro.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Dilma pede combate a mosquito enquanto não há vacina contra Zika

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira (21) em Recife (PE), durante a inauguaração da pista leste da Via Mangue, que é preciso combater o mosquito Aedes aegypti enquanto não houver a vacina contra o Zika vírus, apontado como responsável pelos casos de microcefalia registrados no país desde o fim do ano passado.

"A gente só vai conseguir ter o combate e sair vitorioso se a população se engajar. Por mais esforços que façamos, sempre é possível ter água parada que nós não vimos. Daí, quem tem mil olhos? A população. E ela também pode nos ajudar para que a gente, enquanto não temos a vacina, enquanto não podemos fazer um combate mais agressivo a ele [vírus], que a gente tire as condições de reprodução do mosquito", disse a presidente.

No discurso, que durou cerca de meia hora, Dilma elogiou o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), e o prefeito do Recife, Geraldo Júlio (PSB), por terem adotado "ações protagonistas" no combate ao Zika.

À plateia, a presidente também disse ser preciso assegurar a conscientização da população para que não deixe água parada, o que contribui para a proliferação do mosquito transmissor do vírus.

"Nós temos de fazer todo esforço e o Ministério da Saúde está vendo, com todos os grandes laboratórios brasileiros e internacionais, como faremos para ter a vacina, não só contra o vírus da dengue, mas também contra o Zika", disse a presidente.

Ao iniciar a fala sobre o assunto, ela se confundiu e pediu que haja o combate contra o "vírus do mosquito zika".

Conforme a Secretaria de Comunicação Social, ao retornar a Brasília na tarde desta quinta, Dilma receberá no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, o ministro da Saúde, Marcelo Castro. Procurado pelo G1, o ministério disse que ele foi convocado pela presidente e, em razão disso, cancelou uma agenda que teria na Paraíba.

Economia

Dilma dedicou parte do discurso desta quinta a uma avaliação da crise econômica. Para ela, o momento da economia é "crítico", mas o governo tem de trabalhar para reequilibrar as contas públicas, reduzir a inflação e retomar os investimentos.

"Nós estamos, neste ano que passou, 2015, e agora nesse início de 2016, enfrentando grandes desafios e enfrentando também uma situação bastante instável no mundo. O mundo hoje passa também por um momento crítico. O nosso objetivo neste momento é reequilibrar o orçamento do país, reduzir a inflação e reconstruir a capacidade de investimento público e privado no país", declarou.

"E eu estou confiante de que, neste ano, nós vamos lançar a terceira fase do Minha Casa, Minha Vida e, com isso, a gente vai ajudar milhões de pessoas a ter acesso à casa própria. Nós também vamos fazer concessões e vamos continuar apoiando todas as iniciativas de segurança hídrica em relação à seca", acrescentou  presidente.

Unidade

Sem citar especificamente o processo de impeachment que enfrenta na Câmara, a presidente Dilma afirmou que, na democracia, é "óbvio" que as pessoas podem divergir, discutir, se manifestar e falar que não concorda com algum ponto de vista.

Segundo ela, isso "normal" e "virtuoso". "Nós que vivemos a ditadura sabemos o quanto isso é virtuoso", acrescentou.

No entanto, ressaltou, é preciso buscar "acordos, unidade e ação conjunta" nas questões que são "mais importantes" para a população.

"A democracia tem esta flexibilidade, ela permite que, ao mesmo que você critica, reivindica, que você propõe, que você seja também, em algumas questões, capaz de agir em conjunto. Eu acho que é fundamental para o Brasil que sejamos capazes de agir na mesma direção e no mesmo sentido", disse a petista.

Pouco antes dela se pronunciar, o governador Paulo Câmara já havia dito no evento que é "muito importante" haver diálogo para o Brasil buscar soluções e enfrentar as dificuldades.

Apoio

Ao ser anunciada no evento, a presidente foi ovacionada pela plateia, que entoou o tradicional grito "Olê, olê, olá! Dilma, Dilma!". Os presentes também gritaram "não vai ter golpe", em referência ao processo de impeachment que Dilma enfrenta na Câmara dos Deputados.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Aproximação de Dilma a governadores pode derrubar Michel Temer no PMDB

Ajuda a peemedebistas com recursos federais afina Planalto às bases do partido

A ajuda do Governo Federal aos estados que estão em grave crise financeira pode ser um dos fatores que precipitará a queda do vice-presidente Michel Temer da presidência nacional do PMDB, na Convenção Nacional, que deve ocorrer em março.
Nos bastidores, governadores já sinalizam que a retribuição aos recursos federais para honrar a folha de pagamento dos servidores estaduais e ajudar a sanar o caos da saúde pública, no caso do Rio de Janeiro, será o apoio à presidente Dilma Rousseff na derrubada do impeachment.
Essa relação se dá sobretudo com o governador Luiz Fernando Pezão, que tem poder para formar as bases dentro do PMDB fluminense, o mais forte de todos os diretórios estaduais, e promover a troca de Temer no comando do partido.
Outro fator que poderá fragilizar o poder de Temer no comando do PMDB é a eleição para liderança de bancada do partido na Câmara. Aliado de Dilma, o deputado Leonardo Picciani (RJ) tentará se reeleger líder dos deputados peemedebistas. Se isso ocorrer, o presidente nacional do partido fica ainda mais isolado no mês que antecede a convenção.
Pertencente ao diretório mais forte do PMDB, Pezão pode ajudar na troca do comando do partido
Pertencente ao diretório mais forte do PMDB, Pezão pode ajudar na troca do comando do partido
Entenda o racha do PMDB
O silêncio do vice-presidente Michel Temer em relação à admissibilidade de abertura de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, no início de dezembro, tornou patente a distância do vice do Palácio do Planalto.
O afastamento de Temer ficou ainda mais evidente com a publicação de uma carta destinada a Dilma em que relatava uma série de queixas e pedidos não atendidos pela presidente.
O próximo passo de Temer foi trabalhar para destituir Leonardo Picciani da liderança de bancada, depois que o deputado tentou compor a cota do PMDB na Comissão Especial do impeachment apenas com parlamentares favoráveis ao arquivamento do processo. A derrota de Picciani durou apenas uma semana. Seu retorno ao posto, agora, preocupa Temer e Eduardo Cunha.
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